Falsiforme:MS prevê criação de protocolo para pacientes

Encontro aconteceu na Funesa

Para acompanhar de perto o desenvolvimento da linha de cuidados criada em benefício aos pacientes com doença falciforme, técnicos do Ministério da Saúde (MS), da área de sangue e hemoderivados, estiveram reunidos na manhã desta terça-feira, 5, na Fundação Estadual de Saúde (Funesa), com representantes da atenção primária, especializada, hospitalar e de áreas que fazem interface com a Secretaria de Estado da Saúde (SES) no tocante a esses cuidados. A intenção é, assim como em outros estados brasileiros, verificar como está sendo processado em Sergipe o atendimento a esses pacientes, desde a atenção primária até a hospitalar.

De acordo com a coordenadora de Atenção Ambulatorial Especializada e Triagem Neonatal da SES, Luciana Alves, as discussões giram em torno da explanação dessa linha de cuidados, destacando a necessidade da escrita formal do protocolo estadual que contempla todos os níveis de atenção e área.

“Temos a segurança de que a assistência é dada em todos os níveis de atenção aos pacientes com anemia falciforme, desde a atenção primária, quando a SES capacita em, pelo menos, duas vezes por ano todas as equipes de saúde. Essas capacitações são realizadas em parceria com o HU [Hospital Universitário] e Hemose [Centro de Hemoterapia de Sergipe]. O próximo passo a ser alcançado é a formalização do protocolo escrito no cuidado a esses pacientes, assim como a notificação compulsória, que não é obrigatória segundo o MS, mas é almejada para melhor localização desses pacientes, em função do grande número de cidadãos diagnosticados com a anemia em todo o Brasil”, afirmou a coordenadora.

Segundo Luciana, o Hemose possui 220 adultos cadastrados com anemia falciforme, enquanto apenas 81 se mantêm freqüentes na unidade. No Hospital Universitário, 139 crianças com a enfermidade foram cadastradas, mas apenas 76 estão no ambulatório sendo acompanhadas. O tratamento destinado aos pacientes com a doença é iniciado a partir do diagnóstico precoce obtido com o teste do pezinho, meio pelo qual é possível descobrir se a criança nasceu ou não com a enfermidade. A partir desse resultado ela é convocada, se ainda não faz parte do ambulatório de triagem neonatal.

“Quando crescem, essas crianças são encaminhadas para o Hemose, visto que irão conviver com essa patologia em todo o período da sua vida. Em alguns momentos esses pacientes precisarão de transfusão e de uma assistência especializada com devido acompanhamento, uma vez que essa doença também traz crises de urgência, com dores muito fortes e várias sintomatologias. Como o Hospital Universitário não é porta aberta para a urgência, a nossa unidade de referência nesses casos é o Huse [Hospital de Urgência de Sergipe], que também possui equipe de hematologistas e atende pacientes que apresentam crise de anemia falciforme, ou seja, o Estado garante toda a efetividade da assistência”, explicou Luciana Alves.

Política de saúde

A técnica da Coordenação de Sangue e Hemoderivados do MS, na área de doença falciforme, Ana Margareth Gomes, destaca que essa anemia é de natureza genética e traz à tona a importância de uma política de saúde que visa levar qualidade de vida aos pacientes diagnosticados com a doença nos seus respectivos territórios. “Como trabalhamos de forma descentralizada, o MS tem atribuições, assim como os estados e municípios também possuem, enquanto cuidadores desses pacientes. Estamos tentando apoiar os estados na organização desses cuidados, oferecendo todo o aparato necessário. Temos, portanto, os medicamentos e exames protocolados em tabela SUS e cada estado ou município se organiza da melhor forma para desempenhar esse cuidado. O MS também oferece capacitações profissionais quando preciso, para que essa formação e cuidado sejam integrais, da forma como a política em saúde voltada para essa área é pensada”, explicou.

Para o responsável técnico pela área de promoção da equidade, da Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju, Luiz Claudio Soares, o espaço de discussão disponibilizado pela SES junto ao MS, através da coordenação nacional de doença falciforme, é de extrema importância.
“Estamos diante do debate e de uma avaliação sobre como se encontra a atenção dada às pessoas com doença falciforme no nosso estado. Temos tido nos últimos anos alguns avanços importantes dentro dessa linha de cuidados, a exemplo da inclusão do diagnóstico da doença falciforme na triagem neonatal. Avanços também foram registrados na estruturação da rede de atenção a esses pacientes, que se estende também aos grandes desafios que precisam ser colocados em pauta, por isso estamos aqui reunidos para pensar conjuntamente, enquanto gestão municipal, estadual e federal, em parceria com movimentos sociais, a fim de que possamos fortalecer e melhorar a atenção aos pacientes, até mesmo de forma mais humanizada e intersetorial, visto que as necessidades em saúde dessas pessoas também estão associadas às necessidades sociais”, destacou o responsável técnico.

Visita técnica

A visita técnica realizada por representantes do MS envolve todas as áreas de saúde relacionadas ao tratamento da doença falciforme, ou seja, representantes do Hemose, HU, Programa de Triagem Neonatal, Atenção Básica, Assistência Farmacêutica, Áreas técnicas de atenção à saúde/CERAS, Saúde da população negra, Universidade-SRTN, Vigilância Epidemiológica, Atenção Especializada e Hospitalar, Centro de Especialidades Médicas de Aracaju (Cemar), bem como da Associação de Pessoas com Doença Falciforme de Sergipe.
Nesta tarde, das 14h às 17h, técnicos do Ministério da Saúde e da SES estarão visitando os ambulatórios do HU e do Hemose, com foco no Serviço de Triagem Neonatal em Doença Falciforme. A visita aos ambulatórios é aberta aos interessados. Na próxima quinta-feira, 6, a agenda estará centralizada na SES, mais especificamente na Sala da Coordenação Especializada, onde será realizada uma reunião com as equipes técnicas da secretaria para que sejam traçados todos os encaminhamentos relacionados à visita técnica.

Fonte e foto: SES

 

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