Prefeito de Propriá fala sobre a história do município no aniversário da cidade

Em 1802, Propriá recebeu a categoria de cidade e viveu o seu apogeu econômico e social por vários anos. Passados 201 anos, o município é lembrado pelas relações positivas e negativas da sua história. Em entrevista, o prefeito Renato Brandão enfatiza o crescimento, a decadência e os aspectos para o desenvolvimento. Portal InfoNet – Ontem, dia 7, o município de Propriá comemorou seus 201 anos. Como representante dos propriaenses, o que o senhor acha que mudou na história de Propriá desde a origem do município? Renato Brandão – São várias fases na história de Propriá que contribuíram positiva e negativamente para a melhoria da qualidade de vida de seu povo, e para o próprio desenvolvimento econômico e social do nosso município. Com o título de cidade em 1802, Propriá passou a ser procurada pelas vilas e cidades da região para a comercialização de produtos, em virtude da distância da capital e das péssimas condições das estradas vicinais para outros municípios. Com isso, Propriá se transformou num pólo de desenvolvimento regional, em um centro prestador de serviço e num centro comercial. A influência negativa, à época da Codevasf, implantando os perímetros irrigados, desapropriando as terras de várzea, que eram propriedades particulares, transformou os perímetros em áreas de produção agrícola com um novo público que não estava devidamente preparado para produzir nessa nova filosofia. O resultado foi a redução da produção, em decorrência da falta de assistência técnica, da adequação do solo, já que antes era umedecido pelas águas do rio São Francisco, e passou a necessitar de adubos e fertilizantes, além da energia para puxar a água do rio. A falta de capacitação dos loteiros, e a corrida aos bancos para financiar a nova estrutura, endividaram os parceleiros, levando a economia do município a um processo de regressão. A construção da ponte, apesar da importância na interligação do Nordeste, era para ser feita de forma planejada, com um estudo prévio de impacto econômico e social, para que a cidade se preparasse para o choque da saída do grande movimento do interior da cidade. O descaso dos governos que se sucederam no Estado, tiveram uma preocupação mais voltada para determinadas regiões de Sergipe, deixando o Baixo São Francisco a mercê da própria sorte. Investiu-se muito no centro urbano de Aracaju, na industrialização de Aracaju, na região centro sul, área produtora de laranja, abrindo novos mercados de trabalho, e a exploração turística da região litorânea, nas margens do Oceano Atlântico, foi muito acentuada, e nós tivemos, portanto, toda uma região do Baixo São Francisco relegada a um segundo plano, contando apenas com administradores municipais de poucos recursos, e de pouca equipe técnica para fazer um trabalho que pudesse reverter o nosso quadro em curto espaço de tempo. A primeira viagem que fiz quando assumi a Prefeitura de Propriá, em 1997, foi para Recife, buscar apoio na SUDENE, solicitando uma equipe técnica para estudar conosco quais as saídas econômicas que Propriá poderia trilhar para atingir o seu desenvolvimento. Não conseguimos. Mas, Propriá é uma cidade guerreira, de povo lutador, e estamos vencendo a crise e retomando o crescimento. InfoNet – Desde que assumiu a Prefeitura, em que frentes o senhor tem atuado? RB – Há seis anos tenho procurado captar recursos extras municipais, para poder realizar obras que eu entendo importante. Nós iniciamos um esgoto sanitário, que este ano a gente vai concluir e colocar em funcionamento. Propriá será a primeira cidade em todo o Baixo São Francisco a ter de fato um sistema de esgotamento sanitário com tratamento, contribuindo para a revitalização do rio São Francisco, e contribuindo para a melhoria de qualidade de vida das pessoas, principalmente na questão da preservação da saúde pública. Procuramos gerar empregos, trazendo duas indústrias têxteis, sendo uma no segmento jeans e outra no de malharia, representando uma luta muito grande no processo de convencimento sobre o governo do Estado e sobre o empresariado. Procuramos capacitar a juventude e facilitamos o acesso ao 3º grau, vez que hoje estamos com 80% dos nossos profissionais de educação formada e os 20% restante fazendo a faculdade. A saúde do nosso município, se comparada com a do passado, representa um modelo, sendo reconhecida até pelo Ministério da Saúde, concedendo o título de “Município Saudável” pelas ações que desenvolvemos. Vamos urbanizar a nossa cidade, revitalizar as nossas praças, tornando a cidade convidativa aos turistas. Se comparar o hoje com o ontem de Propriá, me sinto realizado com o que fizemos. Preciso trabalhar em busca de mais emprego para o nosso povo. InfoNet – Além das indústrias e do setor turístico, que setor o senhor identifica, no município, como gerador de renda? RB – A agricultura. Acho que a Codevasf ainda tem um papel importante na região. Dos prejuízos gerados – e ela tem uma dívida social inegável com a região – há como rever essas questões. Os perímetros irrigados precisam ser revistos no seu papel de desenvolvimento. A Empresa se ausentou do nosso município, e estamos buscando de volta para Propriá a sede da Superintendência. Também estamos buscando a indicação no governo Lula de uma pessoa que possa de fato desenvolver um trabalho na Codevasf, que resgate a rizicultura, a piscicultura e a fruticultura, que são fontes geradoras de empregos, e que são fontes econômicas que podem levar o nosso município a se desenvolver. Se tivermos pessoas sérias, atuantes e comprometidas com a região, nós podemos reverter esse quadro rapidamente. InfoNet – Se sente realizado nesses seis anos de administração? RB – Olha,sinceramente, sempre disse que administrar Propriá era uma tarefa difícil, árdua, mas prazerosa. Prazerosa porque você compara o que essa cidade era antes de nós chegarmos na Prefeitura, com o que ela é hoje, sentimos uma satisfação muito grande, principalmente quando a gente sente na maioria da população esse reconhecimento. InfoNet – Existe alguma divergência entre a Prefeitura de Propriá e o Governo do Estado? RB – É verdade que a divergência existe, mas só no campo político. Administrativamente João Alves Filho é governador, homologado pela maioria dos sergipanos nas últimas eleições. Respeitamos isso. Renato Brandão é o prefeito de Propriá, legitimados por duas vezes. Toda vez que for necessário sentar com o governador em prol do nosso município, estaremos lá buscando soluções para o nosso povo. InfoNet – Que mensagem o senhor passa no dia do aniversário de Propriá? RB – Orgulhoso por ser de Propriá, parabenizo esse povo pelo espírito de luta. Os propriaenses nunca perdem a esperança de dias melhores. Garanto que estamos trabalhando continuamente para a melhoria de vida de toda a comunidade. Acreditamos que o melhor da história credencia o nosso município para o desenvolvimento e para mais vitórias do nosso povo. Por Neila Santana

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