A Ossatura de Jeová Santana

O poeta Jeová Santana nasceu em Maruim (SE), em 17 de outubro de 1961. Dizer que ele é graduado em Letras (UFS) e Mestre em Teoria da Literatura (Unicamp) é muito pouco para quem já publicou livros do quilate de A ossatura, Dentro da casca (contos, 1993); e tem uma série de poemas publicados em tantos outros lugares. Recentemente teve a alegria de ver alguns deles publicados na revistas Cult (SP) e Poesia Sempre (RJ), só para citar… Trabalha na rede estadual de ensino como professor de língua portuguesa, literatura e redação. Estes títulos e cargos apenas referendam um grande talento da literatura brasileira e sergipana, nesta ordem. Para colher os frutos maduros de sua veia poética, o Sergipe Cultural fez um rápido, mas profundo, bate-papo com o nosso entrevistado, que versa muito bem sobre a prosa e a poema. Entre outras coisas, ele fala de seu processo criativo e do seu mais recente livro: A Ossatura. Confira os melhores trechos da entrevista. Sergipe Cultural – Ossatura é uma busca por suas reminiscências? Até que ponto o senhor crê que as encontrou? Jeová Santana – A ossatura é uma fusão de experiências de vida, memória afetiva, pedaços de sonhos e pura ficção, não necessariamente nessa ordem. SC -Os 25 contos são divididos em 4 partes, certamente se relacionam com os diferentes estágios da vida. Qual o senhor acredita ser o mais importante? E qual o mais abandonado? JS – Todos. Cada etapa da vida apresenta aspectos que podem nos servir como forma de conhecimento e como suporte para a criação. É claro que as mazelas sociais do nosso país tornam-se mais agudas quando se fala de infância e velhice. SC – O senhor considera este livro como seu amadurecimento lírico? O senhor já pensa qual será o próximo passo? SC – Acho que esse livro é uma amostra do meu amadurecimento como ficcionista. Nele o lirismo aparece como um contraponto ao desfile de amarguras de suas personagens SC – Certa vez o senhor disse que escrever é uma arte solitária. Escritor X papel. O senhor não acha que o escritor não é um homem acompanhado por um batalhão de fantasmas? SC – Certamente. O “fantasma da página em branco” precisa ser substituído pelos muitos fantasmas que nos acompanham. É um embate prazeroso.

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