Vander Lee: mais que romântico um poeta

Vander Lee
Uma semana após gravar novo disco, o cantor mineiro volta a cena aracajuana, em show com a releitura de clássicos e apresentação de novas canções. Com divulgação prevista para março, o novo disco ainda não tem nome, mas promete ser tão intenso quanto os outros.

Com seu jeito mineiro e tímido, Vander Lee atendeu a coletiva para imprensa na tarde desta terça-feira, 20.  Com voz calma e olhos baixos o cantor começa agradecendo a presença dos jornalistas e falando um pouco sobre o início de sua carreira. “Em 97 antes de qualquer um gravar minhas canções eu gravei um disco, que não teve muita repercussão, mas foi meu primeiro. Eu era tímido e ainda não assumia a postura que tenho hoje como artista”.

Influência de Elza Soares

Um dia, uma amiga e parceira em composições, Rossana Decelso, deu o empurrão inicial insistindo para que ele fosse ao show de Elza Soares, que estava na capital mineira, e mostrasse a ela seu

disco. “Não acreditei quando ouvi aquela voz rouca ao telefone. Ela me passou o número de sua casa no Rio de Janeiro e eu retornei para confirmar se era verdade. Elza me xingou muito por isso, a partir daí comecei a me posicionar de outra forma. Ela foi uma grande influência para mim”.

Em 1999, com grandes vestígios da obra forte da “rouca” amiga e já com uma atitude muito mais própria em palco. “Com Elza descobri que minha experiência de palco era mais espírito que técnica e então me soltei”.

Pai, Infância e Timidez

Enfático, Vander Lee comenta sobre a primeira influência que veio do pai. “Meu pai, José Delfino era um boêmio, trabalhador, mas um legítimo boêmio. Ele tentou não me ensinar a tocar violão e acabou me incentivando. Em pouco tempo eu já tocava melhor que ele”.

Filho de pais analfabetos e tendo  uma infância muito simples, o cantor se diz um privilegiado, por ter tido muito contato com a natureza, os sons e uma falta de limites, que fizeram de sua criação algo com um toque naturista e sem pudores com relação ao mundo, suas emoções e suas verdades.

Quanto a seus olhos baixos e por vezes evasivos, o músico  volta a remeter ao pai, dizendo que “ os olhos dele nos deixavam  confusos, apesar de olhar profundamente para olhos alheios. Minha timidez faz parte disso, do que sou em essência”.

Minas e Nordeste

Vander Lee revela que além de Elza teve grande influência de alguns cantores nordestinos como Alceu Valença, Djavan e Geraldo Azevedo. “Considero Dia Branco uma canção perfeita”. Quanto ao povo nordestino,  ele se diz muito integrado com a cultura e o acolhimento. “Me sinto muito próximo. O cheiro das pessoas me é muito comum. A região me descobriu de uma forma muito bonita e descobri que Aracaju tem um publico diferenciado, sonoro e intenso”.

Pitadinhas de pensamento (por Vander Lee)

Como bom poeta, na coletiva, não faltaram pérolas. Pedacinhos de cor que demonstram toda sua sensibilidade e simplicidade. Veja algumas:

“Afeto verdadeiro ainda me dá frio na barriga. Acho difícil absorver quando alguém diz que gosta de mim”!

“Sou piaba de lagoa. Aquele peixe que não precisa de muito espaço”.

“Nem sempre o que você gosta é o que te influencia”.

“Cantar as mesmas canções com o tempo foi se tornando mágico. Gosto muito, me renovo… O conhecimento popular transforma as músicas em clássicos”.

“Costumo redizer minhas próprias músicas. Recrio em cima do original para melhorar idéias com o tempo”.

“Durmo e acordo com o peso da responsabilidade de minhas palavras”!

Por Aneliese Castro
Colaboração

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