Historiadora fala sobre luta de mulheres e do 8 de Março

Cláudia Santiago Gianotti é historiadora e fala sobre papel da mulher nos processos democráticos da América Latina (Foto: Portal Infonet)

Conforme a data de 8 de março se aproxima, quando é comemorado o Dia Internacional da Mulher, crescem os debates sobre o papel da mulher na sociedade, a questão da violência e equidade de gênero no mundo.

Sob este aspecto, a historiadora e coordenadora do Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC), Cláudia Santiago Gianotti, foi convidada a participar de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), às 14h30 desta quarta-feira, 7, sobre a participação da mulher na luta pela democracia no Brasil e na América Latina.

De acordo com a pesquisadora, a atuação das mulheres foi grande nos processos revolucionários não só na América, mas também na Europa. “Se a gente olhar, o século XVIII, houve muitas revoltas do povo por comida e trabalho, como na Revolução Francesa. Elas tiveram papel importantíssimo, pensando a revolução, lado a lado com os homens. Nesse mesmo período, na Inglaterra, mulheres lutavam pelos seus direitos. As mulheres são parte ativa ou protagonistas destas lutas”, apontou.

Apesar do tema da palestra, Santiago Gianotti questiona a aplicação da democracia em relação à mulher. “Estamos em um momento de democracia ameaçada. Temos democracia racial? Democracia para as mulheres? Em Sergipe quantas são parlamentares? São quatro de 24. Que democracia é essa? As mulheres são mais da metade da população. Sem dúvida podemos votar, posso falar o que penso, a Casa legislativa funciona, assim como o judiciário. Temos muitos problemas que a democracia não resolveu. No caso específico das mulheres, podemos apontar alguns focos: a ausência do Estado na vida das mulheres, como provendo creches para trabalhar tranquilamente, escolas em tempo integral, pré-natal adequado para saúde da gestante”, elencou.

Não obstante a outros problemas debatidos no processo histórico, a historiadora afirma que desde que instaurado o Dia Internacional da Mulher, a luta da classe é unificada. “Fizeram greve nas fábricas para obter direitos gerais. Luta por terra, por pão. Assim que o 8 de março foi instituído. Alguns movimentos usam a questão da violência, que hoje é tremenda, como foco do Dia Internacional da Mulher. Para mim, a questão como um todo é que é envolvida”.

Violência

Como um dos países que mais violenta mulheres no mundo, Cláudia Santiago Gianotti acredita que existe um meio de reduzir estes índices gradativamente. “Tem que haver um trabalho de conversa com os homens. São ensinados a serem monstos. As pessoas não nascem assim, se transformam, pela forma com a qual são ensinados. Precisa haver conversa com as mulheres também: crescem acreditando que serão salvas por príncipes, que são frágeis, que o fator predominante tem que ser o emotivo, que são inferiores, não tem força e inteligência suficiente… isso precisa mudar. O Brasil é o 5º país no mundo com maior número de feminicídios”, lamentou.

Por Victor Siqueira

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