Médica fala de parto humanizado e violência obstétrica

Melania Amorim é ginecologista e ativista da humanização do Parto e do Nascimento (Fotos: Portal Infonet) Adélia Moreira é presidente da comissão de defesa dos direitos da mulher da OAB

O parto humanizado e a violência obstetrícia foram tema de palestra realizada na noite desta sexta-feira, 21, em Aracaju. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE) realizou palestra sobre o assunto com a médica ginecologista Melania Amorim. O evento faz parte da campanha mundial “16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, promovida pela comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da OAB/SE.

A advogada Adélia Moreira Pessoa é a presidente da comissão e fala da importância de trazer a discussão para o estado de Sergipe. “A OAB tenta fazer um trabalho de aprofundamento na temática da violência contra a mulher. Nós entendemos que é importante focar nesses 16 dias de ativismo. A luta contra a violência não é uma luta das mulheres, é uma luta de todos”, disse a presidente.

A doutora Melania Amorim fala que a violência obstétrica é uma das formas de violência contra a mulher e acontece em momento crítico. “É um momento que deveria ser maravilhoso. Em que a mulher traz seu filho ao mundo, é formada uma família, em que nasce um cidadão, e que deveria ser circundado de uma atmosfera humanizada e respeitosa, mas isso infelizmente não ocorre”, disse a ginecologista.

A médica conta que abusos e maus tratos obstétricos são frequentes contra mulheres. “É todo um sistema e um modelo de assistência que leva a práticas desnecessárias, como o corte do períneo, a cesariana, e outros procedimentos, sem a autorização da mulher”, contou Melania Amorim. "Eu acredito que as mulheres precisam reconhecer o que é violência obstétrica, a mulher conheça o tema, saiba o que é essa violência, para que ela possa denunciar e a gente poder mapear o problema e buscar soluções", completou a médica.

A palestrante é ginecologista obstetra, MD, PhD, professora, pesquisadora e ativista da humanização do Parto e do Nascimento.

Por Helena Sader e Verlane Estácio