Li e Recomendo traz dica do jornalista Adiberto de Souza

A dica da semana é do jornalista Adiberto de Souza (Foto: Arquivo Pessoal)

A dica de leitura do primeiro Li e Recomendo de 2016 é do jornalista Adiberto de Souza. O livro escolhido é os ‘Sertões’ de Euclides da Cunha. 

Esta obra de fôlego retrata a Guerra de Canudos, travada entre o Exército brasileiro e os milhares de seguidores do beato Antônio Conselheiro. O semiárido da Bahia é o palco do demorado e sangrento conflito, ocorrido no final do século 19 (1896 e 1897). Em Os Sertões, Euclides mistura literatura, sociologia, filosofia e história, geografia, geologia, antropologia. Como correspondente da guerra, ele relata as quatro expedições do Exército a Canudos e testemunha a fome, a peste, a violência e a insanidade da guerra.

Como dizem os estudiosos dessa grande obra, Os Sertões é, acima de tudo, um livro de tese, no qual Euclides da Cunha promove um amplo debate a respeito da nacionalidade valendo-se de sua concepção sobre como se encontram encadeados o meio físico, o homem e a cultura.

Graças à narração de Euclides da Cunha, a Guerra de Canudos acabou por se revelar ingloriamente como uma chacina de milhares de brasileiros miseráveis, esquecidos pelo governo. O livro deixa evidente que não houve conspiração alguma e que os sertanejos seguidores de Antônio Conselheiro não tinham qualquer ligação com os monarquistas instituídos, não passando de mestiços pobres e ignorantes. Estima-se que morreram no conflito cerca de 15 a 25 mil pessoas, mas esses números são bastante imprecisos.

"Recomendo o livro por ser uma obra que desfaz o clima de ufanismo reinante no Brasil daquela época, expõe a força do braço armado do Estado contra os sertanejos entregues à própria sorte, mostra para o resto do país uma região esquecida, mas rica em sua flora e fauna, além de revelar um atuante correspondente da guerra travada no Nordeste", diz Adiberto.

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Obra: Os Sertões
Editora: Montecristo
Autor: Euclides da Cunha
Sinopse: Os Sertões é um livro escrito por Euclides da Cunha e publicado em 1902.Trata da Guerra de Canudos (1896-1897), no interior da Bahia. Euclides da Cunha tinha presenciado uma parte desta guerra como correspondente do jornal O Estado de S. Paulo, e ao retornar escreveu um dos maiores livros já escritos por um brasileiro. Pertence, ao mesmo tempo, à prosa científica e à prosa artística. Pode ser entendido como um obra de Sociologia, Geografia, História ou crítica humana. Mas não é errado lê-lo como uma epopéia da vida sertaneja em sua luta diária contra a paisagem e a incompreensão das elites governamentais. Importantíssima obra do pré-modernismo brasileiro, este livro possui uma narrativa que mistura jornalismo com tragédia poética, tornando-se um dos escritos mais fantásticos e heterodoxos da literatura do Brasil.

Por Aisla Vasconcelos

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