Em se falando de drogas

Os brasileiros já estão acostumados com as propagandas agressivas contra as drogas. Recentemente, a novela O Clone, da Rede Globo, veiculou o drama vivido por uma adolescente de família rica, que tentou, até o último capítulo, lutar contra as drogas, e conseguiu. Mas a realidade é muito mais feia do que a que se vê na TV. Esta doença não é só vivida pela classe alta, muito pelo contrário. Alimentando seu “câncer” nas periferias, onde a concentração da pobreza é maior, o tráfico de drogas ganha cada vez mais aliados. A falta de educação, o descaso das autoridades, a falta de lazer e incentivo para os jovens se tornem cidadãos produtivos, são problemas que abrem a porta para as drogas. Segundo o presidente da Turma da Paz, Enrique Daniel, A dependência química é uma doença muito grave e irreversível, ela tem uma melhora, mas não tem cura. “A solução não é só a repressão, é uma ação coordenada com o poder público, para poder dar mais oportunidade para o garoto dependente. Esse garoto de periferia mal aprende na escola, porque o professor não vai dar aula por medo, as companhias são péssimas, mas qual é a opção dada ao garoto? Há investimento em cima dele para que ele se torne um cidadão produtivo no futuro? Não. A sociedade o chama de maconheiro safado, aí a polícia bate, prende e ele sai mais revoltado ainda ou aprende a usar a maconha“, diz Enrique Daniel, que luta para levar à diante os projetos sociais da Turma da Paz, Organização Não Governamental que visa, através de palestras e treinamentos, a prevenção ao uso das drogas. A finalidade da Turma da Paz é esclarecer a comunidade, a população jovem e carente, os locais de trabalho e a polícia sobre o que é a prevenção ao uso de drogas. “Realizamos treinamentos, formamos grupos de multiplicadores e trabalhamos como voluntários. Ao longo de sete anos, a Turma da Paz sofreu muitas pressões, mas conquistou um espaço dentro da sociedade aracajuana e, hoje conta com apoio de pessoas que antigamente viravam as costas para o Projeto, mas que hoje vêem que o caminho é esse: a prevenção”, ressalta Enrique. Conheça mais sobre o trabalho da Turma da Paz.