O projeto Trotamundos teve início há menos de um ano e logo o primeiro projeto intitulado “Quem Faz a Foto?”, realizado no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Jael Patrício no Pau Ferro, rendeu um convite. A Prefeitura de Aracaju fez uma proposta para montagem de uma oficina de fotografia para garotos do programa “Projovem” que moram na antiga invasão da Coroa do Meio. Um dos idealizadores Marcelinho Hora conversou com o Portal Infonet para falar mais sobre o grupo. Portal Infonet – Como surgiu o Trotamundos Coletivo? Marcelinho Hora – Na verdade já nos conhecíamos há um tempo e sempre tivemos vontade de fazer algo diferente, foi quando surgiu a idéia do Trotamundos. O conceito da gente é ampliar os olhares das pessoas, contar a história através da foto. É muito sobre provocar para a pessoa um olhar mais crítico sobre o que ela vê. A gente sempre está pensando coletivamente, todo mundo participa do processo. Existe um núcleo do grupo, mas todo mundo que trabalha conosco nos projetos desenvolvidos também é do Trotamundos Coletivo. O objetivo é que a gente consiga tirar dessas pessoas um olhar sobre o coletivo, a coisa do fazer junto. MH – Nesse projeto a idéia é não assinar a foto, então você não consegue distinguir, dizendo que a foto é de um fulano o sicrano, isso que é fantástico porque nós trabalhamos com o coletivo. A parte da teoria é a menor parte do contexto, o que faz que as oficinas tenham o resultado é justamente as experiências, essa coisa do estar próximo, do fazer a foto. Infonet – Como foi realizado o primeiro projeto “Quem faz a foto?” no Centro de Atenção Psicossocial? Marcelinho Hora – Todo o trabalho com o pessoal do CAPS Jael Patrício foi feito com uma máquina analógica, a oficina durou mais de dois meses. Eles faziam as fotos, aí nós recolhíamos o filme para revelar foto por foto. Tivemos que trabalhar com curadoria, se tem 500 fotos feitas, a gente escolhe as dez melhores e discute com eles. Num segundo momento eles levaram as máquinas para contar as histórias das fotos. Infonet – Essa primeira oficina foi somente com os usuários do CAPS ou envolveu mais pessoas? MH– A idéia foi justamente não criar um muro, pois era muito fácil a gente chegar lá e criar uma oficina só para os usuários, mas a gente quebra essa coisa meio assistencialista, pois o trabalho da gente se aplica para todo mundo. Tivemos o apoio e participação de pessoas da comunidade, profissionais de saúde, e também dos próprios funcionários do centro, a gente realmente conseguiu integrar todo mundo. Não existe uma diferenciação. Marcelinho Hora – Como a repercussão da exposição do projeto no Caps foi muito positiva, recebemos o convite da Prefeitura de Aracaju através da Secom para fazer um trabalho junto com a data de aniversário da cidade. O problema é que tínhamos um prazo curtíssimo em mãos, menos de um mês para organizar, efetivar, divulgar e expor. Chegamos à conclusão que a melhor solução seria encurtar o conteúdo teórico e trabalhar mais a prática do processo criativo fotográfico. Infonet – E como foi o contato dos garotos com a máquina? Eles apreenderam fácil? Marcelinho Hora – Foi interessante, pois a maioria só tinha tido contato com fotos de celular. Quando eles começaram a fotografar, tinha essa coisa adolescente de tirar fotos de si mesmo. A realidade deles é diferente, os meninos tinham entre 14 e 17 anos e 90% deles não conheciam a Colina do Sto. Antonio. Então levamos eles para fazer fotos no mirante da 13 de julho, de lá fizemos a parte do pescado no mercado, em seguida fomos até o mercado de artesanato e beco dos cocos, finalmente fomos até a orlinha do bairro Industrial. Eles ficaram fascinados com locais da cidade que nunca haviam ido. Infonet – Como é arrecadada a verba para os projetos? Marcelinho Hora – A oficina aplicada aos garotos do Projovem teve o custo e a produção viabilizados pela Prefeitura de Aracaju em parceria com o Projeto Mídia Jovem do governo do Estado. Já no Projeto “Quem Faz a Foto?” realizado no CAPS Jael Patrício, o apoio que recebemos foi somente para a viabilização da exposição do resultado. Nele tivemos o apoio tanto do governo, quanto da prefeitura, além da iniciativa privada. Mas para a realização das oficinas não houve apoio, a gente bancou o sonho! Infonet – Como alguém interessado pode fazer para participar de um projeto do Trotamundos? Marcelinho Hora – O Trotamundos está aberto a convites para aplicar oficinas de foto em qualquer tipo de empresa ou entidade que tenha interesse. E acima de tudo que entenda a aplicação e transmissão desse conceito sobre a fotografia. Quem estiver interessado no trabalho do coletivo, pode entrar em contato conosco através da página na internet, pelo e-mail do grupo ou ainda pelos telefones 8101-5820 que é o meu e o 8843-9740 do Zak Moreira. Por Bruno Antunes
Um olhar diferente, com essa idéia surgiu o Trotamundos Coletivo que é um grupo de fotógrafos sergipanos que se reuniram para fazer fotos de um jeito diferente. Os repórteres fotográficos Alejandro Zambrana, Zak Moreira e Marcelinho Hora compõem o núcleo do grupo. Mas a cada projeto, novos participantes passam a fazer parte, como por exemplo, o cinegrafista Edézio Aragão que vem registrando em vídeo todos os passos da trupe. Meninos que moram na antiga invasão da Coroa do Meio não conheciam pontos turísticos da cidade
Infonet – Vocês desenvolvem um projeto chamado “Quem faz a foto?”. Como ele funciona? Para Marcelinho Trotamundos renova o conceito de fotografia no Estado
Infonet – Foi a partir da repercussão da primeira oficina que surgiu o trabalho com os meninos da antiga invasão da Coroa do Meio? Marcelinho diz que a idéia é fazer um trabalho em que todos participam das etapas
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B