Defensores são barrados (Fotos: Portal Infonet) |
A Defensoria Pública do Núcleo da Saúde do Estado de Sergipe tentou realizar uma inspeção de rotina na Clínica de Repouso São Marcelo, na tarde desta terça-feira, 14, mas foi impedida. A visita faz parte das ações de rotina que vistoriam as condições estruturais e avaliam o atendimento aos usuários.
De acordo com defensor público do Núcleo da Saúde, Anderson Clei Santos, a visita faz parte de uma das funções institucionais do órgão, que é promover a ampla defesa dos mais necessitados. O defensor informou que uma reunião irá discutir as medidas que serão adotadas para que a vistoria seja realizada. “Faríamos inspeção na clínica, mas fomos impedidos. Pediram uma ordem judicial, contudo não podemos ser impedidos de realizar nosso trabalho”, disse.
A coordenadora do Centro Integrado de Atendimento Psicossocial da Defensoria Pública do Estado (CIAPS), Syrlene Besouchet, informou que não recebeu denúncias sobre a clínica São Marcelo, mas as visitas fazem parte da rotina da Defensoria que visa identificar irregularidades. “A gente não entende o motivo deste impedimento, já que é somente uma visita de rotina”, disse.
Syrlene ressaltou ainda, que Aracaju não possui clínicas especializadas em tratamento contra drogas e que se faz necessário essa vistoria, já que muitas mães encontram dificuldades para internar seus filhos dependentes de drogas. “Esta é a única clínica pública em Aracaju que recebe esse tipo de paciente. O problema é que muitas vezes as famílias não conseguem internar por conta da falta de vagas ou de profissionais”, salientou.
Clínica seria vistoriada esta tarde |
Impedidos
Na clínica, os defensores formam logo barrados na recepção e informados de que precisavam de um mandado judicial para realizar a vistoria. De acordo com um funcionário da clínica que não quis se identificar, o proprietário não se encontrava e não autorizou a entrada dos defensores.
À reportagem do Portal Infonet, o proprietário informou que não é atribuição da defensoria realizar visitas de rotinas. Ele negou ainda, que tivesse impedido a entrada dos defensores e afirmou que apenas quis preservar os pacientes. “Eu não impedi a entrada deles, mas as visitas de rotina não são de atribuição da Defensoria. Quando uma pessoa chega a um estabelecimento para vistoriar, ela deve estar pelo menos com um ofício informado de onde são. Além disso, a única intenção é preservar a integridade dos meus pacientes. Contudo, as portas estão abertas, pois não tenho nada para esconder”, disse José Hamilton.
Defensores
Em nota, a Defensoria explica que a visita é uma prática rotineira do Núcleo e Ciaps em virtude da grande demanda de questões relacionadas à dependência química e transtorno mental dos pacientes. “A inspeção foi para verificar a situação dos pacientes, mas infelizmente fomos impedidos por um funcionário sob a alegação de que não tínhamos uma ordem judicial. A equipe irá se reunir para analisar o fato e tomar as medidas cabíveis”, lamenta a psicóloga Syrlene Besouchet.
O defensor público, Eduardo Cação, reprovou o comportamento da Clínica. "A Clínica São Marcelo presta serviço dentro do SUS e a Defensoria Pública possui prerrogativas que permitem o que foi pretendido, portanto, a negativa de ingresso para realização da vistoria foi ilegal", afirmou.
Por Eliene Andrade
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