Huse registra quase 700 vítimas de acidentes de moto

(Foto: Ascom FHS)

“Eram 7 horas da manhã. Tinha acabado de deixar meu filho na escola e, quando retornava, fui surpreendido por um veículo que parou na rua e no mesmo instante começou a dar ré. Foi tudo muito rápido e não consegui parar e evitar o acidente”, explicou o jovem Manoel Dantas, 29, internado na Área Verde Trauma do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), com uma fratura de clavícula, após sofrer um acidente motociclístico.

O mesmo aconteceu com a jovem Josefa Aline de Oliveira, 30, que sofreu uma fratura de fêmur após ter colidido a sua moto com um carro de passeio na cidade de Nossa Senhora da Glória.

“Lembro de pouca coisa. O carro fez uma manobra errada e eu acabei colidindo. Fiquei desacordada. Tive um hematoma na cabeça e a fratura no fêmur. Vou passar por Raio X e tomografia e já estou sendo medicada, mas a cabeça está doendo”, informou.

Há cinco dias internado no Huse, Léo Farias, 33, foi vítima da violência urbana. Ele foi vítima de arma de fogo e encontrado com um tiro na face. Foi encaminhado pelo SAMU ao Huse, examinado e medicado. Como estava sem acompanhante, o paciente não entrou em detalhes sobre o caso.

Estes relatos, em sua maioria, são de pessoas envolvidas em acidentes de trânsito e a violência urbana que a todo instante faz uma nova vítima e vem se tornando rotina no Pronto Socorro (PS) do Hospital de Urgências de Sergipe, que atende diariamente cerca de 500 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Essas vítimas buscam atendimento no maior hospital público do Estado, por ser referência em alta complexidade e por ter um dos mais amplos parques tecnológicos do Nordeste, além da capacidade técnica dos seus servidores.

Acidentes

São acidentes motociclísticos, automobilísticos, vítimas de arma branca e de fogo, além das agressões físicas que antes tinham sua maior concentração durante os finais de semana, mas agora, acontecem a qualquer hora, todos os dias.

Para se ter uma ideia, apenas no mês de agosto foram realizados 12 mil atendimentos no PS. Desse total, 966 pacientes foram vítimas da violência urbana e dos acidentes motociclísticos, e acabaram internados para tratamento médico.

Somente no mês de agosto foram 105 atendimentos a vítimas de acidentes automobilísticos, 622 vítimas de acidentes motociclísticos, 101 vítimas de arma de fogo, 59 vítimas de arma branca e 79 vítimas de agressão física. Esses números só aumentam a cada dia e preocupam os profissionais que trabalham diretamente com esse tipo de paciente.

“Todos os dias, a violência urbana faz várias vítimas que chegam às dependências do hospital. Antes, imaginávamos como essas ocorrências aconteciam apenas aos finais de semana. Hoje, está tudo diferente e nos surpreendemos com os casos. As pessoas têm que ter mais prudência e, principalmente, amor à sua vida e à vida do seu próximo”, destacou a gerente da Área Verde Trauma do Huse, Camila Nascimento.

Custo social e sequelas

A maioria dos casos que chega ao Huse pela violência urbana necessita de alguma intervenção cirúrgica. Geralmente são pacientes politraumatizados, jovens e com faixa etária entre 20 e 39 anos. Já os acidentes motociclísticos, na maioria, causam fraturas em membros inferiores e superiores. Geralmente os ossos mais prejudicados são fêmur, tíbia e o rádio.

Em 30% desses pacientes, as sequelas são definitivas como paraplegias, tetraplegias, deformidades ósseas e amputação. Outros 70% sofrem sequelas parciais, como restrição de movimentos e dores.

O diretor clínico do Huse, Marcos Kroger, explica que é importante a população saber do custo social que esses pacientes representam ao Sistema Único de Saúde.

“Um acidente e uma lesão trazem um enorme custo para o SUS devido à grande mobilização de equipes e de materiais de UTIs e do  centro cirúrgico. Além disso, há um custo social alto porque esses pacientes ficam afastados do trabalho, da escala produtiva durante um bom tempo e recebem seguros e pensões para tratamento médico de saúde. Há também o custo familiar”, informou.

O diretor clínico faz um apelo à população. “O Governo está trabalhando na campanha de conscientização para alertar a população dos perigos no trânsito. A população precisa absorver essa orientação. O cidadão precisa ter consciência que a má combinação entre álcool e moto traz problemas irreparáveis e até a morte. A imprudência, a alta velocidade e a falta de atenção, principalmente nas rodovias, também contribuem para os acidentes. O cidadão precisa ter consciência da gravidade da situação e ajudar a reduzir as estatísticas”, concluiu.

Fonte: Ascom FHS

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