Festival transforma Sergipe em palco das artes cênicas

Final do espetáculo Figo das Figueira (Fotos: Portal Infonet)

Até o próximo domingo,13, Aracaju é palco de diversos espetáculos teatrais através do Festival de Artes Cênicas que foi iniciado no dia 25 do mês passado. Um dos espetáculos mais esperados pelo público era do grupo Mamulengo de Cheiroso, que une uma mistura de artesanato, música, canto, dramaturgia e interpretação. O grupo exibiu na última terça-feira, 8, o espetáculo ‘Figo de Figueira’ no Teatro Atheneu.

Além do próprio festival já ser um dos importantes eventos no calendário dos produtores culturais, a democratização e gratuidade destes espetáculos tem atraído um público cada vez mais sólido e que contribui para expansão do cenário teatral sergipano. “Há muitos anos vem se tentando aumentar essa democratização do teatro, e isso é uma luta importante porque o teatro é do povo. Teve uma época em que os espetáculos eram feitos par uma determinada classe, mas hoje em dias as pessoas querem teatro”, enfatiza Augusto Barreto, representando do grupo Mamulengo.

Augusto conta que grupo Sergipano é conhecido em outros estados

O grupo Mamulengo vive hoje seus 38 anos de história, e além de dar continuidade ao teatro de bonecos artesanais, tem inspirado novos grupos que pretendem trilhar o caminho de produção teatral, neste momento, ainda com espetáculos independentes. O espetáculo desta terça-feira atraiu sete estudantes da Universidade Federal de Sergipe, campus Itabaiana, cujos formam há dois anos o grupo “Show da Química”, que também traz espetáculos com mamulengos, porém, abordando temas científicos.

“Nós viemos ver como funciona para absorver melhorias para nosso grupo. Nosso trabalho é exibido em praças, feiras livres, escolas do interior de Sergipe. O melhor de tudo é observar que tem um público para o teatro, principalmente os mais jovens. Então estamos nessa linha de estimular o futuro do teatro”, afirma Gilvânia Alves, integrante do grupo itabaianense.

Público ficou curioso para conhecer bonecos artesanais

Já Alyson Passos, outro integrante do grupo Show da Química, acredita que ainda existe o obstáculo da falta de investimento para aqueles que decidem trilhar o caminho do teatro em Sergipe. “Existe esse obstáculo da falta de editais, investimento e valorização dos pequenos grupos, mas como eu disse, nossos espetáculos têm sido independentes e as pessoas param para nos assistir quando exibimos nossos espetáculos”, conta.

Reconhecimento

O Mamulengo de Cheiroso visitou vários estados do Brasil em 2013 e, de acordo com Augusto, os espetáculos foram marcantes para o grupo que viu seu trabalho reconhecido fora do seu Estado. “Percebemos que as pessoas reconheciam nosso teatro, ou seja, já é uma coisa popular. Uma continuação da tradição, mas que tem atraídos novos públicos e garante um futuro para o teatro”, comemora.

À direita Gilvânia, e logo em seguida, Alyson

O grupo prepara agora mais um projeto de viagens em todo o Brasil para 2016, com espetáculos contando a história de Clemilda.

Por Ícaro Novaes e Aisla Vasconcelos