Maurício Meirelles fala do espetáculo ‘Não leve a Sério”

Maurício promete uma boa risada a cada 20 segundos (fotos: divulgação)

De forma simples e sempre com um humor sagaz, o comediante Maurício Meirelles promete um espetáculo especial e bem divertido na sua apresentação única em Aracaju no próximo domingo, 21, no Teatro Atheneu. O espetáculo ‘Não leve a Sério’ está em cartaz desde o início do ano, rodou todo o país e foi premiado recentemente. Maurício Meirelles fala sobre o espetáculo, mas também faz criticas e revelações curiosas sobre o modelo stand up e a comédia no Brasil. Acompanhe!

Portal Infonet – ‘Não leve a Sério’ é o seu primeiro solo de comédia? Há quanto tempo o espetáculo está em cartaz?

Maurício Meirelles– Já faço stand up há cinco anos, sempre em grupos. Comecei a fazer solo de stand up em 2010, mas era mais uma compilação de textos do que uma peça com começo, meio e fim. O ‘Não Leve a Sério’ é uma proposta de espetáculo. Tem uma abertura de telão, surpresas e um conceito, diferente do meu solo anterior. Estou em cartaz com ele desde o começo do ano e já viajei o Brasil todo com essa turnê. Fico muito feliz ao saber que a peça tem sido eleita a melhor do gênero atualmente.

Infonet – O que o público sergipano pode esperar do espetáculo?
Maurício – Tenho um compromisso com o gênero matemático do stand up e garanto a cada 20 segundos uma boa risada. Se isso não acontecer, aproveitem a grande chance de espancar um repórter do CQC, pois vou estar muito perto da plateia (risos).

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Infonet- O stand up virou febre no Brasil nos últimos anos. Você acredita que este modelo veio para ficar?
Maurício –
Sempre digo que as pessoas se vestem por moda, dançam por moda, mas ninguém ri por moda. A comédia sempre vai ter seu lugar, pois mexe com o instintivo. Porém, acho que a febre trouxe coisas boas e ruins ao mesmo tempo. O bom é a divulgação e disseminação do gênero. O ruim é alta demanda, gerando shows péssimos e comediantes que só querem aproveitar uma fase. A tendência é daqui pra frente o gênero amadurecer.

Infonet- Quais são os assuntos abordados neste espetáculo? Haverá alguma mudança para a apresentação em Aracaju?
Maurício
– Em toda cidade que vou pesquiso bastante sobre o lugar. Então com certeza teremos no mínimo uma boa parte do show em homenagem ao cotidiano sergipano. Ou seja, um material exclusivo que vou pesquisar e escrever durante o dia. Já faz parte do meu roteiro. Espero que os políticos daí não compareçam ao meu espetáculo (risos).

Infonet- De onde você tira inspiração para suas piadas? Como faz para não cair na mesmice e ter um diferencial dos outros comediantes?
Maurício
– Vim do mercado publicitário, um lugar onde precisa criar 500 filmes para se aprovar um. Aprendi que uma boa piada é 1% inspiração e 99% transpiração.  Esse critério me ajudou muito a sair do humor superficial e tentar aprofundar ao máximo  cada tema. E a principal coisa que aprendi com a publicidade é que é possível ser criativo com tudo: desde cerveja a uma pastilha de freio. Na comédia não é diferente.

Infonet – Você acredita que o Brasil é um celeiro de comediantes como costumam dizer? O que a comédia stand up difere de outros países? O seu trabalho se encaixaria lá fora?
Maurício –
Sim, estamos vivendo a melhor fase do humor nacional dos últimos tempos. Nunca antes a TV e Cinema investiram tanto em humor como nos últimos anos. Fico muito feliz em fazer parte dessa nova geração, embora ache que ainda há muito pra crescer. Os comediantes estão fazendo um bom trabalho, mas ainda temos muitos tabus pra serem quebrados e muitos acabam se irritando muito com isso. Acho que meu trabalho se encaixaria lá fora, mas eu precisaria penar muito para ter um destaque. Tudo que estamos lutando hoje, os americanos já lutaram há 50 anos. O humor lá é mais ácido e contestador. Aqui ainda estamos engatinhando.

Infonet- Podemos dizer que você é um comediante completo já que você escreve, atua e apresenta? Em que cenário você acredita que se sai melhor? E em qual deles você se sente realmente realizado?
Maurício –
O que eu meio saio melhor é como redator, função que já faço há mais de 10 anos. O stand up me abriu muitas portas. Graças a ele eu peguei experiência em atuação e, hoje no CQC, de apresentação. Longe de me considerar completo, pois não imito, não canto, não interpreto. Mas me considero muito dedicado nessas três funções: escrever, atuar e apresentar. Por mim, viveria apenas de stand up a vida inteira, que é onde eu realmente domino.

Infonet – Como surgiu a ideia de escrever o livro ‘E se o Stand Up virasse livro’? Como foi a aceitação?
Maurício –
Em 2007 eu escrevia semanalmente pro IG. Muitos textos foram utilizados no palco, mas a grande maioria ficou engavetada. Resolvi compilá-los e lançar um show de comédia impresso. O livro é um texto corrido que passa por todos os temas, igual é no stand up. Lancei em 2010 pela Ediouro e pretendo levar alguns exemplares para vender em Aracaju.

Por Raquel Almeida

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