CD Vozes da Mussuca deve ser lançado em dezembro

Grupos tradicionais da Mussuca

Diferente do que foi divulgado pela produção do CD Vozes da Mussuca, o trabalho não será lançado esta semana, por conta do atraso na entrega do material. Segundo o produtor Wendell Miranda, o lançamento ainda está sem data prevista, mas deve ocorrer até 16 de dezembro. “A gente fica dependendo deles. Eles deram um prazo de 45 dias para a entrega e não cumpriram”, explica.

O CD é fruto do trabalho da Fundação Cultural Palmares, que recebeu certificação que reconhece a comunidade da Mussuca  como remanescente de quilombo. A vantagem maior desse certificado é a inclusão no programa Brasil Quilombola, coordenado pela Secretaria Especial de Promoção e Política da Igualdade Racial (Seppir), que prevê benefícios como regularização fundiária, infra-estrutura e serviços, desenvolvimento socioeconômico, controle e participação social.

O objetivo é melhorar as condições de vida e fortalecer a organização popular. A intenção da equipe de produção deste trabalho foi documentar as batidas e cantigas de forma bruta e crua, na sua essência rítmica e poética, sem grandes intervenções tecnológicas e nem a tendência eletrônica contemporânea. A proposta do CD é, entre outras coisas, preservar a história e a identidade desse povo remanescente. A Sociedade Semear fica na rua Vila Cristina, 148, bairro São José.

Mussuca

O povoado do município de Laranjeiros nasceu como um reduto de escravos fugidos dos engenhos. Os moradores mais antigos atribuem a origem do nome à grande incidência do mosquito que se chamava Mutuca.

Da mistura das várias nações africanas, costumes ibéricos e do sincretismo religioso originaram-se na região três tipos de manifestações culturais: Samba de Pareia, São Gonçalo e Terreiro de São Lázaro. No povoado vivem cerca de 2.400 pessoas isoladas. As tradições são mantidas e os habitantes fortalecem a sua identidade nos antigos costumes da produção coletiva e artesanal, nos rituais de matriz afro-brasileira, nas celebrações católicas sincréticas, ou através de práticas do cotidiano.