“Quem disse que o presídio é de segurança máxima?”

Em menos de um mês de inaugurado, o Complexo Penitenciário Carvalho Neto, localizado no município de São Cristóvão, há 15 km da capital, Aracaju, já registrou três fugas. Ontem, três presos de alta periculosidade conseguiram escapar do sistema carcerário através de uma “Tereza” – corda feita de lençóis – que foi usada para escalar o muro. À época da inauguração, o complexo penitenciário era considerado de segurança máxima, mas hoje – enquanto nenhum preso foragido foi resgatado – as opiniões se divergem. Diante de tanta polêmica acerca da segurança e estrutura física do prédio, o Coronel Bosco afirmou que o presídio não é de segurança máxima. “Quem disse que o presídio é de segurança máxima?. As pessoas falam que o presídio é de segurança máxima e que tem até cerca elétrica, mas isso não existe. A arquitetura do presídio não oferece essa estrutura. Nem policiamento temos direito. Temos 13 guaritas, mas por deficiência de policiais militar, ocupamos apenas três no presídio. Os muros são bastante altos – 7 metros -, mas existe uma construção que tem um telhado bastante baixo e isso pode ter facilitado a fuga dos presos”, diz o Coronel Bosco. Segundo o coronel, na hora da fuga não havia ninguém na guarita. “Minutos depois da fuga, um policial viu a ´Tereza´ e deu o tiro de alarme”, diz o Coronel Bosco, ressaltando que em épocas como Natal, São João, Pré-caju e Carnaval as fugas são mais freqüentes. ESTRUTURA – O novo Complexo Penitenciário da Grande Aracaju localizado no Povoado Timbó, às margens da BR 101, no município de São Cristóvão, recebeu no último dia 3 deste mês 320 presos transportados da penitenciária de Aracaju, onde havia um total de 850. Embora recebendo os presos, o presídio de São Cristóvão – com capacidade para 750 – ainda não está concluído e teve que ser ocupado por determinação do Ministério da Justiça. Com 60% das obras concluídas, o Complexo engloba cinco módulos de vivência, cada um com capacidade para abrigar 160 presos. Nas obras do novo presídio, foram investidos R$ 7 milhões nessa primeira fase. Para concluir todo o Complexo serão precisos mais R$ 5,7 milhões.