Bactéria KPC: Cinco pessoas já morreram no Huse

Coletiva aconteceu na manhã desta setxa-feira, 12 no auditório da SES (Fotos: Portal Infonet)

Dos 54 pacientes que estavam internados nas duas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), 24 tiveram diagnóstico positivo para a bactéria Klebsiella Pneumoniae (KPC)Desses, são 16 pacientes colonizados [têm a presença da bactéria, mas não estão infectados] e oito estão infectados, sendo que apenas um teve a KPC confirmada na própria infecção. 

Nas últimas duas semanas, cinco pessoas morreram [duas em pacientes com infecção da bactéria e três em pacientes colonizados].

Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira, 12 pela médica infectologista do Huse, Iza Lobo, pelo secretário de Estado da Saúde, José Sobral e pelo coordenador das UTIs, Luiz Flávio Prado, durante coletiva de imprensa.

Iza Lobo: "Esforço das equipes para mapear culturas de vigilância"

“A infecção hospitalar não é uma coisa evitada em sua totalidade, mas a gente pode reduzir bastante. Nessas duas semanas o esforço foi muito grande da equipe para mapear e fazer as culturas de vigilância. Foram dois casos inicialmente, um em cada UTI. Essa foi a complicação porque as UTIs são muito grandes no Huse e é difícil de manejar. A condição de ter que intervir, impedindo a internação de novos pacientes para que não fossem expostos à bactéria, foi uma atitude corajosa no sentido de proteção dos outros pacientes, mas é drástica porque levou uma série de problemas pra gestão toda”, ressalta a infectologista lembrando que 15 pacientes estão em condições de alta, mas estão sendo acompanhados para que a bactéria resistente não vá para as alas e se comuniquem com as outras bactérias.

Dados

Zezinho Sobral: "Bactéria não se compara com o Ebola"

Segundo a infectologista, 24 pacientes [dos 54] foram identificados com a cultura positiva para a KPC, o que significa 44% dos pacientes da UTI; 55% dos pacientes estão livres, sem bactéria.

“São 55% dos pacientes negativos, 44% dos pacientes com a bactéria identificada, oito pacientes com infecção e 16 colonizados. Dos com infecção, dois morreram. E três pacientes colonizados vieram a óbito. Houve aumento do número de pacientes positivos para o KPC e infectados, tínhamos cinco notificados e hoje são oito, com sinais de sintoma de doenças na urina, no pulmão, numa escara,  numa meningite e na cultura daquela área, se encontra a bactéria”, explica.

Medidas

“Os pacientes positivos foram separados dos negativos e os cerca de 15 que estão em condições de alta começam a ser transferidos para o Hospital da Polícia Militar (HPM), para que a bactéria não possa se expandir para outras alas. Se puderem ficar em casa, ótimo, não há risco, essa bactéria não coloniza pessoas saudáveis. A nossa preocupação é que a bactéria que está na UTI e que é resistente não se comunique com as outras nas alas. Quem morre mais são os pacientes mais graves, com a bactéria ou sem ela”, afirma acrescentando existir em ampla quantidade no Huse, antibióticos comuns para o tratamento, como a Micacina e a Getamicina.

“A capacidade que essa bactéria multiresistente tem de matar é menor do que outras que já estão ai, ela é menos agressiva, tem a capacidade de se defender e resistir às armas que temos para tratá-las e por isso se torna ameaçadora no sentido de ser fonte de disseminação das outras bactérias e contaminar toda uma espécie. A nossa preocupação é para que não seja difundida”, esclarece.

Surto

O coordenador das UTIs, garantiu que “o surto está contido, as pessoas estão trabalhando diuturnamente, sábado e domingo pra resolver esse problema e está controlado. Esse é um tipo de bactéria que tendo um caso já é um surto e desde o primeiro momento eu sabia que seria apenas uma questão de tempo, pois trabalhamos com pessoas que não mediram esforços, a exemplo da Polícia Militar que cedeu espaço para os demais pacientes no HPM”.

Desfavor

O secretário Zezinho Sobral tranquilizou a população. “Essa bactéria não se compara com o Ebola, não haverá uma infecção generalizada, não levará infecção para quem está em casa, atua em desfavor do paciente. Passei a semana toda acompanhando os boletins e com base nos pareceres dos técnicos, a nossa expectativa é de que os resultados sejam cada vez mais eficientes”, diz.

Participaram ainda da coletiva, o presidente da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Hans Lobo e a diretora operacional, Márcia Guimarães.

Por Aldaci de Souza

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