Médicos deflagram greve no município de Carmópolis

A decisão foi tomada em assembleia no Sindicato dos Médicos de Sergipe (Fotos: Portal Infonet)

Após terem salários cortados, médicos do município de Carmópolis decidiram entrar em greve. A paralisação dos trabalhadores começa na próxima quinta-feira, 5, e não tem previsão de encerramento. A decisão foi tomada em uma reunião na tarde desta sexta-feira, 27, na sede do Sindicato dos Médicos (Sindimed).

O representante do sindicato, José Helton Silva Monteiro, esteve presente na assembleia e confirma a deflagração da greve. Ele fala que os problemas na gestão da saúde do município existem desde 2013. O fator decisivo para a determinação dos médicos de Carmópolis foi o corte salarial da categoria.

“Em 2013, eles enviaram um ofício à Prefeitura pedindo algumas pautas de reinvindicação: melhores condições de trabalho, outro médico plantonista (só tinha um), plano de carreira e o retorno da gratificação”, falou o sindicalista. “A Prefeitura começou a fazer descontos aleatórios da gratificação”, completou.

Helton fala que já foi tentado negociar com a Secretaria, mas sem sucesso O médico Osmário fala que a greve é a única forma de chamar a atenção

Em junho de 2014, o Sindimed participou de uma reunião com a gestão da Secretaria de Saúde de Carmópolis da época explicitando a situação dos médicos do município, com pautas como falta de medicamentos e falta de efetivo. De acordo com o representante do sindicato, não houve retorno por parte da Prefeitura.

“Você trabalhar sozinho num plantão numa cidade daquela, num polo industrial, que recebe pacientes de vários municípios ao redor é muito difícil”, falou Helton.

Osmário Rodrigues é médico e trabalha há seis anos em Carmópolis. Ele fala que, a cada ano, a realidade da categoria tem piorado no município. “Está ficando praticamente insuportável pra a gente dar assistência à população e ter condições de executar nossas atividades”, disse o médico.

Segundo ele, além das falhas relacionadas ao efetivo, a estrutura do hospital é precária. “Quando chove, são inúmeros vazamentos. Já teve desabamento de telhado. Faltam medicações, principalmente antibióticos”, falou. Osmário explicou ainda que a única forma de chamar a atenção é a paralisação das atividades. “Não vejo outra possibilidade, pois já tentamos conversar de todas as formas, várias vezes, e até agora praticamente nenhuma reinvindicação da gente foi atendida”, completou o médico.

Secretaria de Saúde

O Portal Infonet conseguiu contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde de Carmópolis, mas foi informado que não seria possível o envio de informações sobre o assunto hoje devido ao horário, visto que o expediente das secretarias se encerra às 18h. O assessor informou que entrará em contato quando obtiver as informações.

Por Helena Sader