“O Filho Eterno” traz reflexão sobre tolerância

O monólogo é interpretado por Charles Fricks (Foto: Secult)

A relação dramática entre um pai e seu primogênito, portador da Síndrome de Down, fazem da peça “o Filho Eterno”, uma emocionante reflexão sobre temas como tolerância, diferença e amor. Baseado no famoso livro de Cristovão Tezza, a peça foi apresentada no Teatro Atheneu, em três sessões, nos dias 08, 09 e 10 de abril, dentro da programação do II Festival Sergipano de Artes Cênicas.

Interpretado por Charles Fricks e com direção de Daniel Herz, este é o primeiro monólogo da Cia dos Atores de Laura, grupo convidado do Rio de Janeiro. “Sempre tive vontade de fazer um monólogo e quando li o livro fiquei apaixonado pela história. Foi então que convidei Daniel Herz para e dirigir, uma pessoa em que confio muito, já que trabalhamos juntos há mais de 20 anos”, contou Charles Fricks.

A peça, assim como a obra original, conta a história real de Felipe, hoje com 35 anos, escrita por seu próprio pai. Para a montagem, ator e diretor contam que tiveram contato direto da família, além de sugestões do próprio Tezza. “Cristovão teve uma relação de muita parceria com a gente, ele inclusive já viu a peça sete ou oito vezes. Criamos amizade, e percebemos que a família dele é muito alegre, forte e potente”, contou Daniel Herz.

Ainda segundo o diretor, na adaptação teatral feita por Bruno Lara Resende, houve o cuidado de não tornar o drama apelativo e meloso. “A gente queria evitar a ideia de autopiedade, e Bruno, que coincidentemente também tem um filho com a Síndrome de Down, trouxe uma questão filosófica muito importante para o processo de adaptação, sem sentimentalismo barato, dando o tom certo para o espetáculo”.

Referência de críticas positivas, o espetáculo foi o vencedor dos Prêmios Shell nas categorias de melhor ator e especial de direção de movimento, do Prêmio APTR de melhor ator e do Prêmio Orilaxé (Afroreggae) Categoria teatro para o diretor.

As estudantes de curso técnico, Fernanda Marina dos Santos e Larissa Barbosa dos Santos disseram gostar muito da peça, considerando seu caráter crítico. “O tema faz abordagem das relações de diferenças de uma forma que eu nunca tinha pensado. Está é a primeira vez que vejo um monólogo e gostei muito, pois mesmo sozinho, o ator conseguiu prender bem a atenção do público com as falas e a movimentação no palco”, comentou Fernanda.

“Achei muito boa a forma de interpretação, principalmente quando o ator junta os personagens dele, pai, e dele imitando o filho, de uma forma bem expressiva, com sarcasmos e ironias, que apontam como as pessoas reagem em relação a este tipo de doença. Foi muito emocionante e impactante para mim”, acrescentou Larissa.

Oficina

Durante a tarde a Companhia Atores de Laura também participa do Festival com a oficina “Prática de Interpretação”, oferecida para profissionais das artes cênicas. A oficina acontece no Teatro Tobias Barreto.

O Festival

Promovido pelo Instituto Banese em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura, o Festival contempla diversos gostos e faixas etárias, com espetáculos de circo, dança e teatro.  As apresentações estão distribuídas entre teatros, praças e outros espaços públicos, totalmente gratuitas, e seguem até o dia 30 de abril deste ano.

Confira os próximos espetáculos da programação

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