Paixão de Cristo na Serra do Machado

Foto: Divulgação
A Paixão do Agreste. É assim que foi batizada a encenação da Vida, Morte e Ressurreição de Cristo, realizada todos os anos no povoado Serra do Machado em Ribeirópolis. Mais de 60 atores da comunidade apresentam o espetáculo em dois atos, sob a direção da atriz e bailarina Tetê Nahas, produção do Grupo Troteatro de Espetáculos com patrocínio da Fundação Pedro Paes Mendonça. A paixão acontece nessa sexta feira as sete e meia da noite. A concentração começa na porta da igreja do povoado e o cortejo segue até o local do espetáculo.

A paixão acontece em uma antiga pedreira já no limite dos municípios de Ribeirópolis e Moita Bonita. “O local é rústico e se remete à antiga Jerusalém, tudo é muito simples e ao mesmo tempo, bonito” afirma a diretora do espetáculo, Tetê Nahas, que concebeu uma iluminação especial: todo o espaço é iluminado com tochas de bambu, colhido na própria região. Os figurinos foram executados pelos próprios alunos que utilizaram material reciclado. “Os escudos dos soldados romanos foram feitos com calotas de pneus e as armaduras de latas de refrigerantes, os capacetes de cabaça”, acrescentou a atriz e assistente de direção Juliana Romana.

A paixão

O espetáculo começou a ser encenado em 2001, na praça da Serra do Machado. As apresentações faziam parte das atividades da oficina de teatro ministrada por Tetê no projeto social Pintando o Sete, da Fundação Pedro Paes Mendonça. “Montei a Paixão de Cristo para atender um anseio da comunidade que é extremamente católica. A fé das crianças e adultos do povoado me contagiou e comecei a trabalhar esse tema dentro das minhas oficinas, unindo a fé deles e a minha experiência artística” destacou a atriz. O resultado dessa união de forças foi o crescimento do espetáculo. Com o tempo, a praça ficou pequena e surgiu a necessidade de se fazer um outro local.

Foi a partir daí que os alunos e a então professora passaram a ocupar o terreno onde hoje o espetáculo acontece. “A partir do momento que mudamos o espetáculo e toda essa estrutura, atraímos mais público, hoje, milhares de pessoas vêm prestigiar o nosso espetáculo, o que nos deixa muito felizes e realizados” informou Sara Oliveira, atriz e sonoplasta do espetáculo e integrante do Grupo Troteatro de Espetáculos. A fundação Pedro Paes Mendonça patrocina o espetáculo desde a estréia.

O grupo

O grupo Troteatro surgiu há três anos, formado por ex alunos da oficina de teatro do projeto Pintando o Sete, mantido pela Fundação Pedro Paes Mendonça. “ Nós queríamos seguir no teatro e montamos o grupo para que esse objetivo fosse alcançado, queríamos saber como um grupo teatral se organiza, como participa de editais, entre outros projetos independentes, mesmo assim, sempre contamos com a ajuda da Fundação para nossos trabalhos, podemos dizer hoje, que somos parceiros e eternamente gratos pela oportunidade que eles nos deram” explica Rivaldo Andrade, estudante e ator do Troteatro. O primeiro espetáculo montado foi o Nunca é Tarde, ainda no repertório. Depois, o próprio grupo criou o Troteatro Mirim, com crianças da comunidade que montaram a peça “ A Bela e A Fera” .

“ O grupo só me dá alegrias, lembro quando cheguei no povoado em 2000 e encontrei crianças e adolescentes cheios de sonhos e hoje vejo em minha frente, adultos, determinados, coerentes e acima de tudo, compromissados com a arte. Costumo dizer que o maior presente para o professor é o progresso do aluno e eu com eles, sinto-me realizada”!

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