“Horácio Hora, o artista que brilha há 150 anos!”, por Verônica Nunes

Sergipe celebra a 17 de setembro o sesquicentenário do artista laranjeirense Horácio Hora (Laranjeiras/SE, 1853-1890. Paris-França). Horácio Hora em 1875, com uma subvenção anual de dois contos de réis concedida pelo Governo da Província de Sergipe, viajou para Paris onde realizou os estudos na Escola Municipal de Desenho e Escultura, dirigida pelo professor Justin Lequien. Como aluno dessa Escola, recebeu prêmios concedidos pela Inspetoria Geral da Instrução Pública referentes ao ano escolar de 1875/1876 e ao Concurso Geral das Escolas de Paris-Classes Adultas nos anos 1876 e 1877. A vivência de 12 anos naquela cidade lhe permitiu trilhar os caminhos percorridos por muitos artistas brasileiros da época, e a sua produção artística foi resultante do gosto acadêmico que marcou a arte européia no final do século XIX, a qual refletiu as influências artísticas do antigo, representado pelo Ecletismo e Romantismo, como também, de novo, isto é, as propostas modernas que apontavam para uma mudança das regras do jogo, o Impressionismo, que surgia como precursor dos movimentos modernos das artes plásticas. Horácio Hora foi o artista que construiu as referências do passado sergipano, seus pincéis e lápis a partir de seu olhar, registraram aspectos da paisagem e a imagem da aristocracia açucareira, além de ter, também, registrado o cenário urbano parisiense no qual viveu. O Museu Histórico de Sergipe, localizado em São Cristóvão, é o maior detentor da sua produção artística. Entretanto, também existem obras no Museu Carlos Costa Pinto, em Salvador/BA; no Museu Mariano Procópio, em Juiz de Fora/MG; no Museu Antônio Parreiras, em Niterói-RJ; no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro/RJ; e, com colecionadores particulares. Sua obra mais referenciada é “Peri e Ceci”, inspirada no romance “O Guarani”, de José de Alencar. Ao falecer em Paris, a 1º de março de 1890, provavelmente vítima da Gripe Asiática, que assolou a Europa entre 1889-1892, pode ser considerado um flâneur privilegiado da Paris do final do século XIX, onde viveu uma extraordinária aventura para um jovem laranjeirense cujo sonho “Hei de ser artista!” realizou. * Verônica Nunes é professora do Departamento de História da Universidade Federal de Sergipe – UFS.

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