Saúde lança banner sobre violência contra a mulher

Banner da violência 

Uma análise de dados que conduz à reflexão sobre uma das principais formas de violação dos direitos humanos, que atinge as mulheres em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física e psicológica. Pensando nos principais tipos de violência contra a mulher, a Gerência de Informações e Estatísticas da Secretaria de Estado da Saúde (SES) lançou, nesta quinta-feira, 8, Dia Internacional da Mulher, um banner explicativo sobre o percentual de notificações de violência por sexo, em Sergipe, incluindo os 10 municípios com o maior número de ocorrências de notificações de violência contra o sexo feminino, entre outras especificidades.

Diante de todas as conquistas alcançadas na história da luta feminina, ainda existem situações que apresentam dificuldades para alcançar a resolução. Frente à violência provocada contra as mulheres, enquanto setor saúde, a SES possui um instrumento que notifica o atendimento a essas vítimas, que é a ‘Ficha de Notificação de Violência Interpessoal e Autoprovocada’. De acordo com a analista de situação da SES, Patrícia Lima, a pessoa vítima de violência que chega a qualquer unidade de saúde, quer seja na Atenção Básica ou Hospitalar, vai ser acolhida, cuidada e o próprio serviço de saúde faz o registro dessa ocorrência.

“O instrumento de notificação é a referida ficha, que preenchida por um profissional da saúde, serve para identificar a magnitude dessa situação. A partir dessas notificações, que são encaminhadas para a SES, e automaticamente para o Ministério da Saúde, são analisadas pelos órgãos competentes que vão estar elaborando políticas propositivas, a exemplo do que é a Lei Maria da Penha [de Nº 11.340/2006]. Entre os órgãos, estão a Secretaria de Segurança Pública [SSP] e a Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos”, explicou Patrícia.

Violência por sexo

Os dados exibidos no banner são exclusivamente obtidos no âmbito da saúde. No que diz respeito ao percentual de notificações de violência por sexo, o informativo aponta para 72% das notificações relacionadas às mulheres, enquanto que 27% estão relacionadas ao sexo masculino. “Independente da idade, essa mulher, criança, adolescente ou idosa, sofre violência mais que os homens, por isso o banner gera essa provocação. Ainda nessa lógica, a SES mapeia no Estado os dez primeiros municípios com maior número de ocorrências de violência contra o sexo feminino, sendo o líder dessa seleção a Grande Aracaju, que compreende Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, que abrange 54%. A esse maior volume de ocorrências de notificações se deve a proximidade das mulheres dessas localidades aos órgãos de assistência e ao maior acesso à informação”, acrescentou a analista de situação da SES.

No que diz respeito à proporção de notificações de violência contra o sexo feminino por faixa etária, as mulheres, que para a saúde estão inseridas na faixa etária entre 20 e 59 anos, compreendem o total de 39%, seguido das adolescentes, que totalizam 33%, crianças 22% e idosas 4%. Um ato violento é, normalmente, composto por mais de uma natureza, ou seja, em caso de violência sexual pode haver incluída situação de violência física ou psicológica, que em Sergipe compreende 59% no percentual de tipos de violência vivenciadas por mulheres notificadas nas unidades de saúde de Sergipe.

Tipos e locais

“Ainda segundo o banner, na maioria dos atos violentos temos a de natureza física se manifestando. Associado a isso, vai constar a psicológica, especialmente no caso das adolescentes, e a sexual. Há uma comoção social significativa para a de natureza sexual e por isso há um acolhimento especial oferecido na Maternidade Nossa Senhora de Lourdes [MNSL], unidade gerenciada pela SES, que atende 24 horas por dia, em setor anexo à admissão. Nesse contexto da violência sexual existem outras englobadas, sendo as mais destacadas entre mulheres de 20 e 59 anos, são a física em primeiro lugar seguida da psicológica e a sexual. Há ainda a violência financeira, que acomete mais os maiores de 60 anos, visto que são aposentadas e dependentes dos seus cuidadores, a exemplo de netos e filhos, que passam a privar esse idoso dos seus direitos essenciais, como higiene, medicação e abrigo”, explicou ainda Patrícia.

Na proporção de notificações de violência contra as mulheres por local de ocorrência o banner destaca, em primeiro lugar, as próprias residências dessas mulheres (68%), tratando-se da violência doméstica provocada por pessoas que têm acesso aos espaços.  “19% dos casos estão relacionados à via pública, muitas vezes, provenientes do próprio companheiro que a agride na rua. Ou seja, o homem está em conflito consigo mesmo, e uma vez que a sociedade educa meninas para se tornarem empoderadas, prevalecem reforçando estereótipos machistas nos meninos, daí a crise masculina diante de situações de divórcio, por exemplo. No contexto de violência, torna-se difícil a denúncia e o relato, pois a mulher agredida encontra-se ainda mais vulnerável à violência, que também é praticada de diversas maneiras, desde as agressões físicas até as psicológicas e verbais, numa relação de convivência onde deveria existir afeto e respeito”, concluiu a profissional.

Fonte e foto: SES

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