“Codise – Pensar e agir estrategicamente no apoio ao desenvolvimento empresarial de Sergipe”

Por Pedro Menezes(*) A dinâmica do mundo moderno impõe desafios a cidadãos e empresas, exigindo o contínuo aperfeiçoamento de condutas e posturas para que não sejam naturalmente alijados do ambiente competitivo. Nos últimos anos o poder público brasileiro assistiu impotente o esvaziamento de sua capacidade de indutor do desenvolvimento, tornando-se um agente passivo e, de maneira desalentadora, um entrave para o processo de crescimento da economia tendo em vista os desequilíbrios acumulados na política macroeconômica. Os Estados brasileiros não fogem à regra, comportando-se ao longo dos anos como expectadores de um processo inconcluso, adotando políticas paliativas de indução ao desenvolvimento local, utilizando-se de instrumentos discutíveis do ponto de vista social e não reprodutivos sob a ótica multiplicadora dos ganhos econômicos desejáveis e tão necessários para a sociedade. O Estado de Sergipe, devido em grande medida a questões estruturais ainda não resolvidas, não tem conseguido estabelecer uma estratégia competente e conseqüente para construir um parque produtivo diversificado, capaz de alterar o seu perfil de desenvolvimento para um patamar de sustentabilidade e com qualidade de vida para a sua população. Os agentes públicos encarregados da condução das ações que visam atrair investimentos novos, e mesmo o apoio aos projetos existentes, demonstram relativa apatia operacional e indefinição estratégica, necessitando de uma completa e profunda remodelação de conceitos e práticas de incentivo e apoio aos setores empresarias. No caso particular da Secretaria da Indústria e do Comércio e de seu braço operacional, a Companhia de Desenvolvimento Industrial e de Recursos Minerais de Sergipe – CODISE, observa-se um esgotamento institucional e propositivo, gerando conseqüentemente um ambiente meramente passivo, não combinando ou mesmo destoando da realidade agressiva e competitiva imposta pelos mercados no cenário nacional e global. É ingênuo, no caso particular da CODISE, imaginar sua condição de empresa que atua em um mercado não competitivo. A companhia para sobreviver precisa demonstrar competência pública no gerenciamento das ações de fomento e poder de competitividade no seu formato empresarial, onde lhe é facultado a obtenção de resultados, inclusive financeiros para reinversão em sua atividade finalística. O ponto ideal de performance da CODISE reside na perfeita combinação entre os elementos “fomento” e “desempenho empresarial”, ajustados de tal maneira que permita o retorno social e também financeiro, em bases previamente aceitas e estabelecidas num plano estratégico consistente e sintonizado com a conjuntura nacional e global. Com o passar dos anos o foco da companhia tem-se mostrado relativamente embaçado, não permitindo delinear com precisão qual é o seu cliente e que grau de atenção é dado à clientela (existente e potencial) dentro e fora de Sergipe. Não há uma definição clara e objetiva do alvo das ações da empresa, no âmbito local e nacional, além, naturalmente, de diretrizes com a perfeita mensuração dos resultados. Esta situação, no contexto da Gestão Estratégica, coloca o fator humano interno numa situação de incapacidade operacional não se constituindo em elemento de valor com significativo ganho na eficácia e na produtividade. A atuação exclusiva da CODISE junto ao do setor industrial limita e até certo ponto inibe sua participação em novas iniciativas que poderiam viabilizar negócios em novas e promissoras áreas da economia. Cabe pensar e colocar em prática um novo formato operacional para a atual CODISE, ampliando seus horizontes além do fomento ao setor industrial. Par que possa atuar de maneira ampla nos diversos segmentos empresariais, faz-se necessário, entretanto, uma nova organização capaz de articular e fomentar a implementação de negócios em áreas de comprovada viabilidade e caracterizadas como as novas tendências para exploração no mundo, a exemplo do agronegócio, biotecnologia, química fina, telemática, softwares, etc. É preciso buscar a integração do parque produtivo existente em Sergipe às novas oportunidades de negócios, utilizando as cadeias produtivas como grande referencial e eixo moderno para o estabelecimento de uma política de desenvolvimento sustentável e consistente, alinhada às potencialidades e vocações locais. A nova CODISE deverá ser desenhada em base digital, ou seja, a estratégia deverá contemplar um modelo de negócio digital que permita atender às prioridades do cliente com alta produtividade e capacidade de respostas. Deverá ser estruturada ainda uma grande base de dados, de informações e de conhecimentos acumulados, permitindo trabalhar em tempo real. O mouse e a tela do computador deverão ser ferramentas comuns para todas as pessoas da empresa. Na base de dados da CODISE será possível visualizar toda a infraestrutura do Estado, suas potencialidades e vocações econômicas das diversas regiões, além de permitir interface com a WEB, tornando-a ferramenta indispensável para o conhecimento e obtenção de novos dados e informações que permitam subsidiar a elaboração de estudos e propostas de viabilidade para novos negócios. Operacionalmente a CODISE deverá desenhar processos flexíveis, alinhados aos macrobjetivos definidos em plano estratégico a ser elaborado. Outra preocupação será a busca e a implementação de um amplo projeto de parcerias, atuando conjuntamente com instituições locais e de fora do Estado. Esta iniciativa possibilitará um trabalho coeso e consistente com organismos que também se dedicam ao apoio e incentivo de agentes empresariais. O grande desafio da nova organização, no primeiro momento, será a definição de novas competências para o seu quadro de colaboradores. Os técnicos da CODISE terão de assumir uma nova postura gerencial e operacional, atuando como agentes de captação e desenvolvimento de novos negócios. A CODISE deverá pautar sua gestão como uma organização do conhecimento, valorizando, apoiando, qualificando e estimulando seus colaboradores, entendendo que a política de retenção e desenvolvimento de talentos humanos constitui uma vantagem competitiva na busca de resultados e de um sólido posicionamento estratégico. Buscando novas sinergias, acreditando ser possível mudar com Qualidade, e, logicamente, estabelecendo um horizonte entre médio e longo prazo para a obtenção da maioria dos resultados, a nova CODISE apresenta amplas possibilidades de agregar à sua cultura princípios como: total satisfação dos clientes; gerência participativa; desenvolvimento de pessoas; diretrizes definidas estrategicamente; aperfeiçoamento contínuo; controle de processos; delegação e trabalho em equipe; transparência e qualidade garantida. * economista da Codise e administrador do Portal Qualidade Sergipe.

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