Sapucahy projeta novo Brasil Favela para o próximo ano

Sapucahy: preparativos para Favela Brasil II (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

Depois do grande sucesso no Rio de Janeiro e outras capitais do país, o músico Leandro Sapucahy vem a Aracaju com o Baile do Sapucapeta, um espetáculo que começou com um formato reservado a um desfile de moda no Rio de Janeiro e que se tornou um dos maiores eventos pop da comunidade carioca, que agora desponta por vários pontos do país.

Hoje Sapucapeta é a atração em Aracaju e no sábado, 3, o cenário será Natal, a capital do Rio Grande do Norte. Na tarde desta sexta-feira, 2, assim que desembarcou em Aracaju, Leandro Sapucahy conversou com o Portal Infonet e anunciou seus planos para o futuro, que incluem o lançamento de uma segunda versão do Projeto Favela Brasil, que, a exemplo da primeira, terá direção de Regina Casé e Estevão Ciavatta.

Acompanhe, a seguir, os melhores trechos da entrevista que o músico concedeu ao Portal Infonet nesta tarde.

Portal Infonet – O que o público sergipano pode aguardar deste espetáculo?
Leandro Sapucahy
– O Sapucapeta surgiu de um grande baile e a gente toca o melhor e o sucesso de tudo, com uma roupagem nova e muita alegria. É uma big band, como tinha antigamente com o Tim Maia, Black Rio… Várias bandas tinham esta formação, tipo Naipe de Metal, com muita percussão, bateria, baixo, teclado e vocal. A gente fez esta big band para tocar o melhor de tudo, para as pessoas realmente se divertirem o tempo todo.  Vendo o resultado de shows de artistas com música inerte, chegava uma hora que o artista ficava meio cansado e aí resolvi fazer o baile de novo, que é justamente para as pessoas aproveitarem o tempo todo as músicas que são sucesso.

Portal Infonet – Qual o repertório deste show, difere muito dos seus trabalhos anteriores?
Leandro Sapucahy –
O repertório passa pelo samba, pelo samba balanço, depois pelo pop pelo pop rock e termina com o funk, que é bem para agradar gregos e troianos.

Portal Infonet – Como tem sido a recepção do público pelos estados por onde já passou, especialmente no Nordeste que tem uma tradição mais puxada para o Forró?
Leandro Sapucahy
– Esse projeto começou no Rio de Janeiro como uma brincadeira que foi uma roda de samba feita para um desfile de uma estilista muito famosa, Isabela Capeto. Ali, a coisa foi tomando um tamanho e foi deixando de ser brincadeira para ficar um baile sério. A gente só fazia em alta temporada, no verão, e a gente recebia muito turista no Rio de Janeiro e todo turista chegava e dizia: ‘você tem que levar isso para o meu Estado’ e acabou que a gente não criou essa ponte. Isso acabou surgindo naturalmente. Cada um que foi lá do seu Estado fez o contato e acabou levando a festa para o Brasil todo e está sendo um sucesso, graças a Deus.

Portal Infonet – Sua história passa por um perfil marcado por críticas sociais em suas melodias. Você abandonou este perfil?
Leandro Sapucahy
– Na verdade, o Sapucapeta é um projeto especial, é um braço da minha carreira porque minha carreira é realmente política e crítica, de um samba mais agudo – digamos assim – mais feroz e mais crítico.  E aí o Sapucapeta foi uma saída, um braço na minha carreira que achei de me divertir mais e ter menos aquele discurso. É um momento de descontração, é um trabalho que tem todo um tom de improviso também porque a gente recebe convidados nos Estados por onde a gente passa: a gente já recebeu Fernanda Abreu, D2, Preta Gil, o Loroza [Serjão], que é o nosso convidado aqui [em Aracaju]. O baile me dá esta liberdade para receber estes convidados e ficar mais livre dentro do que é este divertimento. Já dentro da minha carreira, é uma coisa mais séria, com um discurso mais político, onde eu tenho que ter uma preocupação com o comportamento também.

Portal Infonet – Quais seus planos para o futuro depois de todo esse sucesso de Sapucapeta?
Leandro Sapucahy
– Todo dia a gente é pego de surpresa. Nunca tive o pensamento de que este baile viraria um DVD, um produto de uma gravadora internacional. E hoje isso virou uma realidade. A gente gravou um DVD pela Sony Music, que está divulgando o baile como um produto mesmo e a gente está fazendo uma agenda de televisão muito grande. Isso foi tomando uma proporção muito grande e eu só espero agora, para o futuro, é a gente conseguir concluir todos estes compromissos e conseguir levar o nosso baile a todos os cantinhos do Brasil.
Portal Infonet – Este lado mais sério, você o abandona?
Leandro Sapucahy – Não. Na verdade, estou preparando um DVD, que é o segundo DVD Favela Brasil II, que, como o primeiro, também terá direção de Regina Casé e Estevão Ciavatta. Já estou preparando o repertório e os áudios. Estou gravando tudo porque este vai ser só de clips. Mas este projeto atual, o Sapucapeta, vou levar direto e, no meio do ano que vem, vou estar gravando este outro projeto para poder lançar, talvez, no ano que vem.

Portal Infonet – Neste próximo projeto então teremos uma concepção mais crítica?
Leandro Sapucahy
– Exatamente. Onde falo mais de favela. Mas hoje não está nem mais tão crítico porque o nosso momento político passa por uma mudança. Mas continuo falando de periferia, de favela, de fatos reais, sem ter nada do lado romântico que muita gente, no samba, prega. O meu samba não tem este lado romântico, ele só tem o lado crítico-social.

Portal Infonet – Procede a informação de que você teria sido confundido com bandido justamente por este seu lado crítico?
Leandro Sapucahy
– [Risos]. Na verdade, pelo fato das letras e ter algumas músicas inspiradas em alguns amigos que acabaram indo para um caminho não tão certo, as pessoas acharam que, pelo fato de eu estar cantando aquela música, aquela história seria minha. E aí [disseram] ‘você já foi preso, já foi bandido’. Mas agora isso já está esclarecido e eles sabem que eu canto a realidade, que é uma realidade próxima de mim, assim. Mas não é a minha história. Pelo contrário. Eu tento fazer com que a minha música alerte estes jovens que eu conheço, que vão por este caminho, para que eles tomem uma decisão certa, uma decisão correta. Há tempo ainda.

Portal Infonet – Esta confusão de entendimento e de interpretação do seu estilo foi um motivo que o levou a se afastar deste seu lado crítico?
Leandro Sapucahy
– Na verdade eu não me afastei. São projetos que ficam trocando de posicionamento: em uma hora está mais em evidência, em outro eu recolho e, depois, lanço outro. O que me fez lançar o projeto Sapucapeta foi a reação do público com relação ao projeto que era pequenininho e que, quando vi, tinha perdido o controle, que a coisa estava sendo super desejada e não só no Rio de Janeiro como nos outros Estados. Procurei dar ênfase a isso porque o momento era muito bom e eu queria um pouco de descontração, na verdade. A minha música sempre foi muito tensa e o baile fez com que eu conseguisse me divertir bastante também fazendo música.

Portal Infonet – Qual a mensagem que você deixaria para o público sergipano?
Leandro Sapucahy
– Dizer que a gente está com um projeto super bacana na rua, que tem um CD e DVD e que é um projeto que, se você não tiver a oportunidade de ver ao vivo, você leva o DVD para casa e vai ter uma festa dentro de casa porque é um repertório todo pra cima, com músicas que você certamente conhece, de grandes nomes da música brasileira.

Por Cássia Santana

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais