Um 11 de Setembro Americano

Miller Ramos O dia 11 de Setembro de 2001 já se tornou um tema tradicional. A imprensa e editoras do mundo inteiro conseguiram explora-lo ao máximo, mostrando quase que com particularidade os casos de “horror” aos quais muitos americanos (seres humanos) forma submetidos. Bombeiros, policiais, turistas e muitas famílias deixaram de contar com familiares a partir desta data tão marcante. O 11 de Setembro foi também um dia normal em outra parte do mundo que nada sabia a respeito do que ocorrera, como de costume: o Afeganistão, cuja população vivia mais um dia duro de pobreza e fome. Ela assistia à sua própria realidade: onze crianças morrendo de fome nas ruas, enquanto o verdadeiro “horror” foi lançado de vários pontos estratégicos militares. Cálculos precisos, satélites, tudo às custas da própria exploração dos menos favorecidos, foram usados como demonstração de força. Saciando toda a sede de vingança e estratégias políticas. Foram mais de 6000 mortos… MORTOS! Não foram só onze crianças, que com fome viveram e faleceram numa realidade de pós-guerra e exploração estratégica… Não foram apenas “americanos”, “turistas”, “bombeiros”, “políticos”, “crianças” e “inocentes” que morreram neste dia: foram PESSOAS. É interessante parar por um segundo e analisar até que ponto de evolução nós chegamos. Como o ser humano é capaz de ordenar e até planejar massacres contra pessoas já tão sofridas. Os interesse políticos a cada dia se tornam mais importantes que muitos outros valores. Valores que há pouco eram considerados fundamentais. É tudo muito complicado. Será que o mundo mudou? Acho que não… ou talvez até sim. Sei que a maioria da população, da qual faço parte, continua lutando todos os dias pelo seu alimento e, talvez por instinto, protegendo como pode seus familiares dos perigos causados pelo mundo moderno, no qual temos parcelas de culpa pelos pontos negativos e positivos… É muito bom ver o patriotismo e a solidariedade mundial perante os acontecimentos chocantes do dia 11 de Setembro, mas é muito triste observar que a imprensa e o povo não vêem que o 11 de Setembro se repete todos os dias em vários países do mundo, e que da mesma forma que os mais favorecidos de poder nos EUA decidiram por vingança os líderes de um país pobre como o Afeganistão também o fizeram. Não que ele esteja correto, de forma nenhuma, mas acho que todo dia 11 de Setembro é dia de lembrar que os 6000 mortos pelos incidentes do tal “dia do horror” já forma enterrados, e que muitos países só possuem esta data em seu calendário. O mundo precisa enxergar que todos nós somos (ou fomos) seres humanos e dependemos uns dos outros todos os dias de nossas vidas (e até por um período após a morte). Sei que tudo isso parece muito demagógico, mas se todos enxergarem o ser humano em sua essência, poderão ver a beleza que é sociedade e o quanto nos distanciamos da evolução social, que hoje em dia é tão divulgada. Antes e/ou ao mesmo tempo em que o mundo lacrimeja um “11 de Setembro” americano, gostaria de convidar todos a enxergar os que estão ou vão cair em nossa frente, diante de nossos olhos ou de nossos conhecimentos. A conscientização é a arma mais poderosa diante do sistema de poucos (seja ele de qualquer país, credo ou religião), para controle de muitos.

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