Zeca Baleiro prepara CD com canções infantis e eróticas

A voz rouca, o semblante sóbrio, a simpatia, o riso fácil e os óculos redondo são marcas deste artista, que é hoje considerado um dos mais bem sucedidos no cenário da música brasileira. Por mais que ele não queira encaixar seu trabalho em rótulos, a  música de Zeca Baleiro pode ser considerada universal, agrada a todos os gostos e faixas etárias.  Consciente do seu sucesso, Zeca prepara vôos mais altos e ousados.  Ele está preparando um CD duplo de músicas infantis e outro trabalho com o tema do erotismo, para adultos. O incansável cantor, compositor e produtor não pára de lançar novos trabalhos, ainda este mês chega nas lojas o novo DVD do cantor, o ‘Baladas no Asfalto Ao Vivo’. Em Aracaju, Zeca apresenta hoje, 14, o segundo show do MPB Petrobras. Na noite de ontem, 13, não teve espaço para quem queria. Do lado de fora do Teatro Tobias Barreto, os esperançosos tentavam achar ingressos (esgotados na última quinta-feira) nas mãos dos cambistas, e dentro do teatro os fãs se acotovelavam por um espaço no chão próximo ao palco. Casa cheia e um show intimista é isso que ele promete repetir na noite de hoje. Mas antes, vale conferir a entrevista e as novidades desse simpático maranhense, concedida na tarde de ontem á imprensa sergipana.

 

Portal Infonet – Você teria alguma definição para música popular brasileira? E em qual estilo você se encaixaria?

 

Zeca Baleiro – Eu prefiro não me enquadrar (risos). Mas, essa discussão é muita antiga e eu vejo que ela continua muito atual. É essa coisa dos rótulos e das classificações, o que é um mal necessário. Quando você vai numa loja de discos ou numa livraria para você se localizar tem que ir pelo gênero, mas sempre há possibilidades de equívocos. Na música então, talvez seja o ambiente mais promiscuo. Hoje você ouve um baião e vemos que ele já está contaminado. Não existe mais essa pureza. Deve ter um cara aí que faça só rock, ou só reggae, ou só samba, taí o Zeca Pagodinho, pra não me deixar mentir. Temos muito menos especialista e muita mais clínicos gerais. O que é saudável porque a grade riqueza da MPB é a diversidade. Eu por exemplo não saberia definir o meu trabalho eu deixaria essa missão pra vocês.

 

Infonet – O que você acha de projetos como o MPB Petrobras?

 

ZB – O mais bacana desses projetos é fazer shows a preços populares. Quando a gente vem trazido p um produtor naturalmente ele tem que embutir todo o custo no preço do ingresso, o que acaba encarecendo e limitando o público. E o povo assim mais carente não podem ir e é legal quando vejo uma classe mais suburbana no shows, sem nenhum preconceito. Às vezes imagina-se que o tipo de música que eu faço seja só absorvido por um público universitário, mas o povo também quer ouvir música não só os carnavais fora de época que acontecem muito aqui nordeste a torta e a direita. E esse projeto propicia isso. Iniciativas como essas são louváveis, mas talvez essa deve-se ser iniciativas de cada Estado. Tinha que ter uma coisa constante. É um investimento que vale a pena.

 

Infonet – O que você vai trazer de novo nesses shows aqui em Aracaju?

 

ZB – Só serve de novo? Não posso cantar nada velho? (risos) Já que não havia a possibilidade de trazer a banda eu preparei um show, onde eu o Tuco Marcondes vamos fazer um tipo best of. Toco canções de todos os discos, de outros autores, algumas inéditas… Não tenho um roteiro muito estabelecido. Fica muito ao sabor do momento.

 

Infonet – Voc~e prefere show com banda ou como esse que você vai fazer aqui?

 

ZB – São climas diferentes, eu não prefiro nenhum. O show com banda é mais pra fora, mais catártico, mais explosivo e tal. O outro é naturalmente mais introspectivo e o público se sente mais à vontade para se manifestar. E até acontece coisas engraçadas.

 

Infonet – Fale um pouco dos seus próximos projetos. Você já divulgou que quer fazer um CD com músicas eróticas. É verdade?

 

ZB – O meu problema é que eu falo muito dos meus projetos e não dou conta de faze-los no tempo que eu imaginava. Mas é bom, é tipo um markenting espontâneo. Esse projeto existe sim. É um projeto para daqui a uns cinco anos e eu falo que vai ser o meu último disco, depois vai chover tanto processo… (risos) Mas antes eu quero fazer um trabalho infantil. Esse eu já estou começando. Essa coisa do infantil está muito em voga, mas esse é um projeto muito antigo, mesmo antes do meu primeiro disco eu já falava nele. Porque eu já trabalhei muito tempo com teatro infantil, fazendo trilhas e desde de muito tempo eu já tenho essa ligação com o universo infantil. E esse vai ser um trabalho duplo cheio de convidados, mais de dez. E eu quero fazer ele sem pressa, esse é um projeto mais imediato. O erótico já requer uma pesquisa mais profunda, de campo…

 

Infonet – E como vai ser esse disco infantil? Você não acha que vai acabar se tornando um disco infantil para adulto?

 

ZB – Se os adultos gostaram, maravilha, tomara que eles comprem mesmo e que ouçam, mas porque a criança também não pode ouvir? Acho que não tem isso não, criança também gosta de música de uma forma geral. Acho que a musica só tem que ser lúdica divertida. Elas gostam da brincadeira, da sacanagem, da putariazinha, da ireverência, da galhorfa, do palavrão… Criança também gosta de palavrão. Meu disco não vai ser politicamente correto não. Obvio que o adulto sempre gosta. Mas vai ser dirigido para o público infantil. Espero que o meu trabalho seja ouvido por pais e filhos.

 

 

Veja depoimento de Zeca Baleiro sobre sua trajetória de shows em Aracaju, a cidade e o público sergipano


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Por Carla Sousa

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