Hunald Alencar é homenageado do Aratu Vermelho

Animação da festa ficou por conta da banda Mestre Madruguinha (Fotos: Portal Infonet)

Thiago Oliveira é um dos organizadores do bloco que neste ano promoveu a ressaca do carnaval

Ana Lúcia diz que bloco foi criado com a intenção de manter viva a expressão da cultura sergipana

Foliões na concentração do Aratu Vermelho, na Rua Porto da Folha, em Aracaju

O poeta, professor, teatrólogo, dramaturgo e romancista de grande expressão na literatura sergipana, Hunald Alencar é o homenageado do bloco Aratu Vermelho, que reuniu dezenas de foliões em ressaca de carnaval realizada na tarde deste sábado, 11, em Aracaju.

“Mário Jorge é o patrono do bloco e como sempre pensamos em pessoas sergipanas intelectuais da arte e da cultura para homenageá-las, a exemplo do que já aconteceu com Ofenísia Freire, Robert de Cavalcanti, entre outros, nesse ano escolhemos Hunald Alencar, que nos deixou em maio de 2016 ao sofrer um ataque cardíaco”, explica o advogado, militante da área de direitos humanos e um dos organizadores do Aratu Vermelho, Thiago Oliveira.

O Bloco Aratu Vermelho, que já está em sua 9ª edição e geralmente abre os festejos carnavalescos na capital sergipana, nesse ano foi responsável pelo encerramento do carnaval. “É um bloco que foi criado com a intenção de manter viva, com irreverência e animação, a expressão da nossa cultura carnavalesca diferenciada. Ele traz a nossa identidade ideológica”, diz a professora organizadora do Aratu Vermelho, Ana Lúcia.

De acordo com ela, além de homenagear grandes nomes da cultura sergipana, o bloco tem como marca o vermelho que representa o socialismo. “O bloco traz em sua característica o vermelho que contagia os socialistas e membros do Partido dos Trabalhadores [PT] de vários estados brasileiros, com sua identidade própria da expressão da nossa cultura”, ressalta.

A animação da ressaca do Aratu Vermelho, que teve concentração na Rua Porto da Folha e seguiu em cortejo pelas ruas do bairro Cirurgia, ficou por conta da banda Mestre Madruguinha, grupo sergipano formado no ano de 2013 que trabalha com mistura de ritmos, especialmente de origem latino-americana, a exemplo do carimbo, da guitarrada, passando por gêneros como a cumbia, a salsa e o zouk.

Hunald Alencar

Durante todo o percurso, o Aratu leva ao conhecimento da população a história de vida de Hunald Alencar. Nascido em 1942, em Estância, o poeta respirava cultura já quando criança, quando iniciou no teatro no Grupo TIM – Teatro Infantil do Colégo Modelo, tendo atuado como ator na peça “A bruxinha que era boa”, de Maria Clara Machado.

Em seguida, Hunaldinho, como era carinhosamente conhecido, integrou o Tegebê, onde montou as peças “Eles não usam black-tie” e “Festim diabólico”. Demonstrando uma imensa capacidade de articulação e diálogo com grupos culturais de todo o país, Hunald dirigiu o espetáculo “Corpus”, com o Grupo Opinião, e a peça “O Violão de Rua”, com o Centro Popular de Cultura.

Versátil que era, como autor, Hunald escreveu as peças “Os Maguinus”, “Uma Vez, o Amor…”, “Quem Matou o Público”, “A Escravidão dos Deuses” e “A Morte do Doutor Pontual”. Formado em Direito e Letras, Hunaldinho ocupava a cadeira de número 10 da Academia Sergipana de Letras e, como último trabalho, escreveu o texto do espetáculo “Billie Holliday”, que ganhou os palcos sergipanos no último ano.

Por Moema Lopes

Com informações da organização do evento

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais