Lembra de Funkytown? Sabe o que ela tem em comum com Acid, que tem tudo a ver com New Wave e que por sua vez, combina muito bem com Deep House? O fato de que a primeira música também foi feita utilizando a mesma base que os outros estilos: a eletrônica. Patrick Tor4
Parece complicado, e não deixa de ser. A música eletrônica, como é conhecida, tem dezenas de variações e só um DJ ou um dono de boate poderia dissertar sobre a diferença entre cada uma delas. Para simplificar o processo, música eletrônica é qualquer tipo de composição que se utilize de sons sintetizados, produzidos via computador ou equipamento eletrônico.
Se você acha complicado falar sobre as milhares de variações existentes, então que tal falar sobre o mercado de trabalho da profissão em Aracaju? Nesse caso, a situação chega a ficar ainda mais nebulosa. A opinião da maioria dos DJs é unânime: a cidade ainda não é o melhor lugar para se ganhar bem com a profissão.
Alguns princípios da música eletrônica
1 – Retroalimentação: as músicas finais são utilizadas na composição das músicas subseqüentes. 2- Auto-organização: as músicas não são criadas exclusivamente pelos DJs, mas por todos que estão no ambiente. A música que está sendo tocada é baseada no ritmo e na satisfação de quem está no ambiente. Os mais entendidos gostam de chamar esse comportamento de “inteligência coletiva”: cada pessoa participa do processo de criação das partes mesmo que não se dê conta. 3 – Auto-similaridade: cada trecho utilizado para a composição final possui uma história que segue o mesmo padrão.
Fonte: Rodrigo Siqueira – Insite – Grupo Fractarte |
O QUE É UM DJ? – O nome é “Disc Jockey”, mas todo mundo prefere as iniciais. O DJ seria aquele responsável por mixar, ordenar e criar músicas através do uso de suportes como vinil, CDs ou arquivos digitais sonoros. A mistura desses elementos é também conhecida como mixagem.
A profissão surgiu na década de 1950, entre os fãs de jazz. Porém, ela começa a ganhar forma em 1970, quando começa a era da música disco – lembra de Funkytown, no início da matéria? Aquele foi um dos principais hits da época. Com a evolução dos sintetizadores e da informática, a prática foi ficando cada vez mais elaborada.
Hoje, muitos músicos já utilizam sons gerados por computadores em suas músicas, além dos instrumentos tradicionais. Em Sergipe, só há pouco tempo começou-se a investir nessa carreira: a maior parte dos DJs do Estado começaram a trabalhar em meados de 1990.
A PROFISSÃO EM ARACAJU – Um dos que começaram a trabalhar nessa época foi o DJ Patrick Tor4. “Gosto muito de música e não gostava das festas que aconteciam na cidade, o que tocavam os DJs e tampouco as bandas. Me juntei a um grupo de amigos que gostava de ouvir coisas diferentes e começamos a produzir eventos e eu comecei a tocar nestes eventos em 1998”, diz.
Segundo ele, a atividade não chega a ser necessariamente lucrativa. O que um DJ ganharia no Estado está perto do que um músico ganha por uma noite de show, preço que fica na média dos R$ 100. “É claro que alguns ganham mais que outros como em qualquer profissão, os que estão chegando agora ganham bem menos do que os que estão há mais tempo no mercado, que têm mais estrutura e contatos”, explica o DJ.
Em 2002, um grupo de DJs formado por Patrick, Leo Levi e Matanza, juntamente com o produtor chamado Tiago Vasconcelos, montou alguns projetos de festas para divulgar a e-music (eletronic music ou música eletrônica) no Estado. Na época, o grupo se chamava “Proton”, mas o projeto não teve continuidade.
Logo depois, Matanza, Leo Levi e outros criaram o Coletivo de DJs Infinity, um projeto parecido com o primeiro, com o intuito de alavancar o setor. Todas as festas promovidas pelos grupos foram consideradas um sucesso pelos componentes, inclusive algumas muito populares, como o “Mercado Moderno”. Mesmo assim, o projeto não teve continuidade.
Apesar do público assíduo, ainda existe muito preconceito que cerca a música eletrônica. Segundo os DJs, é comum dizer que em Aracaju, ainda é cedo para se falar em público para a e-music. O que existe são algumas pessoas que gostam da sonoridade e das festas promovidas, mas que não têm uma identificação absoluta com o estilo.
Patrick atribui a isso uma chamada “mídia negativa, bancada por bares, boates e gravadoras de bandas, que taxam as festas como desorganizadas, desestruturadas e freqüentadas por drogados e coisas do tipo. É fato que isso existe na música eletrônica, mas bebida, droga e divertimento esta no fim de semana de todos os tipos de estilos musicais”.
As raves e a música eletrônica
Raves são festas onde basicamente só se toca música eletrônica. A palavra é derivada pode ser traduzida como êxtase, delírio. As primeiras festas deste tipo eram feitas em galpões, sítios e locais ermos, mas com o tempo, passaram a ser incorporadas por boates. As raves costumam durar horas a fio: algumas têm a média de duração de 12 horas e os ritmos mais tocados são o techno, house e trance.
No Brasil, estas festas começaram a se popularizar, inicialmente, por cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
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MULTIPLICIDADE – E a quantidade de variações, assusta quem tem um primeiro contato com a e-music? “Absolutamente não! Muitíssimo pelo contrário, as múltiplas vertentes desta categoria musical aumentam as possibilidades de consumo”, fala Tor4. O público alvo também acaba ajudando para a popularização do estilo na cidade. Hoje, os maiores consumidores de música eletrônica são jovens dos 15 a 25 anos.
Mesmo com o campo promissor, o DJ prefere encarar a profissão em Aracaju da seguinte maneira: “Se ficar imaginando um futuro como DJ nesta cidade, não é um futuro nada promissor, mas existe a possibilidade de ser ‘o’ DJ desta cidade, representando a musicalidade tradicional folclórica e popular de Sergipe em pistas pelo país e mundo afora. Estou me dedicando a tocar musicas mais orgânicas seguindo uma tendência de artistas que me influenciam muito”.
Para ouvir um dos sets do DJ Patrick, clique aqui!
Por Wilame Amorim Lima
Da Redação do Portal InfoNet
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