Cisternas para água da chuva garantem qualidade de vida

Esses reservatórios garantem água limpa (Foto: FSB Comunicações)

O Brasil possui 8,8 milhões de pessoas vivendo sem abastecimento básico em casa. Grande parte delas vive no semiárido, em comunidades rurais longe das atuais redes de abastecimento e a muitos quilômetros de distância das cidades. O agravante é que eles convivem com uma realidade em que a água é um bem escasso.

Para garantir que essas pessoas consigam ter acesso a água de qualidade, está em curso uma iniciativa para instalar cisternas de polietileno na casa dessas famílias. Esses reservatórios captam água da chuva e garantem água limpa para beber, cozinhas e higienizar crianças pequenas.

A solução está chegando a centenas de famílias diariamente. A Acqualimp, uma das fabricantes desses reservatórios, já fabricou mais de 180 mil cisternas de polietileno, que são distribuídas para famílias que vivem em extrema pobreza por meio do Programa Água para Todos, desenvolvido pelo governo federal e Estados parceiros. Outras 110 mil ainda vão ser entregues.

As cisternas já chegaram para 2.718 famílias em 19 municípios de Sergipe, o que representa um benefício para mais de 13 mil pessoas. As cisternas de polietileno estão chegando a outros nove Estados brasileiros em que pelo menos parte do território está em regiões semiáridas. Sem elas, os beneficiários antes dependiam de pequenos tanques e baldes para guardar a água da chuva. Isso fazia com que, passados alguns meses de estiagem, a família ficasse sem água e dependesse da contratação de carros-pipa.

Os reservatórios possuem capacidade para 16 mil litros. A vedação desses tanques evita que a água evapore por causa do forte calor da região. Outra vantagem é que o material utilizado dificilmente trinca ou racha, evitando perdas e contaminações para a água.

Para a Ana Maria dos Santos, 70, que mora na cidade sergipana de Jarapatuba, localizada a 56 km de Aracaju, a realidade era muito parecida antes da chegada das cisternas. "Tinha de carregar lata d'água na cabeça, uma, duas, três vezes por dia. Toda hora a gente está precisando de água. Agora estou muito doente e a diabetes não deixa mais eu fazer esforço".

A dificuldade para conseguir água tirava dos sertanejos várias horas que antes poderiam ser dedicadas ao trabalho e ao convívio com a família. "Tinha gente que saía pela manhã para pegar água nos açudes e só voltada à tarde de tão longe que era", afirma Marlene Silva de Oliveira, 48, também moradora de Japaratuba.

O difícil acesso não é a única dificuldade para quem não tem água na torneira. É comum que as pessoas sofram para encontrar onde armazenar a água. "No inverno todo mundo colocava balde, lata, panelas e tambores na porta de casa para pegar água da bica, mas não durava nem 15 dias. O que agente precisava mesmo era de uma cisterna dessas que coubesse muita água, para gente parar com aquele sofrimento de ficar carregando água de poço", disse Maria José da Silva Alves, 49, moradora de Japoatã (93 km de Aracaju).

Para o diretor da Acqualimp, Amauri Ramos, essa realidade mostra como devem ser levadas em consideração todas as tecnologias na hora de promover acesso a água de qualidade. "A escassez de água submete milhões de brasileiros a uma condição de risco hídrico gravíssimo há séculos e os expõe a doenças e condições sub-humanas de sobrevivência.  Somente o uso das diversas tecnologias poderá acelerar os programas oficiais em implementação e dotar cada família do semiárido com uma cisterna para armazenamento de água de chuva. Portanto, a Acqualimp acredita que todas as tecnologias empregadas na região – polietileno ou outras – são complementares e atendem ao objetivo final do governo de erradicar o risco hídrico no semiárido do País."

Desafio internacional 

Nas últimas décadas, o fornecimento de água potável avançou em todo o mundo. De acordo com a ONU, entre 1990 e 2010, mais de dois bilhões de pessoas deixaram de conviver com a falta de uma fonte segura de saneamento. Isso significa que o percentual de pessoas com acesso adequado em todo o planeta passou de 76% para 89%. Porém, 768 milhões de pessoas ainda vivem em condições precárias de abastecimento. A maioria delas (40%) está na África Subsaariana.

"[O acesso à] água tem o potencial de romper com as armadilhas da pobreza a partir do momento em que reduz a mortalidade, promove saúde, aumenta a aprendizagem e a produtividade no trabalho assim como reduz a discriminação de gênero e favorece as boas condições da infância e outros objetivos de desenvolvimento social", defende documento elaborado na última conferência anual da ONU sobre o assunto, que foi realizada em Zaragoza no início de 2014.

A participação de empresas como a Acqualimp no Programa Água para Todos está em linha com o que defende as Nações Unidas para reduzir o déficit de acesso a água potável no mundo. A instituição aponta que a participação das empresas privadas em programas para levar água pode gerar oportunidades para acelerar a conquista de maior qualidade de vida.

Fonte: FSB Comunicações 

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