Sergipe já registrou 100 casos de microcefalia em SE (Foto: Arquivo Infonet) |
Quatro recém-nascidos chegaram à óbito por microcefalia em Sergipe, segundo informações da SES. Nenhum deles tinha mais de um mês de vida. No Estado, a Secretaria da Saúde (SES) já confirmou cerca de cem casos, em 36 dos 75 municípios sergipanos, de crianças que nasceram com a patologia. Um número considerado preocupante, e que coloca Sergipe no quinto lugar do ranking brasileiro de casos de microcefalia, divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde.
Dos óbitos, um ocorreu em Aracaju, outro em Nossa Senhora das Dores, um em Japaratuba e o último no município de Ribeirópolis. “Essa é a realidade em Sergipe. Estamos em vigilância. Além da realização de ações de combate ao vetor [mosquito Aedes aegypti] para evitar que novas pessoas contraiam o Zica vírus”, informa a coordenadora do Núcleo de Doenças Transmissíveis da SES, Mércia Feitosa. Às mulheres que estão gestantes, ela deixa uma orientação: “é preciso de cuidados gerais, desde a proteção da pele com o uso de repelentes, e de roupas mais protegidas. E fazer, principalmente, o pré-natal rotineiro corretamente, com exames de rotina para que seja detectado o vírus precocemente”, diz.
Vale ressaltar que não existe tratamento para a microcefalia. “Não é uma patologia que pode ser revertida. É uma má-formação que aconteceu, infelizmente. Mas, ao nascer, o recém-nascido terá os devidos cuidados, pois tem como sobreviver”, frisa. No ranking do Ministério da Saúde, o Estado de Pernambuco continua na frente, com o maior número de casos (804, mas sem casos de morte), seguido da Paraíba (316 com uma morte), Bahia (180 casos com duas mortes).
Em seguida vem Rio Grande do Norte (106 casos e sete mortes), Sergipe (96 casos e quatro mortes); Alagoas (81 casos); Ceará (40 casos e uma morte), Maranhão (37 casos e uma morte), Piauí (36 casos e uma morte), Tocantins (29 casos), Rio de Janeiro (23 casos e duas mortes), Mato Grosso do Sul (nove casos), Goiás (três casos) e Distrito Federal (um caso).
Desde o último dia 7 que o governo do Estado de Sergipe já está contando com o apoio de cerca de cem militares do Exército Brasileiro no combate ao Aedes aegypti. O trabalho será iniciado efetivamente no próximo sábado, 12, e conta, também, com a parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que atuarão no cuidado com as gestantes e os bebês.
Os militares vasculharão todos os possíveis criadouros do mosquito, mas, a população precisa se conscientizar de que a luta é de todos. Isso porque, segundo a SES, 82% dos focos do mosquito em Sergipe são encontrados em reservatórios de água, dentro das casas das pessoas.
Por Moema Lopes
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