Secretaria da Saúde alerta sobre os riscos da depressão

Médica psiquiatra de Orientação Analítica, Ana Angélica Salmeron Menezes 

No dia a dia, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) atua na defesa da vida, em várias frentes e de maneiras diversas. Uma delas é a prevenção. E, neste mês, quando a humanidade celebra o “Setembro Amarelo” faz um alerta sobre a depressão, doença que lidera o ranking de mortes e se apresenta como principal catalizadora do suicídio. “A depressão é uma doença que atinge cerca de 10 a 25% das populações e tem aumentado”, afirma a médica psiquiatra de Orientação Analítica, Ana Angélica Salmeron Menezes.

A incidência da depressão pode ser ainda maior. Segundo a psiquiatra, em algumas referências bibliografias, elaboradas a partir de levantamentos epidemiológicos, o índice chega a 40%. O fato é que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) dão conta de que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio no mundo e uma outra atenta contra a própria vida a cada três segundos.

“A depressão não é uma única situação. Ela pode ser leve, moderada e severa (ou grave), sendo esta última mais preocupante por conta de as pessoas entrarem em estado de prostração, desesperança, descrença na vida e na perspectiva de futuro, passando a enxergar as coisas de um só modo, ou seja, que não haverá mudança, sem aparente solução”, explicou a doutora.

A doença pode aparecer sem um motivo aparente assim como pode ser desencadeada por perdas. Ela pode ser apenas um sintoma, quando é passageira e desaparece cerca de um ou dois meses, ou se configurar como doença. “Após seis meses a gente pode pensar em situação de depressão como doença”, alerta a psiquiatra.

Sinais de alerta

Ao começar a se instalar, a depressão provoca algumas mudanças de comportamento ou sinais que podem servir de alerta ao outro (familiar, amigo, médico, colega de trabalho) sobre a situação que a pessoa está vivendo naquele momento. Entre eles estão isolamento, falta de prazer com a vida, tristeza, choro, alterações no sono para mais ou para menos, alterações na capacidade produtiva, perda de interesse nas rotinas domésticas e nos contatos sociais e uso abusivo de álcool, fumo e outras substâncias.

Prejuízos

A depressão também causa muitos prejuízos de ordem psicológica, social, familiar e até material, segundo elenca a médica psiquiatra Ana Angélica. Pra ela, a soma de tudo isso resulta em uma concepção: a depressão se caracteriza como uma questão de saúde pública.

E quem pode fazer a diferença no enfrentamento da depressão e assim ajudar a humanidade a cuidar da doença que tira tantas vidas humanas? Para a psiquiatra, são vários os profissionais que podem se responsabilizar para tratar o problema de frente – seja nos estudos em grupo, nas pesquisas científicas, no cuidado direto com o paciente, na apresentação de propostas para os governos -, destacando-se o médico da Estratégia de Saúde da Família (ESF), psicólogos, terapeutas ocupacionais, clínicos gerais, psiquiatras, professores, além de ações governamentais efetivas.

Fatores de proteção

Entre os fatores de risco que podem desencadear a depressão estão perdas frequentes de pessoas importantes na vida (infância, adolescência, fase adulta), separação de pais, familiares com quadro grave de saúde, dificuldade de se manter no emprego. No entanto, a psiquiatra lembra que existem também os fatores de proteção que previnem contra a depressão, apesar das dores e sofrimentos.

“O ambiente familiar saudável, as conversas em tom de compreensão entre familiares, amigos e colegas de trabalho, ambiente social que favoreça os bons relacionamentos, a amizade, são fatores que podem proteger o indivíduo da depressão”, relacionou a médica psiquiatra. Para ela, todas as pessoas podem ajudar a combater a depressão.

“Precisamos tratar o outro como ser humano e assim, reconhecer nele essa condição de humano, com as próprias qualidades, como o olhar, o sorriso, a gratidão, a crença de que somos seres com qualidades espirituais, enfim, reconhecer no outro a pessoa que ele é. Isso no dia a dia, não apenas quando ele pede ajuda”, aconselhou.

Fortalecer a espiritualidade também pode contribuir na luta contra a depressão. Na avaliação da médica, esse conceito de acreditar em algo bom, em algo maior, que aproxima as pessoas e as faz enxergar o que há de bom no outro é saudável. “Não negar as forças superiores, poder reconhecer a força do ser humano é muito bom, nos torna melhores”, crê.

Setembro Amarelo

Escolhida a cor amarela por representar luz, sol e vida, o “Setembro Amarelo” é uma ação mundial, que une várias forças, de várias instituições governamentais e não governamentais, em defesa da vida e de enfrentamento ao suicídio. Em Sergipe, o governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Saúde, estará realizando no próximo dia 21, a partir das 9h30, no auditório do Palácio dos Despachos, palestras relacionadas ao tema e serão ministradas pela psiquiatra Sheila Bastos e pelo desembargador Edson Ulisses de Melo.

Além disso, ações conscientizadoras e educativas serão realizadas ao longo do mês em comunidades e repartições públicas, tendo nos meios de comunicação os instrumentos usados para a realização de ações coletivas em favor da vida. Outdoors, capacitação sobre o tema em telessaúde e mensagens educativas serão realizadas a fim de sensibilizar a população sobre a depressão e o suicídio.

Fonte e foto: SES

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