Rua São João não realizará festejos juninos

Local onde seria realizado o concurso de quadrilhas (Fotos: Portal Infonet)

Quem passa pela rua São João esse ano não vai vê a tradicional decoração e nem a animação típica do período junino. É que em 2017 não será realizado o concurso de quadrilhas como na maioria dos anos anteriores. A falta de parceria com a Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) foi o principal motivo para a não realização da festa de 107 anos.

O presidente do Centro Social e Cultural São João de Deus José Ronaldo Alves, responsável pela organização do evento, disse que é necessário estrutura e segurança para a festa acontecer. “As pessoas da vizinhança me procuram para que a festa aconteça, dizem que podemos fazer uma festa menor, com um trio pé de serra e cada um contribue. Mas para realizar um evento desse é importante ter estrutura e segurança, com policiamento”, explica.

De acordo com Ronaldo Alves, ele é responsabilizado por qualquer incidente que ocorrer na festa. “Por isso agi com muita cautela”, ressalta.

Vendedores sem Renda

Sem festa, dona Níria (à esquerda) não poderá vender comidas típicas "É uma festa boa", diz dona Níria (Foto: Arquivo Portal Infonet)

Sem a festa da rua São João, cerca de 40 vendedores ambulantes ficam impedidos de conseguir uma renda a mais. Esse é o caso da dona Níria Santos, de 60 anos. Rotineiramente ela vende frutas e verduras nos arredores do palco onde as quadrilhas se apresentam, mas seria no meio dos festejos que ela aproveitaria para vender comidas típicas, como é de hábito há 20 anos. “Eu colocava milho, amendoim e refrigerante… O que pudesse… É uma festa boa e eu vendia muito. Mas esse ano não vai ter, né?!…”, lamenta. “É triste. A gente fica só dando informação ao povo que passa e pergunta: ‘Não vai ter festa esse ano não?’”, exclama dona Níria.

Funcaju

A assessoria de comunicação da Funcaju informou que está dialogando com o Centro Social e Cultural São João de Deus desde o início do ano sobre a possível realização da festa, mas com os recursos escassos, não houve possibilidade de contribuir. O órgão também ressaltou que atualmente as verbas destinadas a ele são basicamente para cobrir a folha de pessoal e outras pequenas despesas.

Por Jéssica França