Presídio: 40 mulheres têm doenças infectocontagiosas

Detentas: acesso ao atendimento à saúde (Fotos: Portal Infonet)

Cerca de 40 mulheres que cumprem pena no presídio feminino estão acometidas por doenças infectocontagiosas, entre sífilis, hepatite e seis delas são soropositas [em uma delas o HIV foi detectado recentemente e a paciente não tinha conhecimento]. Na próxima semana, todas passarão por novos testes para identificar a evolução das respectivas doenças, conforme informações da guarda prisional Jucileide Vieira, coordenadora de saúde do presídio feminino.

Em um dos casos, o vírus da Aids foi detectado recentemente no organismo da paciente. Trata-se de uma moradora de rua e, por não possuir documentos, está encontrando dificuldades para ter acesso ao tratamento fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “A equipe da assistência social já está resolvendo este problema”, enaltece a guarda prisional.

Recentemente, a equipe responsável pelo atendimento à saúde no presídio detectou uma detenta com hanseníase. Mas o tratamento ficou comprometido. No mesmo dia que o resultado dos exames chegaram à direção do presídio, a paciente foi contemplada com alvará de soltura. Segundo a guarda prisional Jucileide Vieira, as assistentes sociais já se articularam para localizá-la na cidade onde a paciente reside para que ela receba a assistência médica necessária.

Jucileide: avaliação positiva

Nesta quarta-feira, 21, as detentas participaram de uma série de ações no presídio marcando a campanha Outubro Rosa de prevenção ao câncer de mama. Apesar deste quadro, a saúde da população carcerária do sexo feminino é classificada como positiva, segundo avaliação da guarda prisional. Conforme Jucileide Vieira, o presídio conta com 250 detentas, entre as quais seis gestantes, entre o quarto e o sexto mês de gravidez, e uma mãe de gêmeas com quase seis meses de idade, cujas crianças residem com a detenta naquela unidade prisional desde o primeiro mês de nascimento.

Todas as gestantes estão sadias e há perspectiva de acompanhamento pré-natal com três consultas a obstetras, até o parto. Mas, geralmente, quando elas atingem o sétimo mês de gestação, conforme a guarda prisional, os advogados conseguem beneficiá-las com prisão domiciliar.

A mãe das gêmeas, Gleise Passos, 31, se envolveu com o tráfico de drogas, foi condenada a cumprir pena em regime fechado e agora aguarda a progressão da pena, para regime aberto. Ela garante que já mudou de vida, constituiu nova família e não tem mais pretensões de retornar à criminalidade. “Hoje só tenho preocupação com minhas bebês, não quero me afastar delas”, diz, temendo que as crianças sejam retiradas do presídio na próxima semana quando as gêmeas completarão exatamente seis meses de nascimento.

Testes rápidos

Estudantes pesquisam saúde das detentas

A saúde das detentas custodiadas no Presídio Feminino está sendo alvo de trabalho de conclusão de concurso de duas alunas do curso de enfermagem de uma escola de nível superior particular. As estudantes Pollyana Suelyn Matos Almeida e Luciane Cruz visitam o presídio e ainda estão na fase de entrevista. Elas explicam que o trabalho, que tem como temática “Perfil das doenças sexualmente transmissíveis entre as mulheres privadas de liberdade”, avaliará a qualidade da saúde das detentas e como é feito o tratamento.

De acordo com a guarda prisional Jucileide Vieira, quando chegam ao presídio, as detentas passam por triagem e são submetidas a exames para identificar doenças. Um procedimento eficaz, na ótica da guarda prisional Jucileide Vieira, mas que poderia ser mais ágil se o poder público disponibilizasse maior quantidade de kits rápidos para realização de testes que identificam os casos de hepatite, sífilis e Aids.

Mas os kits, fornecidos pela Prefeitura Municipal de Nossa Senhora do Socorro, só chegam à unidade uma vez por ano. Justamente nesta época durante a Campanha Outubro Rosa.

Detentas em atividade cultural no Outubro Rosa (Foto: Divulgação)

Em nota ao Portal Infonet, a assessoria de imprensa informou que a Secretaria Municipal de Saúde não tem obrigação de fornecer material hospitalar ou para realização de exame ao presídio feminino. Mas admite que a prefeitura faz os repasses dos materiais, de acordo com as “possibilidades do município e de forma colaborativa”, atendendo solicitação da direção do presídio.

Por Cássia Santana

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