(Foto: Ascom Sejuc) |
O final da tarde desta segunda-feira, 21, chegou com muita arte e brilhantismo no Teatro Atheneu. Internos do Presídio Feminino e do Copemcan, junto aos músicos professores do projeto Penarte, com direção do poeta, Cláudio Viana, trouxeram para o palco momentos de emoção com poesia e música.
O espetáculo foi prestigiado por autoridades, como o secretário de justiça, Antônio Hora Filho, e diretores das unidades prisionais do estado de Sergipe, além dos familiares dos internos que puderam ver o espetáculo e por alguns momentos matar a saudade de seus entes queridos que estão em situação de prisão.
Para o secretário, Antônio Hora Filho, esse é um momento importante, porque concretiza ainda mais o projeto de ressocialização investido pela atual gestão. "Uma das principais bandeiras dessa gestão da Sejuc, é justamente a ressocialização, e nós entendemos que a cultura é uma ferramenta muito importante e decisiva nesta luta contra a reincidência de cometimentos de delitos. Os índices de reincidências por internas que passaram pelo programa Penarte são muito mais baixos do que a média nacional, isso significa dizer que a utilização da cultura, as oficinas culturais para os internos faz com que o resgate cultural se efetive de forma mais concreta. Nós esperamos sim dá continuidade nessas oficinas culturais de teatro, de dança, de interpretação, de literatura, porque nós temos uma meta e para 2016 nós precisamos baixar sensivelmente a reincidência de cometimentos de delitos, e a cultura se apresenta como uma linguagem muito própria, muito acessível e que a gente consegue efetivamente passar a mensagem do não cometimento de delitos," disse, o secretário.
Para os diretores das unidades prisionais, onde o projeto Penarte tem sido executado, a presença dos professores e das ações é de tamanha importância para o avanço dos internos para uma vida melhor, como afirma a diretora do Presídio Feminino (Prefem), Valéria Patrícia. "A expectativa é grande, porque a gente já está na quarta edição, mas todo ano é uma emoção diferente, a emoção é dupla, tanto a gente ver o brilho no olho das meninas, que estão participando, como ver também a emoção das ex-internas que já participaram e hoje já estão soltas e mesmo assim elas vem prestigiar. Então é uma emoção diferente a gente ver esses dois públicos, o público que já passou por nós e público que está conosco, então para nós é muito gratificante.
O diretor do Copemcan, Jean Guimarães Santos, se mostrou muito satisfeito com a participação dos internos no projeto.
"O Penarte realmente veio auxiliar bastante o trabalho desenvolvido lá no Copemcan. O comportamento melhora muito, diminui o estresse, porque é um trabalho que eles conseguem desenvolver e isso auxilia no trabalho que a gente desenvolve lá, eles ficam mais calmos, as famílias ficam bastante satisfeitas e orgulhosas do trabalho que eles estão fazendo e é bastante interessante."
O espetáculo
Este ano o poeta e coordenador de ressocialização da Sejuc, Cláudio Viana, desenvolveu junto aos 45 presos, entre eles 43 internas do Presídio Feminino e 2 internos do Copemcan, e aos artistas (professores) das oficinas oferecidas dentro do Penarte, um espetáculo cheio de emoção e criatividade, integrando artes como a música, a poesia e a arte cênica. Os temas trabalhados no espetáculo "A cor da vida é transparente", foram a discriminação racial e a conscientização do uso da água em nosso planeta. As internas do Presídio Feminino estiveram cheias de expectativas para o espetáculo e deram tudo de si para o momento da apresentação.
"É a segunda vez que participo do Penarte e é fantástico, a energia é maravilhosa, de está ali no palco declamando um poema, cada um mais lindo que o outro. Vou declamar um poema falando sobre preconceito racial, sobre amor e vida. O poema que eu mais me identifico no espetáculo é sobre o preconceito, porque tem pessoas que hoje em dia acham que preconceito só é de cor e preconceito é toda a causa que você desconhece e julga, então o poema que é mais marcante para mim é sobre o preconceito," disse a interna, M.L.S.
A interna, T.M.P, também falou sobre como dentro da unidade ela e suas colegas estão conscientes sobre a questão da economia da água, como o envolvimento com o projeto levou a essa conscientização para dentro do presídio. "Dentro do presídio a gente tem conscientização de economizar a água, e o seu Cláudio conversou com a gente, para economizar a água e nós temos a conscientização de quando for escovar os dentes fechar a torneira, e se ensaboar no banho fechar o chuveiro também. Todo mundo é consciente lá, quando uma amiga deixa o chuveiro ligado nós avisamos, alertamos, dizendo que nossos netos ficarão sem água desse jeito," disse.
A apresentação trouxe muita reflexão a respeito dos temas discutidos. Entre poesias com versos sobre a questão racial, foi possível ouvir músicas como "Olhos Coloridos" de Sandra de Sá, que levanta a problemática do preconceito quanto aos cabelos crespos e a cor negra. Além da discussão a cerca da poluição dos rios e desperdício da água, na encenação interpretadas pelas internas no encerramento do espetáculo.
Foi uma apresentação muito rica na poesia declamada pelas internas do Prefem, e nas músicas acompanhadas pela percussão tocadas por elas e por dois internos do Copemcan, que estiveram no palco, orientados pelo professor e músico Tonico de Ogum e acompanhados pelo ritmo da banda de reggae, Reação. Além da participação da banda feminina de rap, Flor Marias.
Com informações da Assessoria de comunicação Sejuc
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