MP constata falta de materiais e medicamentos vencidos

A promotora Euza Missano consttou que há  a falta de antibióticos e materiais (Fotos: Portal Infonet)

O Ministério Público Estadual (MPE) irá ajuizar um inquérito civil com o objetivo de apurar a regularidade de insumos [materiais] e a falta de medicamentos. Mesmo com os investimentos feitos na ordem de R$ 10 milhões de reais feitos pela Fundação Hospitalar de Saúde para a aquisição de materiais e medicamentos, a promotora da saúde do MPE decidiu realizar uma fiscalização nesta quarta-feira, 19, na Central de Logística da FHS (Celog) para apurar denúncias de que ainda há a falta e materiais indispensáveis para o atendimento à população.

De acordo com a promotora da saúde Euza Missano, durante a fiscalização, foi possível identificar que ainda faltam insumos e medicamentos como antibióticos. “Infelizmente o que podemos observar é que há falta de medicamento sim, antibióticos, as denúncias que chegam ao MP serão todas apuradas. O MP vai instaurar um inquérito civil para apura regularidade novamente desses desabastecimentos. Na verdade já existe ação civil movida desde 2012 quando o MP já informava a autoridade julgadora esses problemas”, garante.

A imprensa teve acesso a uma sala onde fica armazenado os medicamentos e materiais vencidos

Na ocasião da compra dos insumos foi dito pela direção da FHS que as aquisições dos materiais e medicamentos iriam favorecer o abastecimento de toda a rede estadual de saúde por aproximadamente 60 dias, mas segundo Euza Missano, a realidade é totalmente diferente. “Vamos abrir um inquérito civil porque a realidade que vimos hoje é totalmente diferente da realidade que encontramos há algumas semanas atrás, o que é lamentável porque as pessoas estão sofrendo principalmente por falta de antibiótico nos hospitais principalmente no Huse”, diz.

Materiais vencidos

Durante a inspeção, a imprensa teve acesso a uma sala onde ficam armazenados os materiais e medicamentos vencidos. A coordenadora de Saúde da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), Maria Angélica Resende participou da visita e ficou indignada com o que viu. “Estamos com um quarto cheio de medicamento vencido. É preciso saber por que se venceram tantos medicamentos. Quantas pessoas morreram porque não fizeram o uso desse medicamento?. Isso ai é fruto do nosso imposto e que esta sendo jogado no ralo por uma má administração”, questiona.

A OAB e o Conselho Regional de Enfermagem vão fazer um relatório informando do que foi constatado durante a visita. "Detectando a falta de antibiótico e insumo e vamos fazer um relatório a parte e enviar ao MP para reforçar tudo que a gente está vendo aqui", afirma o conselheiro do Coren/SE, Márcio Barbosa Silva.

FHS

Maria Angélica questiona qual o motivo dos medicamentos vencidos  Wagner Andrade, da FHS, diz que há medicamentos que dependem de uma logística

O diretor operacional da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Wagner Andrade conversou com a imprensa e fez os devidos esclarecimentos. “Eventualmente alguns materiais tem uma logística que atrasa, mas podemos comprovar que as compras foram feitas. Vocês podem ver aqui no depósito que temos medicamentos, agora o que há é um consumo das unidades que tem que ser reposto semanalmente. Mostramos ao MP todos os documentos de estoque, o que falta chegar e o que está sendo entregue às unidades regionais. Quero deixar claro que foi feito a compra dos materiais, mas existe alguns materiais que tem uma logística diferenciada como os antibióticos, pois o estoque tem que ser refrigerado e a gente não pode receber o estoque de uma vez só, mas fracionado”, garante.

Quanto aos lotes de materiais e medicamentos vencidos, Wagner Andrade, garantiu que a unidade tem que possuir um local para armazenar os insumos vencidos. “Uma unidade que toma conta de 14 hospitais, fora o Samu tem que ter o recolhimento de medicamentos vencidos e estocados para depois você incinerar”, diz.

Por Aisla Vasconcelos