(Foto: Ascom) |
Uma grande marcha do Movimento de Mulheres pela Vida e Contra o Câncer ocupará as ruas do Centro de Aracaju nesta terça-feira, 08 de abril, no Dia Nacional de Combate ao Câncer. A concentração será às 8h30 na Praça da Bandeira e todas as pessoas sensíveis à causa, apoiadores e pacientes estão convidados a participar. A paciente de câncer Conceição Oliveira, mesmo de cadeira de rodas, assegurou que sua presença na marcha é certa, tamanha sua indignação pela falta do medicamento de quimioterapia oral ‘Xeloda’.
Medicamentos para a quimioterapia e marcação de exames vitais no combate ao câncer são as reivindicações mais urgentes do movimento. No entanto, as mulheres com câncer mobilizadas nesta luta denunciam que o Setor de Oncologia do Hospital João Alves, que já salvou tantas vidas de pacientes com Câncer, está completamente abandonado. Isso gera problemas muito graves, pois a falta de cuidado e monitoração favorece o avanço da doença, a piora do quadro do paciente e diminui suas chances de resistir e sobreviver.
A falta de técnico de enfermagem para fazer a limpeza mensal do cateter usado para aplicação de quimioterapia, por exemplo, levou a óbito, por infecção generalizada, uma enferma de câncer, mãe de sete filhos, que agora vivem apenas com o pai no município de Capela.
“Faltam profissionais da saúde, materiais hospitalares básicos, medicamentos para a quimioterapia, espaço para a fisioterapia que tanto ajuda no tratamento… A gente nem tem como citar o quanto era bom o setor de Oncologia sob a administração de Dona Ruth, quando participávamos de oficinas de artesanato, realizávamos Bingo e Bazar E agora nem conhecemos a nova direção do Setor de Oncologia”, desabafou a paciente Arlete.
“Não tem nem uma cadeira decente para quem recebe aplicação de quimioterapia, a maioria estão quebradas e enferrujadas. Estou falando de pessoas idosas que ficam de 4 a 6 horas sem apoio para as pernas e recebendo esta medicação forte, saem do Hospital com as pernas inchadas”, protestou Luciena Ribeiro, paciente de câncer.
Ao longo dos 8 meses de espera para fazer o exame de citolografia, a paciente com câncer Iranete desenvolveu dois nódulos na coluna vertebral que paralisaram o movimento de suas pernas. Josefa Maria de Jesus espera há 1 ano e 8 meses, e Edna Barreto aguarda há 5 meses na fila para a realização deste mesmo exame.
Após por 5 meses aguardando para realizar 2 tomografias e uma citolografia óssea, Luciena Ribeiro foi ao Ministério Público e conseguiu o apoio da promotora Euza Missano, que encaminhou um documento determinando prazo de 10 dias para que o Estado realizasse o exame. A iniciativa deu resultado. A paciente de câncer Rivania Silva também recorreu ao Ministério Público para realizar o exame de Tomografia. No entanto, o pedido por prioridade na marcação de seu exame feito pelo promotor ao diretor do NUCA, Marcus Chu, até o presente momento não foi atendido.
A falta de profissionais preparados para lidar com o câncer também põe em risco a vida de muitas enfermas, Patrícia, por exemplo, recebeu quimioterapia antes de ter feito o exame que detecta a natureza do seu câncer. “Isso é grave porque na quimioterapia recebemos uma medicação muito forte e talvez eu tenha que passar por tudo isso de novo, agredindo ainda mais o meu organismo”, denunciou.
Para ser atendida pelo oncologista que é um ícone de competência e preferência unânime entre todas as enfermas de câncer do movimento, Maria José precisa dormir com frequência ao relento em frente ao setor de Oncologia do Hospital João Alves para conseguir marcar uma consulta com o Dr. Geraldo. “Ele é muito dedicado, humano, competente, não tem outro igual. Precisávamos ter mais médicos exatamente como ele para melhorar o atendimento da Oncologia no Hospital João Alves e termos certeza de que estamos no caminho da cura”, enfatizou. Preocupada com a demora para realização de exames fundamentais para seu tratamento, Maria José optou pela saúde privada. “Fiz todos os meus exames em clínica particular porque o câncer não espera. Tirei dinheiro de onde não tinha”, relata.
De acordo com Hortência Batista, a maioria dos problemas enfrentados pelas pacientes para obter um diagnostico preciso da doença ocorreu porque o setor de Oncologia do Hospital João Alves suspendeu a marcação de exames durante um ano. O retorno da realização de exames só aconteceu após uma reunião das mulheres doentes com o governador Jackson Barreto. Mas Hortência Batista ainda alerta que o problema não foi resolvido, pois o tempo esperado para a realização de exames e da radioterapia ainda é enorme.
“Pacientes de câncer esperam por mais de 10 meses na fila para a realização da radioterapia. Isso é inviável porque é a radioterapia que controla o câncer, então os pacientes precisam sempre fazer no tempo certo. Essas esperas custam muito caro para um paciente de Câncer, e o câncer não espera, o câncer mata. Foi a doença que matou o governador Marcelo Déda, e nós precisamos do apoio de toda a sociedade nesta marcha para conseguir melhorar minimamente o atendimento aos pacientes de câncer e assim evitar mortes, aumentando a esperança das tantas famílias que vivenciam este mesmo problema em seus lares”, convidou.
Fonte: Ascom
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