Flávia Brasileiro: Samu sem prioridade (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet) |
O Sindicato dos Enfermeiros de Sergipe (Seese) voltou a cobrar providências da Secretaria de Estado da Saúde para garantir condições de trabalho para as equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Um dos graves problemas, segundo a presidente do sindicato, Flávia Brasileira, é a falta de ar condicionado nas ambulâncias.
A presidente do sindicato alerta que a elevada temperatura no interior das viaturas traz consequências danosas para os medicamentos e também para a prestação do serviço. Além da elevada temperatura, está faltando equipamentos indispensáveis para reanimar pacientes e há constante crise no abastecimento de água, que compromete a esterilização dos equipamentos e higienização das ambulâncias.
Além da crise no abastecimento, Flávia Brasileiro também denunciou a falta de higienização das caixas d´água da base do Samu. A presidente do sindicato também não soube explicar a retirada de circulação das motolâncias. “Temos equipes especializadas, mas as motocicletas foram retiradas e até o momento ninguém sabe e explicar os motivos”, enfatizou.
Nos alojamentos para descanso das equipes que atuam no Samu, a situação é também preocupante, segundo a presidente do Sindicato dos Enfermeiros. Os próprios profissionais estão arcando com o ônus para aquisição de novos colchões para os alojamentos devido ao desgaste os antigos.
A sindicalista informa que toda situação já foi denunciada à Secretaria de Estado da Saúde e também à Fundação Hospitalar de Sergipe em amplo relatório produzido durante a fiscalização que o sindicato realizou nas bases e nas viaturas do Samu. “Mas até agora ninguém tomou providência”, observou. “A questão é que o Governo não dá prioridade ao serviço e não só a população, mas os profissionais também estão expostos a riscos durante o atendimento”, considerou.
SES
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que: "O gerente de transporte da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e responsável pela manutenção das viaturas do SAMU 192 Sergipe informa que já foi feito um cronograma para revisão dos aparelhos de ar-condicionado das viaturas, inclusive duas já estão sendo entregues hoje com o serviço concluído. Esclarece ainda que em nenhum momento a manutenção das ambulâncias foi suspensa. Das 58 ambulâncias, seis estão paradas em manutenção.
“É preciso esclarecer que nem sempre essas viaturas param por falta de manutenção, mas também pelo uso inadequado. Em 2013, por exemplo, 14 ambulâncias apresentaram problemas por terem sido abastecidas com combustível errado. Essa falha compromete o serviço, já que depende de peças no mercado. Isso sem falar nos custos, que vão de 12 a 16 mil reais a depender de quantas peças (bicos injetores) forem afetadas em cada ambulância”, explica o gerente.
Segundo a gerência de frota, outro fator que chamou a atenção foi um pedaço de pano encontrado da caixa de direção de uma ambulância que apresentou problemas no funcionamento.
Quanto à frota reserva, apesar de carros terem sido colocados para essa reposição imediata, o número não tem sido suficiente diante de outras ocorrências. Durante o ano de 2013, 18 ambulâncias foram para oficina por conta de colisões. Nesse caso, o conserto é mais demorado por conta da necessidade de peças que nem sempre são encontradas no Estado.
As ambulâncias têm um período de vida útil relacionado ao tempo de uso e à quantidade de quilômetros rodados.
“A vida útil pode variar entre três e seis anos, dependendo das condições em que elas são utilizadas. Pelo fato de ser uma ambulância, o uso é naturalmente considerado severo ou extremo. A quilometragem máxima deve ser de 200 mil. Acima disso, o custo de manutenção com essa quilometragem torna-se bastante elevado”, explica Joerlan Melo, gerente de transporte da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) e responsável pela manutenção das viaturas do SAMU 192 Sergipe.
"Quanto ao abastecimento de água, não há crise. Ocorreu um fato isolado na base metropolitana, a equipe de manutenção foi acionada e o abastecimento regularizado. Quanto aos colchões, nós últimos 30 dias, foram substituídos 30, o que equivale a quase metade. Os demais também já estão sendo providenciados,", afirma Silas Lawley, superintendente do Samu.
Por Cássia Santana
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B