“Plenário”, por Diógenes Brayner

Prisão de Júnior O vereador Antônio Francisco Garcez Júnior, acompanhado do seu advogado José Cláudio, se apresentou ontem à Polícia e vai permanecer preso na Companhia de Operações Especiais (Cope) da Secretaria de Segurança. A apresentação voluntária não melhora a situação do vereador, porque ele estava com prisão preventiva decretada. Ontem mesmo, a partir do momento que chegou à Secretaria de Segurança, ele começou a ser ouvido. Até ás 21 horas, quando o comentário estava sendo concluído, o vereador negava absolutamente tudo que se disse a seu respeito, inclusive que desconhecia todos os demais autores do assassinato do deputado estadual Joaldo Barbosa. A Polícia sentiu que ele fora orientado pelo advogado, que o acompanhou no interrogatório. A previsão era de que o depoimento de Antônio Francisco Garcez Júnior ultrapassasse à meia noite, sem que ele alterasse o quadro, insistindo de que não havia participado de qualquer esquema para assassinar o parlamentar, com o objetivo de abrir vaga para o pai, Antônio Francisco. O outro foragido, Marcos Munganga, havia sido localizado em uma das praias do litoral de Alagoas, próximo a Paripueira e estava para ser detido. A Polícia chegou muito próximo, mas ele desapareceu da região e as buscas voltaram à estaca zero, embora existam alguns pontos que se supunha que ele esteja. Quinta-feira, à noite, todos os acusados voltaram a ser interrogados e reafirmaram o que disseram antes, tudo diante de um promotor de justiça. A Polícia continua com a certeza de que o esquema montado para assassinar um dos deputados que atrapalhava a entrada de Antônio Francisco está absolutamente desvendado. Um importante membro da Polícia, que participa diretamente das investigações, ensinou que as provas testemunhais não têm a força das provas materiais e existe um volume grande de ações concretas que demonstram claramente que os presos foram realmente os executores e mandante. A mesma fonte acha que não vai demorar muito para que tudo seja definitivamente comprovado. A Polícia está agindo com toda a precaução, para que não se dê brechas a pedidos de hábeas corpus ou a uma atuação dos advogados. Mesmo que o vereador Antônio Francisco Garcez Júnior continue negando a participação no crime, a Polícia tem argumentos fortes para provar que ele, ao lado de Marcos Munganga e do soldado Bráz, foram os mentores do assassinato. São os extratos das ligações telefônicas entre eles, dias antes da morte do deputado, na manhã do dia que aconteceu o crime e depois do fato consumado. As provas materiais são contundentes e irrefutáveis. Todas as comunicações foram feitas de telefonemas celulares, cujos aparelhos foram descaracterizados. Mas a Polícia já recuperou todos eles, que foram devidamente identificados como os que se interligaram para a concretização do crime. Além disso há a confissão dos demais envolvidos e as acareações que serão feitas, para que o vereador negue o que os executores confirmaram. Uma outra importante fonte policial adverte que ainda haverá algumas surpresas e recomendou ao repórter que guardasse mais duas vagas nos comentários que estão sendo publicados em Plenário. Praticamente há como certa a participação de mais policiais, inclusive gente grande na corporação e com influência nas decisões. Garantiu que o nome de Floro Calheiros apareceu apenas em uma pequena citação e que ele não entra em nada nas ligações telefônicas. A mesma coisa acontece com o deputado estadual Antônio Francisco que, se estiver envolvido, deve ter conversado pessoalmente com o filho. Não existe provas para incrimina-lo e se isso acontecer, segundo um advogado experiente na área, ele não poderá ser cassado: “nenhum cidadão pode pagar por crimes cometidos por parentes em qualquer grau”, ensinou. Além disso, a Assembléia Legislativa não tem uma Comissão de Ética que julga a ação parlamentar e, se nada for comprovado em relação a ele, o filho poderá ser condenado, mas o deputado permanecerá exercendo o cargo. Um dos delegados, diretamente ligado ao crime, garante que ainda há muita coisa a se ver, algumas pedras para montar o quebra cabeça e revelações que poderão trazer surpresas à sociedade sergipana.. REUNIÃO A reunião de secretários, que se realiza hoje, no convento de São Cristóvão, terá o objetivo real de rever as posições do Governo e analisar a atuação de cada auxiliar. Todos os secretários terão que apresentar o trabalho realizado nestes 70 dias de Administração, além de mostrar projetos para os próximos meses. João já quer resultados… DEU DURO O governador João Alves Filho (PFL) é pouco tolerante em relação às falhas dos seus auxiliares, principalmente quando elas atingem a Administração e o Estado. Foi em razão de coisas do tipo, que ele já chamou a atenção, com certa severidade, de dois dos seus secretários, para que eles se enquadrem à dinâmica da máquina. RECLAMAÇÃO Tem liderança do interior e até mesmo alguns auxiliares do Governo, que estão pensando que a administração vai acabar amanhã, quando na realidade ela está apenas começando. O pessoal está exigindo posições dentro do Governo, exigindo ações e querendo pressa em tudo que pede, como se realmente fosse o último dia. FONTES O deputado federal João Fontes (PT) fez questão de ressaltar, ontem, que a posição dos rebeldes é a favor do presidente Lula da Silva: “Ninguém está contra o seu Governo”. João integra o Grupo dos 30 que não está concordando com a política econômica e deseja que Lula ponha em prática tudo o que pregou durante a campanha. DÚVIDA As declarações de João Alves Filho não deixam dúvidas de que há uma discordância firme dentro do partido, que pode até tumultuar o Governo Lula. Se João diz claramente que está querendo “o bem de Lula”, é porque considera que os seus aliados que defendem a atual política econômica, estão querendo “o mal de Lula”. TOLERÂNCIA O secretário da Segurança, Luiz Mendonça, ganhou, do governador João Alves Filho, o livro “Tolerância Zero”. Trata-se do sistema de segurança implantado pelo então prefeito de Nova Iorque, Rudolph Guiliane. Com isso o governador sugere que Luiz Mendonça siga o livro como um manual para por um ponto final na violência que se verifica em todo o Estado. JACKSON O ex-prefeito de Lagarto, Jerônimo Reis (PTB), disse ontem que o deputado federal Jackson Barreto (PMN) já deveria estar em seu partido: “não sei o que falta para ele decidir?”. Jerônimo fez questão de ressaltar que “nós é que estamos oferecendo o partido a Jackson, com todos os poderes. Tudo será dele. Inclusive ele poderá decidir se a gente fica ou não na legenda”. CONVERSA Jerônimo disse que já esteve com o presidente do PTB, José Carlos Martinez, e com o líder do partido, Roberto Jefferson, pedindo que eles tenham uma conversa com Jackson Barreto. Segundo ainda Jerônimo Reis, o que eles negociarem com Jackson Barreto ou qualquer outro deputado federal, nós estaremos de acordo. ABANDONA Jerônimo Reis revelou que está decidido a abandonar a política e garante que ainda não o fez porque alguns amigos têm insistido para ele ficar. O ex-prefeito, inclusive, disse que está querendo ir embora de Sergipe e trabalhar em outro Estado na representação de produtos e compra e venda de café bruto. STAND BY O deputado federal Jackson Barreto (PMN) disse que está em stand by sobre a filiação ao PTB. Precisa ganhar a unanimidade em relação a alguns amigos. Jackson revela que tem um bom relacionamento com os Reis, mas confidencia que alguns aliados põem resistência à filiação ao PTB. Até maio ele resolve essa parada. POSSE O deputado federal Jackson Barreto considerou que a grande nota da posse de Heráclito Rollemberg na presidência do Tribunal de Contas, quinta-feira à tarde, foi o discurso do prefeito Marcelo Déda (PT). Jackson acha que uma comenda concedida pelo Tribunal de Contas a um prefeito, é um atestado da honorabilidade e dignidade do seu trabalho à frente da Prefeitura. REFINARIA O deputado federal Jackson Barreto disse, também, que foi ele a primeira pessoa que pediu a refinaria de petróleo para Aracaju, ao presidente José Eduardo Dutra. Lembrou que isso ocorreu quando José Eduardo visitou Sergipe pela primeira vez como presidente da estatal. O documento sobre a refinaria foi entregue por Jackson ainda no aeroporto. DERRAPANDO O senador José Almeida Lima (PDT) disse, ontem, que tem algumas pessoas derrapando na defesa dos interesses de Sergipe. Almeida diz que vai manter a postura política em defesa da união de todos, pela instalação da Refinaria em Sergipe. FONTES O deputado federal João Fontes (PT) viajou, ontem à tarde, a São Paulo. Participa hoje de reunião da Direção Nacional do seu partido. João Fontes integra a ala dos rebeldes e, durante a reunião, vai defender as modificações no projeto político e econômico, que foi prometido por Lula durante a campanha eleitoral. Notas DISSIDENTES O PPS não tem mais dissidência. O pessoal que seguia orientação da ex-primeira dama Leonor Franco decidiu deixar o partido e ficar na espera para ver qual a nova legenda a ingressar. O PSB e o PTB foram os citados e o pessoal que formar com o deputado federal Jackson Barreto, que não ficará no PMN. A reunião aconteceu em almoço na casa de Leonor. O deputado estadual Fabiano Oliveira disse que agora vai manter o diálogo com o PSB, atendendo a convite do senador Antônio Carlos Valadares, embora se mantenha vinculado ao grupo e decida em comum acordo. Até junho tudo se decide. TELEFONEMA Quando o grupo estava reunido na casa de Leonor Franco, o ex-governador Albano Franco deu um telefonema para ela e terminou conversando com todos que estavam à mesa, formada por Fabiano Oliveira, Renato Brandão, um representante de frei Enoque e mais dois prefeitos do interior, alem de Marta Barreto e Nilson Socorro. A Fabiano o ex-governador disse que estava telefonando de cartão porque era mais barato, além de andar de metrô para se deslocar em Paris. Disse que participou da passeata pela paz, porque estava passando no momento e a acompanhou. JACKSON O deputado federal Jackson Barreto recebeu um emissário do senador Almeida Lima, convidando-o para uma reunião. Respondeu-lhe: “com esse cidadão não quero nenhuma conversa. Cada um defende seu Estado da sua forma e com esse cidadão não quero absolutamente nada. Nem no céu e nem no inferno”. O assessor ficou desnorteado. Jackson Barreto adiantou que poderia conversar com qualquer outra pessoa, menos com Almeida Lima: “não terei problemas em sentar com o governador João Alves Filho para discutir problemas do Estado, mas jamais farei isso com Almeida Lima”.

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