Elba Ramalho fala sobre novo trabalho, parcerias e projetos com exclusividade ao Portal Infonet

‘Inquieta por natureza’, como ela mesmo gosta de se definir a cantora paraibana Elba Ramalho, passou dois anos sem gravar mas preparou um verdadeiro presente para os fãs. Velha conhecida dos sergipanos pela presença marcante no São João do Estado, a cantora começou esta semana a turnê “Raízes e Antenas”, do seu mais novo trabalho em CD e DVD intitulado ‘Qual o assunto que mais lhe interessa’. Este domingo, 23, o palco do Teatro Tobias Barreto vai receber a artista com uma super estrutura de banda, luz e cenário, para lançar este novo trabalho, que emprega uma sonoridade moderna ao som do Nordeste, que a cantora mantém como raiz em sua carreira. Além dos velhos parceiros de sempre, como Zé Ramalho, Alceu, Lenine, entre outros, no CD e DVD ela traz alguns nomes novos como o de Gabriel ‘O pensador’, Frejat e Mestre Salustiano. Antes de iniciar a turnê, que passa primeiramente pelo Nordeste, Elba arranjou um tempinho na sua agenda para conversar o Portal Infonet, sobre seu novo projeto, parcerias, vida, espiritualidade e os trabalhos sociais que realiza.

 

 

Portal Infonet – Fale um pouco sobre sua nova turnê de lançamento de seu trabalho ‘Qual o assunto que mais lhe interessa?’.  

Elba Ramalho – O novo álbum é composto por dezesseis músicas. É um trabalho bastante cuidadoso, muito bem pensado, bem elaborado. Foi um ano de trabalho com o Lenine, que foi o primeiro produtor, depois o Lula Queiroga assumiu junto com o Yuri Tustão, que são músicos de Recife parceiros meus. A gente fez um trabalho bem conceituado em cima da intérprete. Vou cantar os parceiros, vou cantar um pensamento que é meu, o meu pensamento do bastidor, que nunca havia trazido para meus discos. Uma Elba que pensa ecológica, espiritual e politicamente. Acho que consegui fazer um trabalho que, do começo ao fim, passa por vários sentimentos: amor, fé, nova consciência. Estou muito feliz com o resultado, estou com mais autonomia, liberdade de voar, de tempo. É um trabalho muito forte, muito importante na minha carreira. Estou começando a turnê de forma diferenciada. Normalmente, a gente começa em shows abertos grandes e eu estou começando em teatros. Devo fazer 40 shows pelo Brasil só em teatros, nas capitais e grandes cidades para poder mostrar o trabalho. Vou chegar com uma super banda, super luz, super cenário. É um trabalho bem feito, bem acabado, bem conceituado. É o meu momento profissional.

 

Infonet – O que traz de diferente este novo trabalho?

Elba – É a mesma Elba que pisa no palco, que canta, é a mesma voz, é o mesmo poder de cena que eu sempre tive. Fiz o show em São Paulo, de gravação do DVD, e foi surpreendente para o público paulista, os fãs ficaram encantados. A única música que deu um maior diferencial foi a de trabalho, mas foi proposital, para buscar um som novo naquele momento. A raiz tá ali, ela está fincada no chão e nunca sai. E a única música que deu um diferencial maior foi ‘Qual é o assunto que mais lhe interessa’, e foi proposital mesmo, com a intenção de buscar um som novo naquele momento. Todas as outras canções têm uma vestimenta, mas no final o véu que cobre essas canções tem um toque da modernidade. Quando você ouve o disco todo, vê o Nordeste dentro dele, nas canções “Gaiola da saudade”, “Noite Severina”, “A dança das borboletas”, de Geraldo Azevedo. Mas tem também a Elba do samba, que canta um clássico do

Fotos: Divulgação
Paulo César Pinheiro com João Nogueira, eternizado pela Cláudia Nunes. Tem a Elba da “Conceição dos coqueiros”, que é uma música belíssima do Lula Queiroga, tem a Elba da canção, tem a intérprete ali, madura, com o canto seguro, firme. É um momento bem especial pra mim.

 

Infonet  – Os primeiros shows da nova turnê serão realizados no Nordeste. Foi uma escolha sua?

Elba – Foi uma escolha minha e uma concordância do patrocinador, que é o Bradesco Trainer. Eu quis começar pela Paraíba, que é minha terra e quis passar por esse primeiro bloco de cidades, que sempre me recebem e que me conhecem.

 

Infonet – Qual a expectativa para o deste domingo em Aracaju?

Elba – Eu acho que vai ser ótimo. Apesar de ter uma faixa diferenciada, o CD traz dezesseis músicas novas que são muito nordestinas. Tem Zé, tem Geraldo, tem Alceu, tem Lenine, Carlinhos Brown… Mas o artista tem que renovar seu trabalho. O público vai ver não só a Elba forrozeira, vai ver a Elba que pensa, que questiona. Eu sempre me posicionei de uma maneira e meu trabalho acabava nunca trazendo esse discurso. E esse novo projeto se harmoniza muito com a Elba, que tem a ONG ‘Bate Coração’, que adotou duas crianças, que tem um trabalho social profundo, que tem uma consciência política e ecológica, que briga pela não transposição do São Francisco, que vai na linha de frente procurando uma reestruturação de certos valores morais e éticos para poder haver uma boa harmonização de convivência na sociedade. E a música tem um poder transcendental. Estou feliz porque não me descaracteriza em nada. Ela faz a gente superar os limites. Tanto faz cantar em Aracaju como no Haiti. Eles vão entender diferente, mas vão entender, eles vão sentir.

 

Infonet – E fazendo uma referência ao título deste seu novo trabalho, eu lhe pergunto: Qual o assunto que mais lhe interessa?

Elba – É a vida, que é como um ponto central que evidencia todo o resto. O sentimento e o pensamento do homem, a consciência. Eu diria que hoje não consigo viver sem questionar onde você está colocado, e o que é que você quer, está escolhendo o quê? Você quer destruir a natureza ou plantar árvores? Você quer poluir os rios ou você quer salvar o que nós temos de mais sagrado? Você quer continuar na superficialidade ou você quer mergulhar profundamente na luz? Como temos o livre arbítrio, isso é um diálogo bastante vasto e profundo que leva a pessoa a vários lugares. Eu sou uma pessoa muito inquieta, eu venho de uma geração inquieta do AI-5. Eu quero perguntar para as pessoas: Vamos acordar? Vamos despertar e perceber que tudo está uma merda?

 

Infonet – Sua carreira é marcada pelas parcerias. Como você vê isso?

Elba – É bom que eu aprendo. Aprendo com todo mundo com quem convivo. Aproveito a oportunidade da vida para aprender. Os parceiros são naturalmente músicos, compositores, eu elejo as canções mas eles criam. Com essas parcerias eu acho que tanto sobra algo de mim para eles e deles para mim, que é o que eu acho que faz com que a gente se harmonize. Outro dia eu fiz show com Adriana Calcanhoto, Zélia Duncan, Paulinho Mosca, um universo certamente distinto do meu, mas foi lindo, cantamos juntos várias coisas e deu tudo certo.

 

Infonet – Tem alguém com quem você ainda não gravou e que deseja gravar? E quais os planos para o futuro?

Elba – Eu tenho vontade de cantar um dia com Maria Betânia, eu acho ela o máximo. E pode ser que isso venha a acontecer no futuro. Ou quem sabe gravar um disco com músicas só de Chico Buarque. Apesar de que comecei a minha carreira cantando música dele, já gravei muita coisa dele ao longo da minha carreira. Mas como diria Caetano ‘o sol brilha na estrada e eu nunca passei’. Eu não tenho muitos planos efetivados. Eu deixo que a vida, que não é um acaso, me leve ao meu destino final. Eu gostaria de ter mais espaço entre um trabalho e outro para poder me dedicar mais aos trabalhos de caridade que eu gosto de fazer.  

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ouça Elba falar um pouco sobre seus trabalho beneficente.

Para conhecer um pouco mais a Associação Beneficente Bate Coração,
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Acesse o site oficial da cantora e ouça as músicas do novo CD

Por Carla Sousa

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