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Situação das UPAs de Aracaju que impacta na superlotação no Huse são discutidas no MPE (Foto: divulgação) |
Na manhã dessa sexta-feira, 27 de junho, técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, da Fundação Hospitalar de Saúde e do Hospital de Urgência de Sergipe e da Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju estiveram reunidos no Ministério Público do Estado para discutir as constantes falhas nos plantões das UPAs de Aracaju que têm gerado superlotação no Huse.
"Esta semana recebemos a informação dessa superlotação, o Ministério Público constatou a situação, assim como os plantões restritos nas UPAs. Por isso, convocamos essa reunião de forma emergencial para resolver o problema, construindo a solução baseada nas informações técnicas", explicou o promotor Fábio Viegas.
O secretário Municipal da Saúde, Alvimar Moura, informou que tem acompanhado o caso de perto. "Desde que chegamos na Secretaria, por conta desse problema, até invertemos a prioridade para tentar resolver a situação. Entendemos essas dificuldades. Nesses dois meses estamos trabalhando basicamente para resolver isso. Estamos alerta, tentando resolver principalmente juntos aos profissionais médicos".
Durante a reunião, o diretor de Atenção Integral à Saúde, João dos Santos Lima Junior, destacou que a situação é grave e precisa ser resolvida com brevidade. "A regional de Aracaju não possui um hospital regional, o que já cria um gargalo. Então, diante dessa situação, as UPAs têm esse papel de filtro para evitar que os casos mais simples acabem no Huse, causando essa demanda extraordinária frequente. Imagine que a Unidade Zona Norte atende cerca de 500 pacientes por dia, dos quais 90% são atendidos entre às 7h e às 19h, justamente quando as falhas vêm persistindo. De segunda a quinta tem sido rotineiro esse problema desde março. A nossa preocupação é maior nesse fim de semana quando temos jogo do Brasil e festejos juninos. Por isso, comunicamos oficialmente a situação ao Ministério Público", destacou o diretor.
"A gente tem ajudado muito, mas gostaria mesmo que cada um fizesse a sua parte. O Município atendendo os casos mais simples e o Huse os mais complexos. Continuamos com o problema de que todos podem fechar a porta, mas o Huse sempre mantendo aberta. Nós somos a resolução do problema e não o problema em si. Precisamos fazer uma equação dessa situação. Atualmente, 58% dos pacientes na Área Azul são de Aracaju e se avaliar a Grande Aracaju, sobe para 78%. Precisamos de retaguarda", desabafou a superintendente do Huse, Lycia Diniz.
"Temos monitorado diariamente e de março a junho temos visto um acréscimo que chama a atenção. Atendemos em média 500 pacientes por dia no Pronto Socorro e a cada vez que uma UPA tem falha, isso gera um aumento em torno de 20%. A avaliação é simples: a demanda é crescente no Pronto Socorro, mas a taxa de internação se mantém, o que comprova que a grande maioria desses casos é de menor complexidade e os pacientes liberados de forma mais rápida", informa Aline Bastos, coordenadora do Pronto Socorro do Huse.
"Temos hoje 35 leitos operacionais e mantemos sempre cerca de 70 pacientes na Área Azul. Temos entre esses pacientes muitos casos de pacientes crônicos que precisam estar em leitos de retaguarda disponibilizados pelos municípios e não temos. Com isso, ficamos com os casos que chegam, além dos que atendemos e precisam ser transferidos e não têm para onde porque não há retaguarda no município de Aracaju. Temos ampliado leitos de retaguarda nos hospitais do interior, mas precisamos da garantia desses leitos aqui em Aracaju também", acrescentou a superintendente do Huse.
"Nós temos duas unidades importantes de observação que é o SAMU e o Complexo Regulatório, e que estaremos enviando relatórios, porque essa demanda que vai para o Huse nem sempre é só por falta de médico nas UPAs, mas também de equipamento e de insumos. Muitas vezes a comunicação é feita, enviamos material, a exemplo de películas e medicamentos, mas isso precisa ser avisado para tentar solucionar em tempo. O que não pode é simplesmente a UPA não ter um item, fechar atendimento e acumular pacientes no Huse", complementou Iza Prado, técnica da Diretoria Operacional da FHS.
"Estamos fazendo uma série de recomendações no sentido de resolver o problema. Entre essas recomendações, estão: o encaminhamento, em 15 dias, das escalas médicas das duas UPAs ao MPE e ao CRM e que sempre que houver outro problema que não seja escala comunicar imediatamente no sentido de evitar o fechamento, que o Huse absorva os pacientes críticos das UPAs. Solicitamos ainda a reunião entre os setores de urgência e emergência do Estado e do Município para ajustar as falhas nesse setor e que o município de Aracaju, através da sua Procuradoria Geral, fiscalize a ausência injustificada e reiterada de profissionais médicos das UPAs", disse o promotor Fábio Viegas.
Fonte: SES
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