Plenário e galerias lotados durante a Sessão Especial (Foto: César de Oliveira) |
A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Sergipe, presidida pelo deputado Robson Viana (PEN), homenageou no final da tarde desta segunda-feira (12), o arcebispo de Aracaju, o alagoano Dom José Palmeira Lessa e o bispo da Diocese de Propriá, o italiano Dom Mário Rino Silvieri. Ambos receberam a Medalha Direitos Humanos “Dom José Vicente Távora”, cuja autora da resolução é a deputada Ana Lúcia (PT).
O primeiro ano da concessão da medalha foi em 2015, quando foi homenageado o médico Almir Santana, coordenador de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
“Como autora da resolução que criou a Medalha Dom José Vicente Távora, em defesa dos Direitos Fundamentais da Pessoa Humana, tenho buscado junto aos meus colegas na Comissão dos Direitos Humanos, um consenso para que de fato quem seja homenageado tenha serviços prestados em defesa dos direitos fundamentais da pessoa humana, a exemplo do médico Almir Santana e agora do arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa e do bispo de Propriá, Dom Mário Rino”, explica lembrando que a homenagem a Almir Santana se deu pela relação a toda uma luta de prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, principalmente o HIV.
E este ano, consensuamos o bispo de Propriá e o arcebispo da Arquidiocese de Aracaju, pelos trabalhos que eles construíram durante o período enquanto bispo e arcebispo, voltado para a superação da opressão e discriminação social, trabalhando em prol dos desvalidos e necessitados”, ressalta acrescentando que ambos estarão se afastando dos cargos no próximo ano.
“Na verdade, essa medalha é para ser concedida no Dia Internacional dos Direitos Humanos, que é 10 de dezembro, mas este ano caiu num sábado e no próximo ano, será em um domingo. Pela dedicação dos dois homenageados aos pobres e desvalidos e pela contribuição ao povo sergipano é que ambos recebem essa medalha da Assembleia Legislativa de Sergipe”, completa Ana Lúcia Vieira.
Homenageados
O bispo da Diocese de Prorpiá, Dom Mário Rino, ressaltou que a homenagem é o reconhecimento não apenas do seu trabalho, mas de muitas pessoas que o auxiliaram. “Se alguma coisa consegui fazer é porque muita gente trabalhou. É mais um reconhecimento por trabalhos vários, sejam a favor dos estudantes mais pobres na Cenec e em escolas da comunidade; como também há mais de 26 anos a favor dos drogados. Então são muitas pessoas. Digamos que é uma homenagem coletiva. Eu transfiro essa homenagem aos chamados “Zé Ninguéns”, pessoas que estão recobrando sua dignidade. Eu agradeço à deputada Ana Lúcia, mas muitas pessoas estão nestas parábolas”, ressalta.
Para o arcebispo de Aracaju, Dom José Palmeira Lessa, a alegria do momento é muito grande. “Esse é o momento de uma igreja, das pessoas de boa vontade que se unem em projeto para servir aqueles que vivem em situação de miséria. Falar em Direitos Humanos é falar na dignidade das pessoas, na esperança, na injustiça que está aos olhos de todos, na impunidade. Falara de Direitos Humanos é falar na exploração do homem contra o homem; é estar conectado com a doutrina social da igreja e a par com os princípios maiores da Constituição Federal e em sintonia com Jesus, o rei dos Direitos Humanos. A luta em defesa dos Direitos Humanos deve ser incessante”, afirma.
Dom Lessa disse ainda que relembrar Dom José Vicente Távora é trazer à tona a figura vulnerável de um cristão, de um bispo comprometido com os mais carentes. “É prestar um preito de justiça ao pastor que dedicou sua vida à igreja de Jesus Cristo, mas ainda aos pobres”, enfatiza agradecendo a homenagem recebida pela Assembleia Legislativa de Sergipe.
Naturalidades
Natural da Castelmassa, na Itália, em 15 de abril de 1942, Dom Mário Rino Sivieri é um bispo católico italiano, tendo sido ordenado sacerdote pelo Papa João Paulo VI em 1966. Está no Estado de Sergipe desde o dia 15 de maio de 1968, quando chegou à Diocese de Estância e iniciou as atividades no município de Lagarto, tendo passado 29 anos e fundado a Fazenda da Esperança, destinada à recuperação de dependentes químicos. Dom Mário Rino atua na Diocese de Propriá há 20 anos.
Dom José Palmeira Lessa nasceu em Coruripe, no dia 18 de janeiro de 1942. Foi ordenado padre da Igreja Católica em 3 de Julho de 1968 pelo cardeal Eugênio de Araújo Sales. Em 30 de Outubro de 1987 foi designado bispo de Propriá no Estado de Sergipe. Foi indicado como arcebispo coadjutor de Aracaju em 6 de dezembro de 1996 e, em 26 de Agosto de 1998, assumiu a titularidade da arquidiocese.
Já o patrono da homenagem, Dom José Vicente Távora, nasceu no município pernambucano de Orobó, em 1910. Chegou a Sergipe no ano de 1958 e foi Arcebispo da Arquidiocese de Aracaju no período que vai de 1960 a 1970. Incansável, Dom Távora foi um verdadeiro lutador da classe trabalhadora, da democracia, e principalmente dos direitos humanos em Sergipe. Chamado de ‘Padre dos Operários’, Dom Távora também criou o Movimento de Educação de Base em Sergipe e fundou a rádio cultura, como um meio para alfabetizar os pobres. Foi a partir do MEB que surgiram as articulações dos trabalhadores rurais para a criação dos primeiros sindicatos dos trabalhadores rurais e a Federação dos Trabalhadores Rurais do Estado de Sergipe. Durante sua vida pastoral, Dom Távora sempre estimulou a luta pela Reforma Agrária em todo o país.
Com informações da Alese
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