Em sua pesquisa mensal, realizada em dezesseis capitais do país, o Departamento intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos – Dieese – registrou um aumento de 1,38% no valor da cesta básica na cidade de Aracaju. Segundo o órgão, no mês de julho, o município registrou a maior queda no valor da cesta entre as cidades pesquisadas, – 9,95%. O Dieese também informou que, durante dois meses, o preço do conjunto de gêneros alimentícios que compõe a ração essencial mínima – conforme definida no decreto-lei 399, de 30 de abril de 1938 – registrou queda. Exceto Aracaju, todas as demais voltaram a apresentar redução. Apesar disto, o mesmo relatório analisa que em doze meses – entre setembro de 2002 e agosto último – , todas as localidades apresentaram elevação no custo da cesta. No entanto, apenas em duas o aumento supera o reajuste de 20% concedido, este ano, ao salário mínimo: Brasília (22,06%) e Salvador (21,72%). No relatório, o Departamento também avalia a jornada que o trabalhador formal precisa cumprir para adquirir uma cesta. Em agosto, conforme a pesquisa, foi registrada, em média, uma jornada de 128 horas e 18 minutos para adquirir os gêneros de primeira necessidade, quase quatro horas a menos que o tempo exigido em julho – de 132 horas e 14 minutos. Com base no maior custo da cesta básica e levando em consideração o preceito constitucional que determina que o salário mínimo deve ser suficiente para a manutenção do trabalhador e de sua família – suprindo suas necessidades com alimentação, moradia, educação, saúde, vestuário, transporte, higiene, lazer e previdência social – o Dieese estima, mensalmente, o valor do salário mínimo necessário. Em agosto, o trabalhador que ganha o mínimo deveria receber R$ 1.359,03, ou seja, 5,66 vezes o piso vigente.