Conselho de saúde atesta caos em postos de Aracaju

Conselheiros: situação esdrúxula (Fotos: Portal Infonet)

O Conselho Municipal de Saúde constatou o caos nos postos de saúde de Aracaju. Os alojamentos dos profissionais estão em situação precária, pacientes aguardando horas a fio por atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva, na Zona Norte, e nos postos de saúde da capital, além de informações desencontradas transmitidas aos usuários e escassez de medicamentos foram os principais problemas observados pela equipe de conselheiros que visitou vários postos de saúde e as duas Unidades de Pronto Atendimento mantidas pela Secretaria Municipal de Saúde.

De acordo com informações da presidente do Conselho Municipal de Saúde, Roseane Patrício de Lima, os problemas enfrentados pela população também passa pela má educação de determinados servidores. “O atendimento é muito ruim e há uma gerência agressiva, extremamente desequilibrada, que nos agrediu durante a visita que fizemos na UPA Nestor Piva”, revelou Patrício, após a visita.

Os conselheiros mostraram-se indignados com a situação dos alojamentos e com as informações desencontradas transmitidas por funcionários dos postos a pacientes que ficam aguardando nas filas. Segundo informações do conselheiro Fábio Meireles, uma paciente teria chegado às 5h da manhã na unidade e teria aguardado atendimento até às 9h30. Mas a paciente só teria conseguido acesso aos serviços depois da interferência dos conselheiros municipais de saúde feita diretamente ao secretário Alvimar Moura, que acompanhava a visitação dos conselheiros.

Local banho: situação gritante

“Os servidores disseram que não tinha cirurgiões na unidade e que o raio x estava quebrado, mas a gente constatou a presença de dois cirurgiões na unidade e que o raio x estava funcionando. Quando houve a interferência da gente, a paciente foi atendida em dez minutos e logo foi liberada”, revelou Fábio Meireles.

“Encontramos uma situação esdrúxula”, conceituou a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Roseane Patrício. Os conselheiros observaram que outras unidades também foram visitadas e o principal problema está na escassez de medicamentos. “Falta medicamento para dor, falta antibióticos e até seringas para aplicar insulina e também não tem sequer copinhos para servir o medicamento ao paciente”, revela a conselheira Gedalva de Jesus.

Para os conselheiros, foi encontrada situação classificada como “gritante” também na maternidade Santa Isabel, onde a UTI pediátrica está fechada por falta de convênio com a Prefeitura de Aracaju. “O local de banho das crianças ali é horrível”, conceituou Patrício. Mofo, infiltração e banheiras enferrujadas foram os principais problemas detectados na ala, segundo os conselheiros.

Visita à UPA Nestor Piva: informações desencontradas (Foto: Ascom/PMA)

Já no posto de saúde Mazze Lucas, no Santos Dumont, os conselheiros encontraram muita sujeira e até escorpiões. “Lá, os pediatras estão atendendo os pacientes em outra sala porque o teto da sala de pediatria está prestes a cair”, observou Gedalva de Jesus.

Os conselheiros registraram as irregularidades em fotografias e deverão concluir um relatório que será apresentado nesta quarta-feira, 16, na plenária de saúde que será realizada em Aracaju a partir das 9h da manhã. O relatório também será apresentado ao secretário municipal de saúde, que já se dispôs, segundo os conselheiros, a debater a situação dos postos de saúde com o Conselho Municipal de Saúde para encontrar as soluções conjuntamente.

Em nota enviada ao Portal Infonet, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que o secretário Alvimar Moura está disposto a buscar medidas que possam contribuir com a regularidade do atendimento nas UPAS e nos postos de saúde. Conforme a assessoria, o secretário também demonstrou satisfação com a visita à UPA Nestor Piva. "Nossa visita técnica foi mais uma oportunidade da equipe administrativa acompanhar o andamento das medidas já priorizadas para que o serviço possa funcionar com mais organização e qualidade", teria afirmado o secretário ao final da visita.

Por Cássia Santana