Três testemunhas falam sobre denúncias de desvio na PM

Aloísio Vasconcelos: sem fraudes (Fotos: Portal Infonet)

A Justiça Militar deu início à audiência de instrução e julgamento do processo judicial destinado à investigação de suposto desvio de combustível, usado nas viaturas da Polícia Militar de Sergipe. O processo foi instaurado por iniciativa do Ministério Público Militar (MPM), classificado como fato atípico, que está tramitando em segredo de justiça na 6a Vara Criminal de Aracaju, destinada a julgamento de processos que envolvem crimes militares.

O juiz Edno Aldo Ribeiro tinha interesse de ouvir as nove testemunhas arroladas pelo Ministério Público Militar. Mas foi possível a oitiva de apenas três: o gerente geral da rede que abastece as viaturas policiais através dos cartões controlados pela Polícia Militar, o frentista Neilson Câmara da Silva e também o sargento Edvan Santana Pereira, que exercia atividades no Centro de Suprimento e Manutenção (CSM), que é o setor responsável pelo controle de abastecimento de combustível no âmbito da estrutura da corporação militar de Sergipe.

Pelos depoimentos colhidos, o promotor de justiça militar João Rodrigues e o advogado Aloísio Vasconcelos não têm dúvidas de que o sistema de abastecimento controlado por cartões específicos contém falhas que tornam vulnerável toda a movimentação relacionada ao abastecimento das viaturas da Polícia Militar. Até o momento, neste processo, apenas o sargento Robertson Souza Silva é réu e está preso há aproximadamente dois meses, acusado de desviar recursos públicos.

Depoimentos são prestados na Justiça Militar

O promotor João Rodrigues ressalta que, no atual momento da investigação, há fortes indícios da participação do policial militar e de frentistas do posto de combustível onde os veículos são abastecidos no esquema para burlar o sistema e desviar recursos públicos. Mas, conforme ressaltou o promotor, outras diligências estão em andamento e não está descartada a possibilidade de ter ocorrido outros crimes, a exemplo de falsidade ideológica e inserção de dados de forma fraudulenta com participação de outros policiais militares e de funcionários do posto de combustível.

Defesa

O advogado Aloísio Vasconcelos, que atua na defesa do sargento Robertson, não tem dúvida da inocência do cliente. Ele garante que não há nenhum esquema de fraude que envolva o sargento em questão e nem qualquer outro policial militar articulado com frentistas do posto para desviar os recursos públicos. Para Vasconcelos, há grande vulnerabilidade no sistema que o torna frágeis os procedimentos para a liberação do combustível usado nas viaturas policiais. “E, por conta disso, gera incertezas e instabilidade”, destaca.

O sargento Robertson acabou sendo preso por ter tido o nome mencionado por uma frentista durante depoimento prestado na Secretaria de Estado da Segurança Pública. “Ela citou o sargento e depois se retratou, disse que foi pressionada a falar”, destacou o advogado. A frentista é arrolada como 

Julgamento ocorre após investigação de suposto desvio de combustível, usado nas viaturas da Polícia Militar de Sergipe

testemunha pelo Ministério Público Militar neste processo. O depoimento dela é imprescindível na ótica da defesa. “Até para o desenrolar dos fatos”, disse.

O advogado Aloísio Vasconcelos entende que o depoimento das três testemunhas ouvidas nesta segunda-feira, 2, foram importantes para inocentar o sargento Robertson. “O gerente geral do posto, o frentista Neilson e também o sargento Edvan, que era superior ao sargento Robertson, não reconheceram o sargento Robertson como a pessoa que fez qualquer desvio de combustível”, enalteceu, partindo em defesa da lisura em todos os procedimentos para abastecer as viaturas da PM.

Por Cássia Santana 

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais