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A 4ª cidade mais antiga do Brasil parou para assistir a procissão (Fotos: Portal Infonet)
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A 4ª cidade mais antiga do Brasil parou na noite desta quinta-feira, 21, para assistir a Procissão do Fogaréu. O evento, que é uma alusão à perseguição a Jesus Cristo, foi profano trazido pelos portugueses e já faz parte do calendário cultural de São Cristóvão desde o século XVIII.
São 200 homens usando trajes típicos, carregando lanternas e representando os soldados romanos que caçavam Jesus para crucificá-lo. “O objetivo é mostrar através de uma encenação a céu aberto, todo o trajeto de perseguição a Jesus Cristo. A procissão mantém a tradição viva aqui na cidade, além de ser um evento muito gratificante porque a própria população participa do processo de construção”, destaca Elber Menezes, organizador do núcleo dos soldados.
O trajeto é composto pelo cenário natural da cidade. As luzes do centro histórico são apagadas para que dêem lugar a fogaréus e tochas. Com presença 100% masculina, a procissão mantém a tradição da época, quando as mulheres não saiam pelas ruas à noite, principalmente para caçar um condenado.
A tradição da procissão envolve ainda a encenação de cinco principais acontecimentos, a entrada de Jesus Cristo na cidade de Jerusalém, oração no Horto das Oliveiras, a última ceia, prisão e a ressurreição de Cristo. Mas por motivos técnicos, está suspensa há dois anos.
Valmir Passos, que há 30 anos participa do grupo e representa o personagem Judas Iscariotes, destaca a importância da tradição. “Há pouco uma criança veio me contar que participou de uma peça na escola. Ele viu o DVD com imagens e interpretou o papel igual ao meu. Isso nos deixar maravilhados, pois este trabalho também traz para o mundo de hoje a intenção de fazer com que a sociedade pare para refletir sobre a violência e o mundo que estamos vivendo”, revela.
Histórico
Suspenso em 1963 pelo vigário Frei Fernandes por falta de conscientização e participação efetiva dos homens, a procissão só retornou 15 anos depois sob coordenação de Daniel Lima, o qual está à frente do evento até hoje. O ritual sacro pagão atrai anualmente centenas de visitantes e devotos que vêem no ato uma forma de pedir perdão e repensar sobre a vida e tudo que o filho de Deus fez por nós.
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