Origem da Capoeira Angola

A Capoeira Angola chegou ao Brasil na forma primitiva de dança, trazida pelos negros bantus do sul de Angola no início do século XVI. Ela conserva sua essência, entre outras manifestações dos africanos no Brasil, no N´Golo, ritual de iniciação feminina à vida adulta, quando as jovens são disputadas pelos guerreiros das tribos; àquele que vencia era dado o direito de escolher sua esposa, sem o pagamento do dote matrimonial. Esta é a origem da dança/ritual, que aqui no Brasil acentuou-se o aspecto marcial, tansformando-se no jogo de capoeira. A palavra é de origem tupi e significa um tipo de preparo do solo para replantio (mato cortado rente ao solo) onde os negros ali se encontravam para prática do N’Golo, os negros criam e praticam um novo ritual, uma luta de auto-defesa para enfrentar o inimigo: a Capoeira Angola. Para poder realizar seu ritual sob severa vigilância dos feitoras, os escravizados, na sua mandinga, malícia, disfarçam a luta em jogo de capoeira: uma simples e ingênua brincadeira dos negros de Angola. Com seus berimbaus reforçando o lado musical, a roda passa a ser espaço de vadiação, onde o jogador de seus movimentos livres exprime toda sua dor e alegria, relacionando-se com a pulsação da música, dos cantos e com o parceiro de jogo na roda. Roda essa, onde cada um se mostra como é, aflorando naturalmente dos jogadores e jogadoras inúmeras faces do temperamento humano: o medo, a alegria, a raiva, o orgulho, a compaixão, a indiferença e outros sentimentos que fomentam a intriga. Exige o controle psicológico dos adversários, em um jogo de estratégia, em que as peças a serem movimentadas são as partes do próprio corpo. Os capoeiristas devem harmonizar o clima do jogo com o momento da roda, jogar de acordo com o toque e o retorno que está sendo tocado pela orquestra, com o sentimento dos versos que estão sendo entoados pelo puxador e pelo couro. Sagacidade, autoconfiança, lealdade, humildade e elegância são alguns fatores subjetivos que qualificam o capoeirista angoleiro, herdadas dos antigos praticantes do N´Golo. Muitos foram os mestres que contribuíram para que a capoeira Angola permanecesse com sua essência inalterada, dedicando-se à prática dessa arte, mesmo não sendo reconhecidos e, muitas vezes, sendo usados por secretarias, departamentos e empresas de turismo. Mestres como Vicente Ferreira Pastinha, Valdemar da Paixão, Antonio Maré, João Pequeno, João Grande, Cobrinha Verde, Traíra, Bimba e tantos outros de histórico valor e competência. Por Marina Ribeiro

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