Grupo de Pirambu lança “Um olhar sobre o Lariô”

Capa do CD
Passaram-se seis anos “para o filho nascer”. Dayse Aparecida dos Santos Rocha, muitas vezes pensou em desistir da empreitada folclórica, que como ela imagina “saiu por fórceps”. O filho tão esperado é o CD “Um olhar sobre o Lariô”, do Grupo Folclórico Lariô da Tartaruga (criado em 1995), que será lançado neste sábado, 7, no Clubinho da Tartaruga, em Pirambu. Na oportunidade, o Batalhão de Barcamarteiros de Aguada (Carmópolis), participará do cortejo pela cidade.

Dentro das características das canções está a mistura do Samba-de-Côco, Batuque e Cantiga de Roda, são levados pelo som do afoxé, ganzá, atabaque, porca, agogô e cuíca. A adesão, de outro instrumento, o apito, surge como anunciador (vindo do mestre) para a troca das damas no rodeio com os rapazes. Não se sabe ao certo a data precisa de quando foi criada essa sonoridade própria da região. Um dos ambientes que facilitaram a formação foram as reuniões para a montagem das casas de taipa.

Dona Jaci
Muitos lembram com facilidade dos momentos em que começaram no Lariô. Jaci Rosa dos Santos, ou “Dona Jaci”, compositora e cantora, lembra parte da infância nas rodas da família. “Desde menina via minhas tias brincarem. Ficava sentadinha observando. Até que entrava. E isso dura até hoje. Não sei de onde tiro forças”. E brinca: “não pretendo parar, a não ser que eu faça outra ‘viagem’”.

As letras misturam canções do domínio público e de integrantes do grupo, como as de Dona Jaci, que apresentam questões do cotidiano dos integrantes. Em sua base, o Lariô é formado por pescadores e donas de casa. Onde idosos, adolescentes e crianças têm idades entre oito e 90 anos.

A faca de dois gumes

Um momento que poderia ter sido um “boom” na vida dos integrantes foi a participação no XXVIII Festival Internacional de Folclore de Caruaru. Infelizmente o evento aconteceu no período de Corpus Christi e por isso eles não puderam participar.

Josefa Galdino
“Uma semana antes de Corpus Christi eles já param toda e qualquer atividade fora às questões religiosas. Foi complicado tentar explicar ao grupo a importância desse momento. Mas eles respeitam muito este momento religioso”, explica Dayse.

Cozinheira, e nas horas vagas “dona de casa e costureira”, Josefa Galdino, mãe de cinco filhos, brinca dizendo que na infância, a avó dizia “que só quem canta na quaresma é cigarra, e que alguém além dela cantar, as costas vão rachar”.

Sobre o projeto

Até o dia da primeira cópia – a tiragem teve uma compilação de mil unidades – Dayse Rocha passou por dificuldades que ela não imaginava. “Procurei empresas de todos os tipos. Eles adoravam a idéia e pediu para que eu retornasse. Eu voltava com a esperança de ser aceita. Muitos não me deram sequer uma resposta e outros eram o ‘não’”.

Foto: Divulgação
Mas, o que aparentemente surgiu como um passo último, uma pedreira começou a impedir a caminhada. O material lançado neste sábado será quase por completo repassado para os integrantes, instituições e empresas.

“Não sabemos ainda quantos irão sobrar para serem distribuídos nas lojas do Projeto Tamar/Ibama. Mas serão disponibilizados sim”, explica Dayse. E lança a possibilidade de mais um filho surgir: o lançamento de um DVD. “Mas não vou comentar isso por agora. Será algo futuro”.

Quanto à aprovação do BNB, a segunda tentativa, Dayse também ficou surpresa. “Montei uma marca do Lariô no orkut. Algum tempo depois um contato da comunidade conseguiu passar as informações para integrantes da organização. Enviamos o projeto e fomos aprovados”, conta.

A iniciativa integra o projeto “Unhas, Dentes e Canções em Defesa da Cultura”, patrocinado pelo Banco do Nordeste, através do Programa BNB de Cultura 2006. Além do banco, estão também na empreitada o Tamar/Ibama e a Petrobras Unidade SE/AL.

Em formato de pout-pourri

Foto: Divulgação
, o material foi gravado em 2001 no Estado de São Paulo, paralela à apresentação na I Mostra de Música Sergipana em São Paulo, no Centro Cultural com o show “Lembranças de Pirambu”.

Está incluída dentro do projeto a realização de cinco oficinas educativas para aproximadamente 40 estudantes e professores dos municípios de Pirambu, Pacatuba e Aracaju. Na ocasião os participantes terão a oportunidade, em duas fases, de conhecer o que é o Lariô. Uma é a fase teórica, sobre sua história, e a outra será prática onde aprenderão a dança, que traz algumas variações como a entrada, o pesqueiro, a dança de par, batuque, marimbondo e a despedida.

Ouça algumas faixas do álbum:

Faixa 1

Faixa 5

Faixa 6


Por Arnon Gonçalves e Carla Sousa

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