Biblioteca Pública realiza palestra sobre o 13 de maio

História da Abolição (Fotos: Secult)

Com o tema “13 de Maio: A Verdadeira História da Abolição”, a Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED), realizou nesta quinta-feira, 12, uma palestra onde foram discutidas questões que envolvem a Lei Áurea, decreto que estabeleceu o fim da escravidão no Brasil.

Promovida em parceria com a Diretoria de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Dphac) e com a Galeria de Artes J. Inácio, a palestra foi ministrada pelo Prof. Dr. Fernando Aguiar, membro do Conselhos Estaduais de Educação e de Cultura.

Na data, a BPED também homenageou uma das grandes referências da luta pela liberdade do povo negro, a professora e antropóloga brasileira, Lélia Gonzalez. A antropóloga é tema de uma exposição, doada para a BPED pelas curadoras Sandra Sena, do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade (ONU) e Márcia Vieira, da Associação de Mulheres “Maria do Egito”, e estará disponível ao público até o dia 31 deste mês.

Na abertura do evento, o assessor executivo da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Lindolfo Amaral, enfatizou a importância da realização de eventos que discutam assuntos como o que foi discutido na manhã de hoje. “Nós temos uma população predominantemente negra em nosso país, mas, lamentavelmente, o preconceito perdura até hoje. A Lei Áurea existiu, mas a discriminação ainda persiste em nossa sociedade”, afirmou.

O diretor do Dphac, Marcos Paulo, explicou que o evento faz parte de uma série de outras iniciativas que possuem a mesma linha temática e que serão realizadas ao longo do ano. “Além do 13 de maio, nós estamos pensando outros dois momentos, que são o 25 de julho, onde abordaremos a questão da mulher negra e o 20 de novembro que é o dia da Consciência Negra. O objetivo é que os temas sejam debatidos junto aos estudantes para haja um desenvolvimento crítico, sócio educativo e cultural nas diversas áreas do conhecimento”, acrescentou.

Exposição Lélia Gonzalez

Segundo o Prof. Dr. Fernando Aguiar o objetivo é que haja uma reflexão acerca do 13 de maio, pois, segundo ele, a data sempre gerou polêmicas porque a historiografia oficial sempre utilizou esta data como um elemento referencial importante para o fim da escravidão no país. Porém, alguns grupos de movimentos negros organizados sempre foram de encontro, enfatizando que apesar de haver o processo de abolição, não houve um processo de inserção do negro na sociedade.

Para ele, seria injusto negar a importância do 13 de maio, uma vez que somente em Sergipe, mais de 16 mil escravos foram beneficiados. Essa inserção não ocorreu na época porque a República instaurada naquela época não tinha interesse que a população negra estivesse inserida na sociedade. “Situar esse debate para o tempo presente, para sinalizar que a República instaurada no Brasil ratifica a Patrimonialização do Estado a partir das elites e não do povo brasileiro é uma das questões, e despertar no jovem a importância das políticas de ações afirmativas/ reparatórias, para erradicar essas desigualdades sociais, porque infelizmente até hoje no Brasil, a pobreza, a miséria, a marginalização e a violência tem cor”, enfatizou.

A palestra contou com a participação do Instituto Luciano Barreto Júnior, do Colegio Estadual Governador João Alves Filho e do Colégio Estadual Joaquim Vieira Sobral. Para os professores de cidadania e trabalho do Instituto, Daniel Bramo e Thiego Santos, o evento é fundamental para o desenvolvimento crítico dos alunos. “A data é muito importante e é necessário discutir sobre políticas públicas mais igualitárias”, acredita Thiego. “Nós trabalhamos o direito dos cidadãos e esse tipo de palestra é importante para que eles consigam entender todo o processo histórico que o país vem passando para chegarmos aos direitos que temos hoje”, finalizou Daniel.

Lélia Gonzalez

Mineira de Belo Horizonte, nascida em 1935, Lélia Gonzalez, graduou-se em História e Filosofia e trabalhou como professora da rede pública de ensino. Fez o mestrado em comunicação social e o doutorado em antropologia política, quando começou desenvolver pesquisas sobre gênero e etnia. Faleceu em 1994, no Rio de Janeiro.

Ascom / Sec. de Estado da Cultura

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