Gilvânia exibe documentos (Fotos: Portal Infonet) |
A artesã Gilvânia Dantas Pereira está lutando há vários meses para fazer uma Cistoscopia [exame endoscópio das vias urinárias baixas, que visualiza o interior da bexiga]. Ela denuncia o médico urologista do Hospital São José, Érico Correia Nepomuceno, de estar dificultando o procedimento à medida em que teria colocado um código trocado na guia de internamento e com isso, o exame não foi autorizado pela Secretaria Municipal de Saúde, para que seja feito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Alegando estar sentindo fortes dores quando vai urinar e que não tem como fazer o exame particular, Gilvânia Dantas Pereira, relatou ao Portal Infonet na tarde desta terça-feira, 19, toda uma ‘via crucis’ que vem percorrendo em busca de saúde.
Guia liberada pelo médico do Hospital São José |
“Eu estou indignada com o descaso do Dr. Érico Correia Nepomuceno. No dia 9 de setembro de 2015 eu já tinha passado por uma consulta no Cemar do bairro Siqueira Campos com o dr. Valdemar, que solicitou uma Cistoscopia, no dia 22 de outubro fui para uma consulta com o dr. Érico, mostrei os exames e contei que sinto muitas dores ao urinar há quase dois anos e que vem piorando, inclusive com sangramento; contei que participava de um Grupo de Pedal e que não estou mais conseguindo porque toda hora tenho que ir ao banheiro, enfim, que estou limitando minhas atividades em tudo. Ele olhou pra mim e recomendou um psicólogo e a acupuntura. Me deu a guia de internação sem passar qualquer exame. Vou entrar em um centro cirúrgico, receber uma anestesia sem qualquer exame prévio?”, afirma ressaltando que foi a uma psicóloga no Celso Fonseca e ela mandou continuar investigando as dores e participar de um grupo de terapia.
Unidade de Saúde Francisco Fonseca impossibilitada de liberar a guia |
A artesã completa que levou a guia de internação para a Unidade de Saúde Francisco Fonseca, mas depois de alguns dias foi devolvida por estar com o código errado. “Arrasada, voltei ao Hospital São José e chegando lá a atendende do dr. Érico disse que ele não podia me atender e eu disse que não tinha problema, pedindo que ela levasse a guia apenas para ele trocar o código e ele mandou dizer que não estava bom. Isso no dia 19 de novembro e eu já desesperada respondi que ele mudasse de profissão, pois eu quando me enchi das salas de aula, deixei de ser professora. Foi ai que começo o jogo de empurra”, destaca.
Gilvânia Pereira disse ter procurado o diretor do Hospital São José, dr. Carlos Vieira e ele passou o número do telefone para ela levar para o posto de saúde. “Chegando lá, a diretora disse não adiantar, pois o certo seria o médico trocar o código, retornei ao São José e o diretor me mostrou no computador que se o médico trocar o código, vai ganhar apenas 10 reais do SUS e se continuar no que ele mandou, fica R$ 48, ai eu disse que nesse valor eu posso pagar, mas não aceitaram. Me mandaram para o Nucar e o Cemar e nada, se o SUS paga pouco o problema já não é meu, preciso fazer o exame, não estou aguentando as dores”, diz pedindo licença para ir ao banheiro.
“Eu já quis começar do zero, voltar para o primeiro médico do Cemar e pedir outra solicitação, mas informaram que não pode e que no Hospital São José apenas dr. Érico realiza esse exame, mas será que vou confiar, se ele nem ao menos um exame de sangue ou um de coração passou, já deu a guia direto?”, enfatiza acrescentando que particular o exame custa R$ 750 mais a parte do hospital [em torno de 450] e que o caso foi denunciado à Ouvidoria do Município, mas apenas anotaram os dados e esta semana me ligaram pra saber se o problema tinha sido resolvido.
“Como? Se a informação é de que a solução do problema são eles eu continua chorando de dores”, finaliza.
Prefeitura
A reportagem do Portal Infonet esteve na Unidade de Saúde Celso Fonseca, localizada no bairro Cidade Nova, a diretora Jiolinda Maria Teles tinha saído para uma reunião, mas a Agente de Apoio Operacional, Lucimar de Almeida Paz, confirmou as informações passadas pela artesã. "A diretora não está, mas estou por dentro desse caso. O médico colocou outro código e foi considerado inválido. A gente explicou á paciente, mostrou no compuatdor que infelizmente quando o código não está correto, quando a gente vai lançar no sistema, o sistema rejeita. Aqui pela Unidade de Saúde não podemos fazer nada, porque do jeito que está a guia dela, é devolvida da secretaria como inválida", explica.
Contraponto
O diretor clínico do Hospital São José, o médico Carlos Vieira conversou com o Portal Infonet sobre o problema. De acordo com ele, o médico não colocou o código errado. “O dr. Érico colocou o código certo na guia, mas o SUS colocou um código de consulta no valor de R$ 10 a R$ 12, o valor do exame é de quase R$ 50, como ele vai botar? Aí ele vai pagar para fazer o exame e a culpa não é dele, a Prefeitura é que não quer aceitar. O hospital não tem o equipamento que passa pela uretra e vai até a bexiga. O aparelho é consignado e como o médico vai trocar um código para ele não receber, o hospital não receber e a empresa que fornece o aparelho não receber?”, indaga.
Carlos Vieira disse ainda que não tira a razão da artesã em reivindicar a realização do exame pelo Sistema Único de Saúde. “Ela está certa e eu passei uma hora explicando como funciona, um não pode onerar o outro. O pior é que ela já cultura de urina e não deu nada, já fez histograma e não deu nada, o que me leva como urologista a dizer que tem 90% de não dar nada na cistoscopia. Acredito que ela possa estar acometida de bexiga nervosa, assim como há gastrite nervosa”, completa.
O Portal Infonet tentou ouvir o dr. Érico Correia no mesmo dia da entrevista com a artesã, mas o diretor clinico informou que o profissional está em período de férias e só retorna ao trabalho em fevereiro. O urologista já se pronunciou sobre o assunto. Confira nova matéria.
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