Hospital de Dores será desativado na segunda-feira

Serviços à população serão feitos por Clínica da Família (Foto: SES/Divulgação)

O Hospital e Maternidade São Francisco, em Nossa Senhora das Dores, será desativado na próxima segunda-feira, 15. A informação é do diretor daquela unidade de saúde, Ivan Pinto Andrade. Como consequência, a base do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que funcionava na sede do hospital, foi desativada e transferida para o município de Capela.

O hospital, mantido pela Associação de Caridade Nossa Senhora das Dores, está sob intervenção judicial desde o ano de 2005 e, com a desativação efetiva da unidade, os serviços passam a ser prestados à população por uma clínica de saúde da família que será inaugurada no município pela prefeitura em parceria com o governo do Estado.

Contratações em excesso

De acordo com o diretor, a crítica situação é fruto da má administração, que vem acumulando débitos avaliados em cerca de R$ 1,5 milhão. “Os gestores da época contrataram muitos servidores sem ter receita”, diz. Como consequência, foram se acumulando débitos com fornecedores e com causas trabalhistas. Atualmente, o hospital está praticamente sem médico porque os salários de todo o corpo clínico estão em atraso.

O hospital só está funcionando por força de medida judicial, que concedeu prazo de nove meses para o governo do estado e a prefeitura do município encontrarem alternativa para prestar atendimento à população. A solução vem com a inauguração da clínica da família. Na ótica do diretor do hospital, a unidade que será inaugurada não terá suporte para atender à demanda de um município do porte de Nossa Senhora das Dores, que tem população de cerca de 25 mil habitantes.

Os débitos com causas trabalhistas e com a previdência social impediram o hospital a obter certidão negativa e os convênios com o Ministério da Saúde e com o governo do Estado acabaram sendo inviabilizados. O prédio já foi a leilão para quitar os débitos, mas não houve compradores. Com a desativação do hospital, o imóvel ficará fechado à disposição da justiça.

Com a intervenção, o Poder Judiciário autorizou os repasses de verbas públicas. Mas os repasses estão em atraso desde o mês de janeiro, segundo o diretor. Ele informou que há entendimentos com o governo, que já se comprometeu a fazer os repasses dos três meses na segunda-feira, 15. Recursos avaliados em cerca de R$ 120 mil, que serão direcionados para pagamento de débitos, a exemplo das últimas duas faturas de energia elétrica que estão em atraso.

Em nota encaminhada à redação do Portal Infonet pela assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclarece que fez o repasse referente a dois meses nesta semana.

Por Cássia Santana

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