Encontro aconteceu na tarde desta quinta-feira, 21 (Foto: Portal Infonet) |
A humanização dos nascimentos nas maternidades em Sergipe foi tema de debate em uma audiência pública na tarde desta quinta-feira, 10, na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). O encontro teve como tema "Parto Humanizado: Por uma vida sem violência", e é promovido pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Sergipe. Em Sergipe, inúmeras mulheres já são adeptas do parto humanizado e garantem que a opção é tranquila e saudável.
A coordenadora do Grupo Maternar Sergipe de apoio à maternidade, Márcia Arévalo, ressalta a importância da humanização do parto e alerta para a questão da violência obstétrica. “Esse casos ocorrem tanto nos hospitais públicos quanto nos privados. A gente luta por um pré-natal de qualidade, com acesso amplo para todas as mulheres, formação, autonomia e protagonismo para a mulher, tanto na gestação quanto na hora do parto. A mulher tem direito de escolha”, entende.
Violência obstétrica
Márcia Arévalo alerta ainda sobre de violência obstétrica. Para ela a indução é uma forma de violência. “Muitas recebem essa indução mesmo sem necessidade, mas indução multiplica a dor. A violência obstétrica é velada e demora muito tempo para acontecer, porque as mulheres levam um tempo de um parto para outro e acabam esquecendo o que passou. Por isso, a importância de abordarmos esse assunto”, completa.
MPE
A promotora de justiça Euza Missano esteve na audiência para debater a questão. Ela conta que o Ministério Público Estadual (MPE) já atua na questão da humanização do parto. “Há dois anos, trabalhamos com essa questão e temos vários procedimentos administrativos instalados para humanização do parto. Nesse aspecto, inclui também a assistência a parturiente que vai desde a assistência pré-natal até o nascimento, assistência ao neonato e a criança até dois anos de idade. A questão do parto humanizado é de fundamental importância porque acabamos hospitalizando um procedimento normal a um ato fisiológico. O Ministério Público nunca recebeu as denúncias por parte das parturientes no que permite ao acolhimento, mas não quer dizer que não exista”, entende.
A causa
A bandeira da humanização do parto entende que a gestação e o parto são eventos fisiológicos perfeitos (onde apenas 15 a 20% das gestantes apresentam adoecimento neste período necessitando de cuidados especiais), cabendo a obstetrícia apenas acompanhar o processo e não interferir buscando ‘aperfeiçoá-lo’. Humanizar é perceber, refletir e respeitar os diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais da mulher e da sua família, devolvendo o protagonismo, o direito de conhecimento e escolha para parir.
Em âmbito nacional, o projeto de lei que prevê o parto humanizado em toda a sua rede do SUS já foi aprovado pelo Senado e pela Câmara dos Deputados. Diante disso, se faz necessário envolver os profissionais da saúde, gestores, mulheres, mães e toda a sociedade sergipana para discutir a importância do processo do parto humanizado, que vai desde a gestação ao acolhimento das gestantes na maternidade.
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